Centros médicos em São Paulo apostam em criatividade e em
obras para conseguir reduzir o consumo de água em meio à crise.
Obras
na parte hidráulica, reutilização de água e técnicas simples de economia, como
o uso de garrafas PET para diminuir a utilização da descarga em bacias
sanitárias, estão entre as técnicas adotadas pelos hospitais para reduzir o
consumo e conviver com a crise hídrica. Algumas iniciativas já faziam parte das
medidas de sustentabilidade das unidades, mas começaram a ser intensificadas
neste ano.
Desde
janeiro, o Hospital Samaritano está em obras. A modernização de 150 leitos
incluiu a reforma da parte hidráulica, com a instalação de torneiras e
chuveiros mais econômicos. Outra aposta foi a colocação, em abril, de garrafas
PET preenchidas com pedras dentro da caixa acoplada de aproximadamente 300
bacias sanitárias - em áreas comuns e nos vestiários do hospital.
No
Hospital São Camilo, sistema de tratamento ampliou economia de 40% para 60%
desde agosto
“A
caixa tem um sistema de descarte de água de três ou seis litros. A garrafa com
pedras ocupa o espaço da água e o gasto cai em um litro e meio”, explica Gizele
Ivanoff, gerente de engenharia do hospital. “Com essas mudanças, tivemos uma
queda de 57% no consumo de água no mês de outubro, em relação ao ano passado.”
A
lavanderia do Hospital São Camilo já mantinha um sistema de tratamento e
reutilização da água usada nas lavagens. Desde agosto deste ano, a economia de
água passou de 40% para 60%. “Nós aumentamos o período (de funcionamento) da
estação de tratamento, que era até as 16 horas, para até as 19 horas”, diz a
gerente da lavanderia, Maria Aparecida Mastroantonio. Por mês, são lavadas 180
toneladas de roupas e a gerente calcula economia de 2.100 m³.
São Camilo. Desde agosto, sistema
de tratamento ampliou economia de 40% para 60%.
Conscientização
Desde
abril, o Hospital Alvorada começou a trabalhar com uma campanha de
conscientização de forma mais intensa. “O hospital também investe no
monitoramento e na manutenção de toda a parte hidráulica para evitar
vazamentos. Desde a instalação das torneiras com redutor de vazão, em 2012,
conseguimos reduzir em 30% o consumo de água. Com as campanhas de
conscientização, a economia chegou a mais 8%”, explica Luiz Cervone, diretor
médico da unidade.
O
uso racional já era uma medida adotada pelo Hospital do Coração (HCor) há, ao
menos, três anos, segundo o gerente de engenharia hospitalar Gleiner Ambrósio.
“Em 2014, há uma preocupação em relação ao planejamento das obras de reforma,
manutenção com visão voltada para economia de água e equipamentos com o mínimo
de consumo”, afirma.
No
Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, as ações também foram intensificadas.
“Reforçamos o processo de reuso nos setores de hemodiálise e Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) Adulto, instalado em 2008. Depois de um processo de tratamento
feito dentro do hospital, parte dessa água vai para as torneiras dos jardins e
de lavagem das fachadas e calçadas”, diz Alexandre Abdo Agamme, gerente de instalações
hospitalares da unidade.
Samaritano. Gasto cai em um litro e
meio por operação.
Ações
oficiais
Em
nota, a Secretaria Estadual da Saúde informou que mantém ações de incentivo ao
uso consciente da água, como o prêmio “Hospital Amigo do Meio Ambiente”,
realizado desde 2008. Também por nota, a Secretaria Municipal da Saúde disse
que realiza um trabalho de conscientização para evitar o desperdício. (OESP)
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