Lobo-guará sofre com o avanço do desmatamento no
Cerrado.
As
cédulas são uma das maiores divulgadoras da fauna brasileira. Desde 1994, com o
surgimento do real, elas trazem estampados os animais que povoam a biodiversidade
do país.
Agora,
para a nota de R$ 200, que o Banco Central coloca em circulação dia 02/09/2020,
a imagem escolhida é a do Lobo-Guará, o maior canídeo sul-americano e típico do
Cerrado.
“O lobo-guará é talvez a espécie mais icônica do bioma Cerrado. É um animal sempre associado à imagem dos vastos campos e savanas permeados pelas belíssimas veredas que compõem as paisagens especiais do Brasil Central. É muito importante associarmos nosso patrimônio natural a símbolos de valor, mas isso precisa vir associado à consciência de que, para sobreviverem, necessitam que seu habitat natural esteja preservado”, alerta Reuber Brandão, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza e professor associado da Universidade de Brasília.
Lobo-guará ameaçado com o avanço do desmatamento no Cerrado.
Elegante
e discreto, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo silvestre da
América do Sul. Números estimados apontam que no Brasil há cerca de 24 mil
indivíduos, com a maior parte deles vivendo no Cerrado. Eles podem ser
encontrados ainda, em menor número, na Mata Atlântica, no Pantanal e no Pampa.
O
lobo-guará figura na lista de espécies ameaçadas do Ministério do Meio
Ambiente, na categoria de vulnerável, e depende da preservação de seus
ambientes naturais para continuar existindo. O comprometimento dos seus
habitats está associado ao crescimento das chamadas áreas antropizadas (onde a
natureza sofre a ação do homem). Além da degradação do meio afetar diretamente
a manutenção da vida nessas localidades, o avanço desordenado de atividades
humanas sobre o Cerrado proporciona a perda de habitats, o aumento da caça, de
atropelamentos e da disseminação de doenças a partir do contato com cães
domésticos.
Estima-se
que cerca da metade da área original do Cerrado já tenha sido destruída.
Incêndios florestais, obras de infraestrutura para energia hidrelétrica e
demanda por carvão vegetal para a indústria siderúrgica também ameaçam o bioma.
O
lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) pode atingir até um metro de altura e pesar
30 quilos. Sua pelagem laranja avermelhada, além da beleza, lhe confere alguns
apelidos, como lobo-de-crina e lobo-vermelho. Sua gestação dura pouco mais de
dois meses, com média de dois filhotes. Livre na natureza, vive cerca de 15
anos. Além do Brasil, é encontrado na Argentina, Bolívia, Paraguai, Peru e
Uruguai.
Tem comportamento discreto, solitário e pouco ofensivo, preferindo se manter distante dos humanos. Geralmente, pode se alimentar de animais de grande porte, como os veados campeiros, ou de pequeno porte, como roedores, tatus e perdizes, além de frutos típicos do Cerrado, como o araticum (Annona crassiflora) e a lobeira (Solanum lycocarpum), também atuando como importante dispersor de sementes. (ecodebate)
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