quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

SP cria 20 ''indicadores verdes'' e faz balanço

Estado admite desempenho ruim em áreas como desmatamento ilegal e gestão do lixo. O governo do Estado de São Paulo lançou ontem um conjunto de 20 indicadores ambientais que avaliam a qualidade do ar e da água, situação do saneamento básico, estado da biodiversidade e o que tem sido feito nos campos de mudanças climáticas, cumprimento da agenda ambiental e fiscalização. A aplicação dos indicadores mostra que o saldo é positivo em cinco dos 20 itens e negativo em outros cinco. Eles serão atualizados anualmente e devem compor um quadro de indicadores gerais do Estado, ainda em elaboração. Metas também serão estabelecidas para cada um dos pontos. O saldo é negativo em relação à carga e ao tratamento de esgoto, à gestão do lixo, ao número de animais ameaçados de extinção e ao dano ambiental registrado - em 2008, 4.527 hectares de vegetação foram suprimidas ilegalmente no Estado. O saldo é positivo quanto à qualidade da água superficial, o abastecimento público, a disposição do lixo e o uso de fontes renováveis de energia - puxado especialmente pela presença de cana-de-açúcar e o consumo de seus derivados, e a utilização de energia elétrica gerada em usinas hidrelétricas. Nove deles estão no meio do caminho. O item que avalia a pegada ecológica de São Paulo, ou o impacto dos paulistas no planeta, não foi avaliado - segundo a Secretaria do Meio Ambiente, que formulou os indicadores, os estudos sobre a pegada ecológica estão em fase de elaboração e devem ser aplicados a partir de 2010. O secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, espera que a situação do esgoto melhore nos próximos anos, uma vez que existem projetos em curso nesse sentido. Ele também destaca um contato frequente e recente entre a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) e a Sabesp, uma vez que "sempre houve um conflito histórico entre as instituições". Graziano afirma que os indicadores serão usados para ajudar o planejamento de novas ações do Estado. Como exemplo, ele cita o uso de critérios ambientais na construção de novos presídios. O relatório que detalha os 20 itens ficará disponível no site da secretaria (www.ambiente.sp.gov.br) por um mês, aberto à consulta pública. Sugestões podem ser enviadas para o e-mail painel@ambiente.sp.gov.br. O coordenador de planejamento ambiental da secretaria, Casemiro Tércio Carvalho, afirma que as sugestões podem compor o próximo relatório, depois de uma análise das prioridades do governo e da capacidade de sua incorporação. "Essa não é só uma agenda verde, nem uma agenda cinza. Estamos incluindo o homem nisso." O que é analisado e seu status ↔Material particulado: quantidade de partículas finas suspensas no ar; as menores são danosas à saúde. ↔Ozônio troposférico: volume no ar, com danos à agricultura e à saúde. ↑Água superficial: lançamento de efluentes sanitários em corpos d’água. ↑Abastecimento público: perfil toxicológico e interferências no odor, gosto e cor nas águas para consumo humano. ↔Vida aquática: concentração de contaminantes nas águas e seu efeito no organismo. ↔Água subterrânea: qualidade do recurso, usado por 80% dos municípios. ↔Balneabilidade de praias: qualidade da água em praias de água doce e salinas. ↓Carga de esgoto: aporte de carga orgânica no corpo hídrico, de fontes domésticas e industriais. ↓Tratamento de esgoto: cuidado com o esgoto gerado pela população urbana dos municípios. ↑Disposição do lixo: análise da destinação de resíduos sólidos, dispensados em aterros. ↓Gestão do lixo: instituição de políticas municipais para gestão de resíduos sólidos. ↔Cobertura vegetal nativa: área de remanescentes identificada pelo Inventário Florestal. ↔Mata Ciliar: recuperação e manutenção da mata ao longo de corpos d’água. ↓Fauna ameaçada: relação entre o número de animais na lista de espécies ameaçadas de extinção e o total de espécies conhecidas. ↔Áreas protegidas: efetividade da gestão das Unidades de Conservação. ↑Energia renovável: proporção em relação ao consumo de energia. ↑Dióxido de carbono: intensidade de emissões de CO2. Pegada ecológica: quantidade de terra e água necessária para sustentar as gerações atuais – não foi avaliada. ↔Gestão municipal: participação dos municípios na política ambiental. ↓Dano ambiental: área suprimida ilegalmente e número de autos de infração.

Nenhum comentário:

Ondas de calor devem diminuir em 2025

Ondas de calor devem diminuir em 2025, aponta Climatempo. O pico de emissões em 2025 é uma boa notícia, decerto, mas a física é implacável...