Áreas de alerta de desmatamento e degradação na Amazônia
somaram aproximadamente 465 Km2 em maio
Dados obtidos durante
maio pelo DETER, o sistema de detecção do desmatamento em tempo real baseado em
satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mostram que as
áreas de alerta de desmatamento e degradação na Amazônia somaram
aproximadamente 465 km² neste período.
A distribuição das
áreas de alerta e dos percentuais de cobertura de nuvens nos estados da
Amazônia Legal são apresentados na tabela a seguir.
Os resultados do
DETER devem ser analisados em conjunto com as informações sobre a cobertura de
nuvens, que afeta a observação por satélites. As áreas em rosa do mapa a seguir
correspondem aos locais que estiveram encobertos em maio e os pontos amarelos
mostram a localização dos Alertas emitidos pelo DETER.
Mapa de nuvens e
alertas do DETER de maio
Aumento da degradação
Desde 2008, o INPE
submete os resultados do DETER a um processo de validação e qualificação, com o
objetivo de caracterizar os dados quanto ao processo de desmatamento em que a
área está sendo submetida. Para isso, são usadas imagens de sensores a bordo
dos satélites Landsat ou ResourceSat-1 (20-30m resolução) adquiridas em período
equivalente ao das imagens Modis (250m resolução) utilizadas pelo DETER.
Na qualificação dos
desmatamentos, os Alertas são sobrepostos às imagens de resolução espacial mais
fina e então são classificados como Corte Raso ou Degradação Florestal de
Intensidade Leve, Alta ou Moderada.
A qualificação do
DETER é amostral e, em maio de 2013, foi possível avaliar 333,63 km2 (143 polígonos), o
que corresponde a 71,7% da área e 51,8% dos polígonos. O
resultado dessa avaliação aponta que a porcentagem de degradação florestal em
seus três estágios (alta, moderada e leve) atingiu 78% do total avaliado,
enquanto na média de maio de 2008 a fevereiro de 2013 essas classes representam
apenas 26%.
Gráfico mostra
resultado da avaliação dos dados do DETER conforme classificação de tipo e
intensidade do desmatamento
Sistema de alerta
Realizado pela
Coordenação de Observação da Terra do INPE, o DETER é um serviço de alerta de
desmatamento e degradação florestal na Amazônia Legal baseado em dados de
satélite de alta frequência de revisita.
Os alertas produzidos
pelo DETER servem para orientar a fiscalização e garantir ações eficazes de
controle da derrubada da floresta. Embora sejam divulgados relatórios que
reúnem dados de um ou mais meses, os resultados do DETER são enviados quase que
diariamente ao IBAMA.
O DETER utiliza
imagens do sensor MODIS do satélite Terra, com resolução espacial de 250
metros, que possibilitam detectar polígonos de desmatamento com área maior que
25 hectares. Nem todos os desmatamentos são identificados devido à ocorrência
de nuvens.
A menor resolução dos
sensores usados pelo DETER é compensada pela capacidade de observação diária,
que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos
de fiscalização sobre novos desmatamentos.
Este sistema registra
tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da
floresta nativa, quanto áreas com evidência de degradação decorrente de
extração de madeira ou incêndios florestais, casos que fazem parte do processo
de desmatamento na região.
A liberação dos dados
ao público segue cronograma mensal no período de maio a outubro, quando há
grande disponibilidade de imagens sem nuvens na região amazônica. A divulgação
se torna mais espaçada entre novembro e abril, meses que tradicionalmente
apresentam limitações de observação devido às condições meteorológicas.
Os números apontados
pelo DETER são importantes indicadores para os órgãos de controle e
fiscalização. No entanto, para computar a taxa anual do desmatamento por corte
raso na Amazônia, o INPE utiliza o PRODES (www.obt.inpe.br/prodes), que trabalha com imagens de melhor
resolução espacial capazes de mostrar também os pequenos desmatamentos.
A cada divulgação
sobre o sistema de alerta DETER, o INPE apresenta ainda um relatório de
avaliação amostral dos dados. Os relatórios, assim como todos os dados
relativos ao DETER, podem ser consultados em www.obt.inpe.br/deter. (EcoDebate)
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