quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Chuvas ficam 205 abaixo do esperado em 2014

Chuvas no país ficam 205 abaixo do esperado em 2014, segundo INPE
Região sudeste foi a mais afetada pela falta de chuva em todo o país.
Cientistas dizem que não conseguem prever se a seca é temporária.
Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostra que o Brasil registrou uma queda de 20% no volume de chuva neste ano em comparação com a média histórica. No Vale do Paraíba e região bragantina, onde está localizada a maior parte dos reservatórios do sistema Cantareira, as chuvas ficaram 60% abaixo do esperado. Os dados são correspondentes ao volume de chuvas até 31 de outubro.
De acordo com os dados, o Sudeste apresentou os menores índices de chuva do país e, em alguns pontos, a precipitação foi 80% menor do que a média histórica. Segundo os meteorologistas, a estiagem se explica pela predominância de uma massa de ar seco sobre a região, impedindo a chegada de frentes frias que vêm do Sul - principais responsáveis pelas chuvas na região.
Para o pesquisador Carlos Nobre, diretor de políticas e desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, não é possível dizer que o fenômeno tenha relação direta com o desmatamento da Amazônia ou com o aquecimento global.
"Essa seca em particular, ela não foi em uma área pequena ou na cidade de São Paulo, ela foi uma seca imensa, numa área que, se somarmos, é maior que todo território do Brasil. É uma soma de fenômenos complexos, que não temos a explicação completa ", avalia o pesquisador.
Segundo Nobre, mesmo que as chuvas nos próximos meses fiquem dentro da média, as represas do sistema Cantareira e do Rio Paraíba dificilmente voltarão ao nível adequado antes do período de estiagem do ano que vem.
"Qualquer padrão de chuva, que não seja, idealmente, muito acima da média para recompor a água dos reservatórios, tanto para abastecimento humano quanto das hidrelétricas, pode ter um impacto", afirmou Nobre.
Previsão
No Sudeste, 2014 foi o ano mais seco desde que os pesquisadores começaram a fazer as medições de chuva, há 80 anos. Diante do cenário, cientistas também não conseguem prever se o fenômeno é temporário ou se o período de seca se estenderá.
"Como são fenômenos muito dinâmicos, a gente não consegue prever a frequência de passagem dessas frentes frias ao longo de meses, por exemplo. Por isso é que não conseguimos fazer uma previsão com meses de antecedência do volume de chuvas ou do estado da temperatura na região Sudeste do Brasil", explicou o meteorologista do INPE Gilvan Sampaio. (g1)

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