segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Terremotos

Terremoto ou abalo sísmico é um movimento brusco e repentino do terreno resultante de um falhamento. Portanto, a ruptura de uma rocha é o mecanismo pelo qual o terremoto é produzido. Essa ruptura causa a liberação de uma grande quantidade de energia, a qual gera ondas elásticas que se propagam pela Terra em todas as direções. As rochas comportam-se como corpos elásticos e podem acumular deformações quando submetidas a esforços de compressão ou de tração. Quando esse esforço excede o limite de resistência da rocha esta se rompe ao longo de um plano, novo ou pré-existente de fratura, chamado falha. Normalmente não é o deslocamento na fratura que causa maior estrago, mas sim as vibrações (ondas elásticas) que se propagam a partir da fratura. Na maior parte das vezes a fratura nem atinge a superfície, mas as vibrações podem ser fortes o suficiente para causar danos consideráveis. As forças tectônicas que causam os sismos são devidas aos processos dinâmicos que ocorrem no interior da Terra, principalmente os lentos movimentos de convecção no manto, responsáveis pela deriva dos continentes.
Distribuição de terremotos na Terra. MAGNITUDE Magnitude é uma medida quantitativa do tamanho do terremoto. Ela está relacionada com a energia sísmica liberada no foco e também com a amplitude das ondas registradas pelos sismógrafos. Para cobrir todos os tamanhos de terremotos, desde os microtremores de magnitude negativas até os grandes terremotos com magnitudes superiores a 8.0, foi idealizada uma escala logarítmica, sem limites. No entanto, a própria natureza impõem um limite superior a esta escala já que ela está condicionada ao próprio limite de resistência das rochas da crosta terrestre. Magnitude e energia podem ser relacionadas pela fórmula descrita por Gutenberg e Richter em 1935: log E = 11,8 + 1,5M onde:E= energia liberada em erg; M=magnitude do terremoto. INTENSIDADE A intensidade sísmica é uma medida qualitativa que descreve os efeitos produzidos pelos terremotos em locais da superfície terrestre. A classificação da intensidade sísmica é feita a partir da observação "in loco" dos danos ocasionados nas construções, pessoas ou meio ambiente. Esses efeitos são denominados macrossísmicos. Existem diferentes escalas de intensidade. A mais utilizada, particularmente no ocidente, foi proposta por G. Mercalli em 1902, posteriormente alterada em 1931 (Mercalli Modificada, 1931). Ela possui 12 graus indicados por algarismos romanos de I até XII. Veja, abaixo, a descrição simplificada da Escala de Mercalli Modificada -1931. É no epicentro do terremoto que normalmente o grau de intensidade é mais elevado e seus efeitos vão diminuindo a medida que se se afasta dessa área. Não existe correlação direta entre magnitude e intensidade de um sismo. Um terremoto forte pode produzir intensidade baixa ou vice-versa. Fatores como a profundidade de foco, distância epicentral, geologia da área afetada e qualidade das construções civís são parâmetros que acabam por determinar o grau de severidade do sismo. ESCALA DE INTENSIDADE MERCALLI MODIFICADA (ABREVIADA) G. Mercalli I. Não sentido II. Sentido por pessoas em repouso ou em andares superiores III. Objetos pendurados são balançados um pouco. Vibração leve IV. Vibração como a causada pela passagem de caminhões pesados. Chacoalhar de janelas e louças. Carros parados são balançados V. Sentido fora de casa. Acorda gente. Objetos pequenos tombados. Quadros são movidos VI. Sentido por todos. Deslocamento de mobília. Danos: louça e vidraria quebradas, queda de mercadorias. Rachadura no reboco VII. Percebido por motoristas dirigindo. Dificuldade em manter-se em pé. Sinos tocam (igrejas, capelas, etc.). Danos: quebra de chaminés e ornamentos arquitetônicos, queda de reboco, quebra de mobília, rachaduras consideráveis em reboco e alvenaria, algumas casas de adobe tombadas/desabadas VIII. Pessoas dirigindo automóveis são perturbadas. Galhos e troncos quebrados. Rachaduras em solo molhado. Destruição: torres d água elevadas, monumentos, casas de adobes. Danos severos a moderados: estruturas de tijolo, casas de madeira (quando não estão firmes com fundação), obras de irrigação, diques IX. Solo conspicuamente rachado ("crateras de areia"). Desabamentos. Destruição: alvenaria de tijolo não armado. Danos severos a moderados: estruturas inadequadas de concreto armado, tubulações subterrâneas. Desabamentos e solo rachado muito espalhados. Destruição: pontes, túneis, algumas estruturas de concreto armado.Danos severos a moderados: maioria das alvenarias, barragens, estradas de ferro X. Distúrbios permanentes no solo XI. Danos quase totais. TIPOS DE ONDAS Existem diversos tipos de ondas elásticas que são liberadas quando ocorre um terremoto. Os tipos mais importantes são: · ondas P (ou primárias) - movimentam as partículas do solo comprimindo-as e dilatando-as. A direção do movimento das partículas é paralela à direção de propagação da onda; · ondas S (ou secundárias) - movimentam as partículas do solo perpendicularmente à direção da propagação da onda. Esquematização do movimento de ondas liberadas em um terremoto. As ondas P propagam-se pela crosta terrestre com velocidade típica de 6 a 8 km/s em rochas consolidadas; a velocidade das ondas S é tipicamente 0% a 70% da velocidade da onda P no material. Apesar da velocidade das ondas variar com as propriedades das rochas (densidade, rigidez, compressibilidade), a razão entre a velocidade das ondas P e S é praticamente constante. Isto permite que, observando o tempo de chegada destas ondas, possamos estimar a distância do local onde ocorreu o sismo (basta multiplicar o tempo S-P, em segundos, pela velocidade de 8 km/s para uma estimativa grosseira da distância entre o foco e a estação). As ondas sísmicas são registradas por sismógrafos, equipamentos sensíveis que detectam e registram o movimento das partículas do solo em uma determinada direção. A diferença no tempo de chegada das ondas S e P podem fornecer a localização do epicentro do terremoto, se ele for adequadamente registrado por no mínimo três estações.

Nenhum comentário:

Ondas de calor devem diminuir em 2025

Ondas de calor devem diminuir em 2025, aponta Climatempo. O pico de emissões em 2025 é uma boa notícia, decerto, mas a física é implacável...