Processo recupera terras raras a partir de lâmpadas
fluorescentes descartadas
Terras raras são
elementos químicos utilizados para fabricação de lâmpadas, telas de TV,
tablets, smartphones.
Processo mais
seguro, menos poluente e mais eficiente de reciclar terras raras
Pesquisa do Laboratório
de Terras Raras do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP desenvolveu um processo para
recuperar e reciclar terras raras a partir de lâmpadas fluorescentes
descartadas. As terras raras formam um grupo de 17 elementos químicos
essenciais para a produção, além de lâmpadas, telas de televisores, tablets,
smartphones, turbinas de energia eólica, entre outras aplicações na área
tecnológica.
Esse processo
apresenta uma maneira mais segura, menos poluente e mais eficiente de reciclar
as terras raras contidas nas lâmpadas. De acordo com o professor Osvaldo
Antonio Serra, coordenador do laboratório que realiza o estudo, entre os tipos
de resíduos reciclados, as lâmpadas fluorescentes ganham destaque por conter
até 25% em massa de elementos terras raras na constituição do pó fosfórico,
dependendo do tipo da lâmpada utilizada.
“A viabilidade
econômica da recuperação das terras raras é maior nas lâmpadas compactas,
encontradas à venda em supermercados, do que as tubulares que são mais antigas
e possuem menos terras raras”, ressalta o pesquisador.
De acordo com o
professor Serra, as lâmpadas fluorescentes são coletadas por empresas
específicas que realizam a remoção e recuperação do mercúrio metálico,
altamente tóxico e nocivo ao meio ambiente. A reciclagem começa a partir do pó
fosfórico, livre do mercúrio, submetido a processos físicos e químicos,
utilizando resinas de troca iônicas, produtos sintéticos que colocados na água
poderão liberar íons sódio ou hidrogênio (resinas catiônicas) ou hidroxila
(resinas aniônicas) e captar desta mesma água, respectivamente, cátions e
ânions.
“Essas resinas de
troca iônica tradicionais, do tipo ácido-forte, são facilmente encontradas e
podem realizar inúmeros ciclos de extração das terras raras, garantindo não só
a viabilidade técnica, como também econômica do processo. O processo se dá em
condições experimentais facilmente escalonáveis a maiores quantidades,
adequando-se às necessidades mercadológicas e industriais”, explica Serra.
Terras raras
O pesquisador destaca
que no Brasil são consumidas cerca de 300 milhões de lâmpadas fluorescentes por
ano. A reciclagem é importante para o meio ambiente e para o fornecimento das
terras raras, que tem o mercado concentrado na China, o maior produtor mundial
de elementos terras raras.
“Atualmente, a China
produz aproximadamente 90% da demanda mundial de elementos terras raras e
consome quase 70% desta produção, devido ao domínio das tecnologias de
manufatura de produtos finais – como turbinas eólicas, luminóforos, baterias e
ímãs, dentre outros. Alegando inúmeras regulamentações e restrições ambientais,
a China diminuiu as exportações e chegou a aumentar o preço médio de mais de
dez vezes nos últimos anos”, informa Serra.
Ele lembra que os
processos atuais para a extração de elementos terras raras ao redor do mundo
são muito perigosos para o meio ambiente, pois se baseiam em rotas ácidas ou
alcalinas, sendo muito caros para serem executados com sustentabilidade. Assim
as tecnologias para obtenção mais adequadas, via extração ou reciclagem,
tornaram-se uma prioridade estratégica, já em utilização em países
desenvolvidos.
A aplicação de terras
raras em sistemas de iluminação tem crescido por causa de suas propriedades
luminescentes únicas, segundo o pesquisador. Os elementos químicos poder ser
utilizados em materiais como LEDs, displays de plasma, lasers, marcadores
ópticos luminescentes em sistemas biológicos (usados em imunologia para
diagnósticos clínicos).
Patente
A tecnologia já teve o seu processo de patente realizado pela Agência USP de Inovação, Núcleo de Inovação Tecnológica da USP responsável por gerir a política de inovação da universidade. Dentre as atividades realizadas, estão a proteção da propriedade intelectual, efetuando todos os procedimentos necessários para o registro de patentes, marcas, direitos autorais e software; apoio aos docentes, alunos e funcionários da USP na elaboração de convênios em parceria com empresas.
A tecnologia já teve o seu processo de patente realizado pela Agência USP de Inovação, Núcleo de Inovação Tecnológica da USP responsável por gerir a política de inovação da universidade. Dentre as atividades realizadas, estão a proteção da propriedade intelectual, efetuando todos os procedimentos necessários para o registro de patentes, marcas, direitos autorais e software; apoio aos docentes, alunos e funcionários da USP na elaboração de convênios em parceria com empresas.
A Agência USP de
Inovação também atua na transferência de tecnologias e trabalha por meio das
incubadoras de empresas, parques tecnológicos e de treinamentos específicos a
fim de promover o empreendedorismo, oferecendo suporte técnico, gerencial e
formação complementar ao empreendedor. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário