segunda-feira, 31 de maio de 2021

Queimadas na Amazônia aumentam problemas respiratórios

Brasil gastou em 10 anos quase R$ 1 bilhão com doenças respiratórias causadas pela fumaça das queimadas na região amazônica.

A associação da pandemia com as queimadas pode ter agravado a situação de saúde da população da Amazônia legal.

Estudo da Fiocruz e do WWF-Brasil aponta que as queimadas na Amazônia foram responsáveis pela elevação dos percentuais de internações hospitalares por problemas respiratórios nos últimos 10 anos (2010-2020) nos estados com maiores números de focos de calor: Pará, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Acre. Estas internações custaram quase 1 bilhão aos cofres públicos. O levantamento aponta ainda que a associação da situação da pandemia com as queimadas florestais na Amazônia pode ter agravado a situação de saúde da população da Amazônia legal, pois os poluentes oriundos das queimadas podem causar uma resposta inflamatória persistente e, assim, aumentar o risco de infecção por vírus que atingem o trato respiratório.

O estudo mostra que mesmo com a possível subnotificação, por conta de inconsistências na base de dados do DataSUS, os valores diários de poluentes são extremamente elevados e contribuíram para aumentar em até duas vezes o risco de hospitalização por doenças respiratórias atribuíveis à concentração de partículas respiráveis e  inaláveis finas (fumaça) nos estados analisados.

No Amazonas, 87% das internações hospitalares no período analisado estão relacionadas às altas concentrações de fumaça (partículas respiráveis e inaláveis). O percentual foi de 68% no Pará, de 70% em Mato Grosso e de 70% em Rondônia.  Já as doenças respiratórias associadas às altas concentrações de partículas de poluentes emitidas pelas queimadas respondem por 70% das internações hospitalares registradas no Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.

Queimadas na Amazônia aumentam problemas respiratórios em meio à pandemia de Covid-19.

"A soma da Covid com queimadas é a tempestade perfeita para termos um pico de morte por causa de problemas respiratórios", afirma pesquisadora.

A pesquisadora Sandra Hacon, da Ensp/Fiocruz, afirma que embora os percentuais de internação hospitalar por doenças respiratórias na região tenham se mantido estáveis entre 2010 e 2020, uma parte considerável dessas internações podem ser atribuídas às concentrações de partículas respiráveis finas e inaláveis emitidas por incêndios florestais. “As micropartículas que compõem a fumaça ficam depositadas nas cavidades dos pulmões, agravando os problemas respiratórios”. Elas são um fator de risco para pessoas que já possuem comorbidades.

“Vemos um impacto à saúde e perda da qualidade de bem-estar das pessoas, além do elevado custo econômico das doenças respiratórias para o SUS”, explica. “A fragilização do sistema respiratório é extremamente preocupante no atual cenário de uma pandemia que também causa problemas respiratórios”. “Essa sobreposição sugere que a região da Amazônia legal tenderá a ter seu sistema de saúde pressionado, já que as queimadas são mais intensas nos meses de seca, que se iniciam dentro de poucas semanas”, alerta. Importante salientar que em 2020 o Brasil alcançou o maior número de queimadas na década. Segundo o INPE/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais a floresta amazônica registrou 103.161 focos ante 89.171 em 2019, aumento de 15,7%. Essa tendência contínua de destruição impacta diretamente não só na saúde das pessoas, mas em todo o ecossistema, que sofre todos os anos durante o ciclo das queimadas intensificado no período de seca, ressalta Edegar de Oliveira, diretor de Conservação e Restauração do WWF-Brasil. Ele aponta que “as queimadas fazem parte da dinâmica de destruição da Amazônia”. Áreas desmatadas são posteriormente queimadas para “limpar” o terreno, abrindo espaço para a pastagem, a agricultura ou a simples especulação fundiária.

A temporada das queimadas amazônica esta chegando, Amazônia novamente estará Chamas: Fumaça das queimadas aumenta doenças respiratórias.

A poluição no ar de monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio agrava o quadro de saúde de pessoas infectadas pelo coronavírus.

“A associação entre o desmatamento, queimadas e degradação da floresta traz um custo muito alto para todos nós, especialmente para os povos da floresta, e para o clima do planeta”, afirma. O Estudo traz algumas recomendações para o poder público:

– Os sistemas oficiais de vigilância e monitoramento em saúde precisam de evolução e melhorias sistemáticas, especialmente aqueles direcionados às populações indígenas da Amazônia;

– Políticas consistentes de redução do desmatamento e queimadas na Amazônia são críticas e imediatas, pois o combate ao desmatamento e à degradação do bioma amazônico é fundamental para a garantia de direitos básicos das populações locais, como acesso à saúde e um ambiente saudável e sustentável;

– Desenvolvimento e implementação de programas de vigilância epidemiológica e ambiental efetivos, direcionados à população amazônica exposta aos incêndios florestais, principalmente os grupos mais vulneráveis, como gestantes, crianças, idosos, e aquelas pessoas que apresentam comorbidades precisam de atenção dedicada;

– Necessidade iminente de esforço preventivo no controle de zoonoses, pois os custos associados aos esforços preventivos são substancialmente menores, comparados com os custos econômicos, sociais e de saúde no controle de potenciais epidemias e ou pandemias.

Queimadas na Amazônia aumentam internações.

Metodologia do estudo

Foi analisada a relação das tendências da morbidade hospitalar (a taxa de internações registradas em hospitais) por doenças do aparelho respiratório no período de 2010 a 2020 e as concentrações estimadas de emissões de partículas respiráveis finas (PM2,5), presentes na fumaça de incêndios florestais no mesmo período, investigando os potenciais impactos à saúde nos estados com os maiores registros de focos de calor provenientes das queimadas na Amazônia Brasileira, segundo o INPE – Pará, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Acre, que apresentaram  maior número de focos de queimadas registrados no período analisado – 2010-2020.

O estudo observou as séries temporais diárias de morbidade hospitalar por doenças do aparelho respiratório obtidas no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), pelo Sistema de Informação sobre internação hospitalar/SIH e analisados por dia, mês e ano no período de 1º de janeiro de 2010 a 31 de outubro de 2020, segundo a unidade de federação de residência. As internações hospitalares por doenças respiratórias relacionadas ao COVID-19 para cálculo da tendência retrospectiva foram excluídas. Portanto, as internações hospitalares derivadas do COVID-19, não entraram no conjunto das causas de hospitalizações.

Os pesquisadores selecionaram informações referentes ao valor em R$ gasto com as hospitalizações de baixa e alta complexidade (Unidades de Terapia Intensiva – UTI) por doenças do aparelho respiratório para estimativa do custo econômico em saúde dessas hospitalizações que pudesse ser atribuível à poluição decorrente das queimadas.

As estimativas de concentração do material particulado (PM2,5) foram obtidas por meio de dados de satélite da NASA, com as informações de profundidade óptica de aerossóis (Aerosol Optical Depth – AOD) convertidas por modelagem matemática em estimativas de concentração de PM2,5 e disponibilizadas para acesso público pelo Copernicus Atmosphere Monitoring Service (CAMS), que é o mais recente conjunto de dados de reanálise global de composição atmosférica produzida pelo Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF).

Começa a temporada em que a Amazônia estará queimando, mais uma vez floresta estará em chamas! (ecodebate)

Indicadores e impactos das mudanças climáticas pioraram em 2020

2020 foi um dos três anos mais quentes já registrados, apesar do resfriamento do La Niña; Condições meteorológicas extremas e COVID-19 combinados em um golpe duplo.
Condições meteorológicas extremas combinadas com COVID-19 em um golpe duplo para milhões de pessoas em 2020. No entanto, a desaceleração econômica relacionada à pandemia não conseguiu travar os impulsionadores das mudanças climáticas e acelerar os impactos, de acordo com um novo relatório compilado pela Organização Meteorológica Mundial/OMM e uma extensa rede de parceiros.

O relatório sobre o Estado do Clima Global 2020 documenta indicadores do sistema climático, incluindo concentrações de gases de efeito estufa, aumento da temperatura da terra e do oceano, aumento do nível do mar, derretimento do gelo e recuo das geleiras e condições meteorológicas extremas. Também destaca os impactos no desenvolvimento socioeconômico, migração e deslocamento, segurança alimentar e ecossistemas terrestres e marinhos.

2020 foi um dos três anos mais quentes já registrados, apesar de um evento refrescante de La Niña. A temperatura média global era cerca de 1,2°C acima do nível pré-industrial (1850-1900). Os 6 anos desde 2015 foram os mais calorosos já registrados. 2011-2020 foi a década mais quente já registrada.

“Já se passaram 28 anos desde que a Organização Meteorológica Mundial emitiu o primeiro relatório do estado do clima em 1993, devido às preocupações levantadas na época sobre as mudanças climáticas projetadas. Embora a compreensão do sistema climático e da capacidade de computação tenham aumentado desde então, a mensagem básica permanece a mesma e agora temos mais 28 anos de dados que mostram aumentos significativos de temperatura na terra e no mar, bem como outras mudanças como aumento do nível do mar, derretimento de gelo marinho e geleiras e mudanças nos padrões de precipitação. Isso ressalta a robustez da ciência do clima com base nas leis físicas que regem o comportamento do sistema climático ”, disse o Secretário-Geral da OMM, Prof. Petteri Taalas.

“Todos os indicadores-chave do clima e as informações de impacto associadas fornecidas neste relatório destacam a mudança climática implacável e contínua, uma ocorrência e intensificação cada vez maior de eventos extremos e perdas e danos graves, afetando pessoas, sociedades e economias. A tendência negativa do clima continuará nas próximas décadas, independentemente de nosso sucesso na mitigação. Portanto, é importante investir em adaptação. Uma das formas mais poderosas de adaptação é investir em serviços de alerta precoce e redes de observação do tempo. Vários países menos desenvolvidos têm grandes lacunas em seus sistemas de observação e carecem de serviços meteorológicos, climáticos e de água de última geração”, disse o Prof. Taalas.

O Prof. Taalas juntou-se ao Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, no lançamento do relatório principal da OMM em uma conferência de imprensa em 19 de abril. Ele vem antes da Cúpula Virtual de Líderes sobre Clima de 22 e 23 de abril, convocada pelos Estados Unidos da América. O presidente Biden está buscando galvanizar os esforços das principais economias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e cumprir as metas do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas para manter o aumento da temperatura bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais até o final do século, e a 1,5°C, se possível.

“Este relatório mostra que não temos tempo a perder. O clima está mudando e os impactos já são muito caros para as pessoas e para o planeta. Este é o ano de ação. Os países precisam se comprometer com emissões líquidas zero até 2050. Eles precisam apresentar, bem antes da COP26 em Glasgow, planos climáticos nacionais ambiciosos que reduzirão coletivamente as emissões globais em 45% em comparação com os níveis de 2010 até 2030. E eles precisam agir agora para proteger as pessoas contra os efeitos desastrosos das mudanças climáticas”, disse o Secretário-Geral da ONU.

Em 2020, o COVID-19 adicionou uma dimensão nova e indesejável aos perigos relacionados ao clima, ao clima e à água, com impactos combinados de amplo alcance na saúde e no bem-estar humanos. Restrições de mobilidade, crises econômicas e interrupções no setor agrícola exacerbaram os efeitos de eventos climáticos e meteorológicos extremos ao longo de toda a cadeia de abastecimento alimentar, elevando os níveis de insegurança alimentar e retardando a entrega de assistência humanitária. A pandemia também interrompeu as observações meteorológicas e complicou os esforços de redução do risco de desastres.

O relatório ilustra como as mudanças climáticas representam um risco para o cumprimento de muitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, por meio de uma cadeia em cascata de eventos inter-relacionados. Isso pode contribuir para reforçar ou agravar as desigualdades existentes. Além disso, existe o potencial para ciclos de feedback que ameaçam perpetuar o ciclo vicioso das mudanças climáticas.

As informações usadas neste relatório são obtidas de um grande número de Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais e instituições associadas, bem como Centros Climáticos Regionais. Os parceiros da ONU incluem a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura/FAO, o Fundo Monetário Internacional/FMI, a Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO/IOC-UNESCO, a Organização Internacional para as Migrações/IOM, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente/UNEP, Alto Comissariado da ONU para os Refugiados/ACNUR, o Programa Alimentar Mundial/PAM e da Organização Mundial de Saúde.

Ele atualiza uma versão provisória lançada em dezembro/2020 e é acompanhado por um mapa da história sobre indicadores climáticos globais.

Gases de efeito estufa

As concentrações dos principais gases de efeito estufa continuaram a aumentar em 2019 e 2020. As frações molares médias globais de dióxido de carbono/CO2 já ultrapassaram 410 partes por milhão (ppm), e se a concentração de CO2 seguir o mesmo padrão dos anos anteriores, poderia atingir ou ultrapassar 414 ppm em 2021, de acordo com o relatório. A desaceleração econômica reduziu temporariamente as novas emissões de gases de efeito estufa, de acordo com o PNUMA, mas não teve impacto perceptível nas concentrações atmosféricas.

O oceano

O oceano absorve cerca de 23% das emissões anuais de CO2 antropogênico para a atmosfera e atua como um amortecedor contra as mudanças climáticas. No entanto, o CO2 reage com a água do mar, baixando seu pH e levando à acidificação do oceano. Isso, por sua vez, reduz sua capacidade de absorver CO2 da atmosfera. A acidificação e desoxigenação dos oceanos continuaram, impactando os ecossistemas, a vida marinha e a pesca, de acordo com o IOC-UNESCO.

O oceano também absorve mais de 90% do excesso de calor das atividades humanas. 2019 viu o maior conteúdo de calor oceânico já registrado e essa tendência provavelmente continuou em 2020. A taxa de aquecimento dos oceanos na última década foi maior do que a média de longo prazo, indicando uma absorção contínua de calor aprisionado pelos gases de efeito estufa, de acordo com o Serviço marítimo Copernicus da UE.

Mais de 80% da área do oceano experimentou pelo menos uma onda de calor marinha em 2020. Porcentagem do oceano que experimentou ondas de calor marinho “fortes” (45%) foi maior do que aquela que experimentou ondas de calor marinho “moderadas” (28%).

O nível médio global do mar aumentou ao longo do registro do altímetro do satélite (desde 1993). Recentemente, tem aumentado a uma taxa mais elevada, em parte devido ao aumento do derretimento das camadas de gelo na Groenlândia e na Antártica. Uma pequena queda no nível médio global do mar no verão de 2020 foi provavelmente associada ao desenvolvimento das condições de La Niña. No geral, o nível médio do mar global continuou a aumentar em 2020.

A criosfera

 Desde meados da década de 1980, as temperaturas do ar da superfície do Ártico aqueceram pelo menos duas vezes mais rápido que a média global. Isso tem implicações potencialmente grandes não apenas para os ecossistemas árticos, mas também para o clima global por meio de vários feedbacks, como o degelo do permafrost liberando metano na atmosfera.

A extensão mínima do gelo marinho do Ártico em 2020 após o derretimento do verão foi 3,74 milhões de km2, marcando apenas a segunda vez registrada que encolheu para menos de 4 milhões de km2. Extensões recordes de gelo marinho foram observadas nos meses de julho e outubro. As altas temperaturas recordes ao norte do Círculo Polar Ártico na Sibéria desencadearam uma aceleração do derretimento do gelo marinho nos mares da Sibéria Oriental e de Laptev, que viram uma onda de calor marinha prolongada. O recuo do gelo marinho durante o verão de 2020 no Mar de Laptev foi o mais antigo observado na era dos satélites.

O manto de gelo da Groenlândia continuou a perder massa. Embora o balanço de massa da superfície estivesse próximo da média de longo prazo, a perda de gelo devido ao surgimento do iceberg foi no ponto mais alto do recorde de satélite de 40 anos. No total, aproximadamente 152 Gt de gelo foram perdidos do manto de gelo da Groenlândia entre setembro de 2019 e agosto de 2020.

A extensão do gelo marinho da Antártica permaneceu perto da média de longo prazo. No entanto, o manto de gelo da Antártica exibiu uma forte tendência de perda de massa desde o final da década de 1990. Essa tendência se acelerou por volta de 2005 e, atualmente, a Antártica perde aproximadamente 175 a 225 Gt por ano, devido ao aumento das taxas de fluxo das principais geleiras na Antártica Ocidental e na Península Antártica.

Uma perda de 200 Gt de gelo por ano corresponde a cerca de duas vezes a vazão anual do rio Reno na Europa.
Inundações e secas

Chuvas fortes e inundações extensas ocorreram em grandes partes da África e da Ásia em 2020. Chuvas fortes e inundações afetaram grande parte do Sahel e do Grande Chifre da África, provocando um surto de gafanhotos no deserto. O subcontinente indiano e áreas vizinhas, China, República da Coréia e Japão, e partes do Sudeste Asiático também receberam chuvas anormalmente altas em várias épocas do ano.

A seca severa afetou muitas partes do interior da América do Sul em 2020, sendo as áreas mais afetadas o norte da Argentina, o Paraguai e as áreas da fronteira oeste do Brasil. As perdas agrícolas estimadas foram de cerca de US $ 3 bilhões no Brasil, com perdas adicionais na Argentina, Uruguai e Paraguai.

A seca de longo prazo continuou a persistir em partes do sul da África, particularmente nas províncias do Cabo Setentrional e Oriental da África do Sul, embora as chuvas de inverno tenham ajudado na recuperação contínua da situação de seca extrema que atingiu seu pico em 2018.

Calor e fogo

Em uma grande região do Ártico Siberiano, as temperaturas em 2020 eram mais de 3°C acima da média, com uma temperatura recorde de 38°C na cidade de Verkhoyansk. Isso foi acompanhado por incêndios florestais prolongados e generalizados.

Nos EUA, os maiores incêndios já registrados ocorreram no final do verão e no outono. A seca generalizada contribuiu para os incêndios, e julho a setembro foram os mais quentes e secos já registrados para o sudoeste. O Vale da Morte, na Califórnia, atingiu 54,4°C em 16 de agosto, a temperatura mais alta conhecida no mundo nos últimos 80 anos.

No Caribe, grandes ondas de calor ocorreram em abril e setembro. Cuba viu um novo recorde nacional de temperatura de 39,7°C em 12 de abril. O calor extremo posterior em setembro viu recordes nacionais ou territoriais estabelecidos para Dominica, Grenada e Porto Rico.

A Austrália quebrou recordes de calor no início de 2020, incluindo a temperatura mais alta observada em uma área metropolitana australiana, no oeste de Sydney, quando Penrith atingiu 48,9°C.

O verão foi muito quente em partes do Leste Asiático. Hamamatsu (41°C) igualou o recorde nacional do Japão em 17 de agosto.

A Europa experimentou secas e ondas de calor durante o verão de 2020, embora geralmente não tenham sido tão intensas em 2018 e 2019. No leste do Mediterrâneo, com recordes de todos os tempos estabelecidos em Jerusalém (42,7°C) e Eilat (48,9°C) em 4 de setembro, após uma onda de calor no final de julho no Oriente Médio em que o aeroporto do Kuwait atingiu 52,1°C e Bagdá 51,8°C.

Ciclones tropicais

Com 30 tempestades nomeadas, a temporada de furacões de 2020 no Atlântico Norte teve o maior número de tempestades registradas já registradas. Houve um recorde de 12 aterrissagens nos Estados Unidos da América, quebrando o recorde anterior de nove. O furacão Laura atingiu a intensidade da categoria 4 e atingiu a costa em 27 de agosto no oeste da Louisiana, causando grandes danos e US$ 19 bilhões em perdas econômicas. Laura também foi associada a grandes danos causados por enchentes no Haiti e na República Dominicana em sua fase de desenvolvimento.

A última tempestade da temporada, Iota, também foi a mais intensa, alcançando a categoria 5 antes do landfall na América Central.

O ciclone Amphan, que atingiu a costa em 20 de maio perto da fronteira Índia-Bangladesh, foi o ciclone tropical mais caro já registrado para o Oceano Índico Norte, com perdas econômicas relatadas na Índia de aproximadamente US$ 14 bilhões.

O ciclone tropical mais forte da temporada foi o tufão Goni (Rolly). Ele cruzou o norte das Filipinas em 1º de novembro com uma velocidade média do vento de 10 minutos de 220 km / h (ou mais) em seu landfall inicial, tornando-se um dos landfalls mais intensos já registrados.

O ciclone tropical Harold teve impactos significativos nas ilhas do norte de Vanuatu em 6 de abril, afetando cerca de 65% da população e também resultando em danos em Fiji, Tonga e nas Ilhas Salomão.

A tempestade Alex no início de outubro trouxe ventos extremos para o oeste da França com rajadas de até 186 km / h, enquanto fortes chuvas se espalharam por uma vasta área. 3 de outubro foi o dia mais chuvoso com média de área registrada para o Reino Unido com uma média nacional de 31,7 mm, enquanto chuvas extremas ocorreram perto da costa do Mediterrâneo em ambos os lados da fronteira França-Itália, com totais de 24 horas excedendo 600 mm em Itália e 500 mm na França.

Outras grandes tempestades severas incluíram uma tempestade de granizo em Calgary/Canadá em 13 de junho, com perdas seguradas superiores a US $ 1 bilhão e uma tempestade de granizo em Trípoli/Líbia em 27 de outubro, com granizo de até 20 cm, acompanhada por condições excepcionalmente frias.

Impactos do COVID-19

Mais de 50 milhões de pessoas foram duplamente atingidas em 2020 por desastres relacionados ao clima (inundações, secas e tempestades) e pela pandemia COVID-19, de acordo com a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Isso piorou a insegurança alimentar e acrescentou outra camada de risco às operações de evacuação, recuperação e socorro relacionadas a eventos de alto impacto.

O ciclone Harold, que atingiu Fiji, Ilhas Salomão, Tonga e Vanuatu e foi uma das tempestades mais fortes já registradas no Pacífico Sul, provocou cerca de 99.500 deslocamentos. Devido aos bloqueios e quarentenas do COVID-19, as operações de resposta e recuperação foram prejudicadas, levando a atrasos no fornecimento de equipamentos e assistência.

Nas Filipinas, embora mais de 180.000 pessoas tenham sido evacuadas preventivamente antes do Ciclone Tropical Vongfong (Ambo) em meados de maio, a necessidade de medidas de distanciamento social significava que os residentes não podiam ser transportados em grande número e os centros de evacuação só podiam ser usados na metade da capacidade.

No norte da América Central, cerca de 5,3 milhões de pessoas precisavam de assistência humanitária, incluindo 560 mil deslocados internos antes do início da pandemia. As respostas aos furacões Eta e Iota, portanto, ocorreram no contexto de vulnerabilidades complexas e interligadas.

Insegurança alimentar

Após décadas de declínio, o aumento da insegurança alimentar desde 2014 está sendo impulsionado por conflitos e desaceleração econômica, bem como pela variabilidade climática e eventos climáticos extremos. Quase 690 milhões de pessoas, ou 9% da população mundial, estavam desnutridas e cerca de 750 milhões, ou quase 10%, foram expostas a níveis severos de insegurança alimentar em 2019. Entre 2008 e 2018, os impactos dos desastres custaram aos setores agrícolas das economias dos países em desenvolvimento, mais de US $ 108 bilhões em safras danificadas ou perdidas e produção de gado. O número de pessoas classificadas em condições de crise, emergência e fome aumentou para quase 135 milhões de pessoas em 55 países em 2019, de acordo com a FAO e o PMA.

Os efeitos da pandemia de COVID-19 prejudicaram os sistemas agrícolas e alimentares, invertendo as trajetórias de desenvolvimento e retardando o crescimento econômico. Em 2020, a pandemia afetou diretamente a oferta e a demanda de alimentos, com interrupções nas cadeias de abastecimento locais, nacionais e globais, comprometendo o acesso a insumos agrícolas, recursos e serviços necessários para sustentar a produtividade agrícola e garantir a segurança alimentar. Como resultado das restrições de movimento agravadas por desastres relacionados ao clima, desafios significativos foram colocados para gerenciar a insegurança alimentar em todo o mundo, de acordo com a FAO.

Deslocamento

Na última década (2010–2019), eventos relacionados ao clima desencadearam cerca de 23,1 milhões de deslocamentos de pessoas em média a cada ano, a maioria deles dentro das fronteiras nacionais, de acordo com o Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno. Cerca de 9,8 milhões de deslocamentos, em grande parte devido a desastres e riscos hidro meteorológicos, foram registrados durante o primeiro semestre de 2020, principalmente concentrados no Sul e Sudeste Asiático e no Chifre da África.

Os eventos na segunda metade do ano, incluindo deslocamentos ligados a inundações na região do Sahel, a temporada ativa de furacões no Atlântico e impactos de tufões no sudeste da Ásia, devem trazer o total do ano para perto da média da década.

De acordo com a IOM e o ACNUR, muitas situações de deslocamento desencadeadas por eventos hidro meteorológicos tornaram-se prolongadas ou prolongadas para as pessoas que não podem retornar às suas antigas casas ou sem opções de integração local ou estabelecimento em outro lugar. Eles também podem estar sujeitos a deslocamentos repetidos e frequentes, deixando pouco tempo para a recuperação entre um choque e o seguinte.

Lições e oportunidades para melhorar a ação climática

De acordo com o Fundo Monetário Internacional, embora a atual recessão global causada pela pandemia COVID-19 possa dificultar a implementação das políticas necessárias para a mitigação, ela também apresenta oportunidades para colocar a economia em um caminho mais verde, aumentando o investimento em áreas verdes e resilientes infraestrutura pública, apoiando assim o PIB e o emprego durante a fase de recuperação.

Políticas de adaptação destinadas a aumentar a resiliência a um clima em mudança, como o investimento em infraestrutura à prova de desastres e sistemas de alerta precoce, compartilhamento de riscos por meio de mercados financeiros e o desenvolvimento de redes de segurança social, podem limitar o impacto de choques relacionados ao clima e ajudar o economia se recupera mais rápido.

Impacto nas alterações climáticas agravaram-se em 2020 e Covid-19 só piorou, revela estudo.

Concentrações de gases com efeito de estufa continuaram a aumentar nos últimos dois anos e a concentração de dióxido de carbono seguiu os mesmos padrões de aumento.  (ecodebate)

Queima de combustíveis fósseis eleva emissões de gases estufa no Sudeste

Queima de combustíveis fósseis eleva emissões de gases de efeito estufa no Sudeste.
Consumo de energia, especialmente nos transportes, é a principal fonte de gases de efeito estufa na região Sudeste, mostra mapeamento municipal inédito do Observatório do Clima.

O setor de energia é a principal fonte de gases de efeito estufa entre os municípios mais emissores no Sudeste brasileiro. A região liberou 396,2 milhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO2e) na atmosfera em 2018, o correspondente a 20% do total nacional. O uso e a produção de energia respondem pela maior parte (44%) desse total. Os dados constam da primeira edição do SEEG Municípios, uma iniciativa do Observatório do Clima. O cálculo considera o CO2 e outros gases de efeito estufa, como metano (CH4) e óxido nitroso (N2O).

Chama a atenção o fato de que o setor de energia é o principal emissor em apenas 22% dos 1.668 municípios do Sudeste. Na maioria das cidades (67%), é a atividade agropecuária a maior responsável pela liberação de gases de efeito estufa na região. Apesar disso, em termos absolutos, a agricultura e a pecuária emitiram menos em comparação ao setor de energia.

“Isso ocorre porque municípios mais populosos, como capitais e grandes áreas metropolitanas, têm no setor de energia sua principal fonte de emissões, sobretudo devido ao consumo de combustíveis fósseis nos transportes”, explica Felipe Barcellos e Silva, pesquisador do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), organização responsável por compilar as informações sobre esse setor.

Com o crescimento urbano decapitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, as emissões de gases de efeito estufa decorrentes do consumo de energia também aumentaram, avalia Barcellos. “Em 2000, o Sudeste emitiu 120 milhões de toneladas de CO2e no âmbito do setor de energia. Em 2018, foram mais de 173 milhões de toneladas de CO2e.”

Além da circulação de veículos movidos por motor a combustão, a queima de combustíveis fósseis também se destina a aquecer fornos industriais ou gerar energia mecânica e elétrica. Nos municípios fluminenses de Duque de Caxias e Macaé, por exemplo, as usinas termelétricas fósseis são as principais fontes de emissão de GEE.

Em Serra (ES), grande parte das emissões decorre do uso de combustíveis como coque de carvão mineral, a fim de se produzir ferro gusa e aço. “Nesse caso, o setor siderúrgico utiliza o combustível em processos industriais que visam a transformação química de materiais”, esclarece Barcellos.

Outro fator relevante na conta das emissões no Sudeste é o refino e o processamento de petróleo para a produção de diesel e gasolina, além de outros derivados, concentrada em municípios como Paulínia e São José dos Campos, no interior de São Paulo.

No quadro geral, as emissões do Sudeste aumentaram se comparadas com o total registrado no ano de 2000, quando a região emitiu 367,8 milhões de toneladas de CO2e. Além do setor de energia, a agropecuária também contribuiu para elevar as quantidades de gases de efeito estufa liberados na região. Nessa categoria, as emissões subiram de 95,7 milhões de toneladas de CO2e em 2000, para 99,6 milhões de toneladas em 2018.

A maioria dos municípios que mais emitem nesse setor está em Minas Gerais, informa Renata Potenza, coordenadora de projetos do Imaflora, uma das entidades que participaram do levantamento. “O estado corresponde a 55% das emissões provenientes da agropecuária na região Sudeste, devido principalmente à produção de gado de corte e de leite.” É o caso, por exemplo, das cidades mineiras de Uberaba, Unaí, Prata e Uberlândia.

“A chamada fermentação entérica é um dos fatores que contribuem para as emissões no âmbito da agropecuária”, diz Potenza. Ela se refere ao processo de digestão do rebanho bovino, durante o qual os animais liberam gás metano via eructação – o popular “arroto” do boi. Outro agente causador de emissões é o manejo do solo para o cultivo de soja e outras commodities. “A emissão de N2O em solos manejados decorre da aplicação de fertilizantes nitrogenados, da deposição de dejetos animais na pastagem e de resquícios agrícolas que passam por decomposição”, explica Potenza.

As emissões provenientes do setor de resíduos também apresentaram aumento no Sudeste. A liberação de gases de efeito estufa, nessa categoria, saltou de 31,7 milhões de toneladas de CO2e em 2000, para 42,6 milhões de toneladas em 2018. “Embora responda por apenas 4% das emissões brutas do Brasil, o tratamento de resíduos é uma fonte importante para as cidades, especialmente as mais populosas”, analisa Iris Coluna, engenheira ambiental do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade.

O Sudeste responde por 45% das emissões nacionais provenientes do descarte de resíduos. A cidade do Rio de Janeiro lidera esse setor, com 5,7 milhões de toneladas CO2e liberados em 2018, seguida por São Paulo, que, apesar de ter o dobro da população, emitiu 5,4 milhões de toneladas de CO2e. “A capital paulista apresenta maior eficiência no tratamento de lixo e na captura de metano para gerar energia em aterros sanitários”, diz Coluna.

A principal fonte de emissão no setor é a disposição final de resíduos sólidos em aterros sanitários, aterros controlados ou lixões. Em relação a isso, Coluna faz uma ressalva. “As emissões de municípios que depositam seus resíduos em aterros localizados fora da fronteira da cidade podem estar superestimadas.” Ela cita como exemplo o município de Caieiras (SP), onde se localiza o Aterro CTR Caieiras, que utiliza o biogás produzido como combustível para geração de energia elétrica.

Ocorre que, enquanto a estimativa de emissão de CO2e é realizada com base na quantidade de resíduos gerados em cada cidade, a taxa de recuperação de metano é baseada na localização do aterro sanitário. Como o Aterro CTR Caieiras recebe lixo doméstico coletado em cidades vizinhas, entre elas São Paulo, a recuperação de metano em Caieiras é bem maior do que as emissões por resíduos registradas no município.

A única atividade que apresentou redução das emissões no Sudeste foi a de mudanças de uso da terra e florestas, em sua maior parte provenientes do desmatamento. Em 2000, a região havia emitido 75,5 milhões de toneladas de CO2e; já em 2018, a taxa caiu para 34,1 milhões de toneladas de CO2e.

“Regiões que não mais apresentam grandes alterações de uso da terra possivelmente indicam que muitas áreas de vegetação nativa já foram degradadas em décadas anteriores”, avalia Bárbara Zimbres, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). De acordo com ela, as emissões por desmatamento estão mais concentradas ao norte de Minas Gerais, em municípios como João Pinheiro, Buritizeiro e Paracatu, onde a produção pecuária também é destacada.

“Além disso, a região Sudeste tem menos grilagem de terras públicas ou áreas indígenas quando comparada à região Norte. Isso porque as terras do Sudeste são menores em extensão e, portanto, mais fáceis de serem fiscalizadas”, comenta Zimbres.

O levantamento do Observatório do Clima não é feito só de emissões. As análises também levam em consideração ações de remoção de gases de efeito estufa colocadas em prática nos municípios. “É possível remover CO2 da atmosfera a partir de alterações de cobertura e uso da terra”, afirma Zimbres. “Isso pode ser feito por meio do manejo de áreas protegidas, como terras indígenas, ou de florestas secundárias, formadas em áreas degradadas”, explica a pesquisadora.

Mesmo com altas taxas de desmatamento, as cidades mineiras de João Pinheiro, Buritizeiro conseguem remover volumes consideráveis de carbono da atmosfera, reduzindo as chamadas emissões líquidas. Ao todo, o Sudeste foi responsável pela remoção de 56,8 milhões de toneladas de CO2e da atmosfera em 2018, graças à vegetação secundária, principalmente em Minas Gerais.

Para Iris Coluna, um dos méritos do SEEG Municípios é disponibilizar dados locais para que cada cidade possa elaborar suas próprias estratégias de redução de emissões. “Ter acesso a esse tipo de informação é importante, porque permite que o município compreenda sua realidade ambiental e enfrente os problemas de maneira mais efetiva.”

Na visão do engenheiro florestal Tasso Azevedo, coordenador-geral do SEEG, o levantamento fornece informações para que gestores municipais e outros atores sociais possam se concentrar exclusivamente na elaboração de planos e políticas públicas.

“Até hoje, menos de 5% dos municípios brasileiros tinham algum inventário de emissões de gases de efeito estufa. Como os dados são disponibilizados de forma aberta e gratuita, significam também uma enorme economia de recursos públicos, que podem ser direcionados em ações para reduzir emissões”, observa Azevedo. (ecodebate)

sábado, 29 de maio de 2021

Rebaixamento do lençol freático

Rebaixamento do lençol freático: uma gravíssima realidade a ser definitivamente enfrentada.
T
odos os indicadores apontam para a urgente necessidade de adoção rígida de planos de gestão para a abertura e para a exploração de poços profundos em todo o território nacional

Não é de hoje que o fenômeno é conhecido e suas graves consequências são medidas e aquilatadas em suas variáveis econômica, social e geológica.

Nas áreas rurais o principal fator de rebaixamento do lençol está na total falta de controle da exploração de poços profundos para a irrigação de lavouras. Como exemplo, o sertão baiano da região de Irecê, tradicional produtora de feijão e cebola enfrenta crises agrícolas com o severo rebaixamento de seus níveis freáticos. Esse rebaixamento é decorrente da generalizada sobre-exploração de seu aquífero cárstico. Mas Irecê é apenas um exemplo didático de um fenômeno hoje generalizado nas regiões agrícolas que se utilizam da água subterrânea. O motivo é sobejamente conhecido: total descontrole dos regimes de exploração dos aquíferos subterrâneos.

Nas áreas urbanas, seja pelo aumento do escoamento superficial promovido pela impermeabilização das áreas de recarga, seja também pela sobre-exploração de poços profundos, expediente hoje largamente utilizado por vários empreendimentos como, indústrias, galpões logísticos, hotéis, motéis, médios e grandes edifícios, hospitais, condomínios, shoppings, etc., observa-se a mesma tendência de rebaixamento do lençol freático.

Especialmente nas áreas urbanas agrega-se ao problema geral de perda de reservas hídricas a potencialização de graves fenômenos de ordem geológico-geotécnica advindos da alteração do comportamento geotécnico de solos e de abatimentos de terrenos promovidos por desequilíbrios hidráulicos em regiões cársticas, como é o caso dos municípios de Cajamar/SP, Sete Lagoas/MG, Almirante Tamandaré/PR, Bocaiúva do Sul/PR, Colombo/PR, Vazante/MG, Teresina/PI, Lapão/BA, e várias outras localidades.

O diagnóstico é sempre o mesmo: ausência de planos e regras de gestão e monitoramento da exploração dos poços profundos executados. Na cidade de São Paulo há regiões em que o lençol freático já observa rebaixamentos de cerca de 4 metros, o que em termos de perda de reservas hídricas implica em graves consequências, especialmente tendo em conta que a fonte subterrânea já compõe cerca de 10% do total do abastecimento hídrico da metrópole paulista. Mais grave se torna o fenômeno em municípios que tem na água subterrânea sua principal fonte de recursos hídricos para o abastecimento da população.

Enfim, todos os indicadores apontam para a urgente necessidade de adoção rígida de planos de gestão para a abertura e para a exploração de poços profundos em todo o território nacional. Esse já antigo alerta técnico deve finalmente sair de nossos limitados textos congressuais e acadêmicos para se tornar uma exigência política a ser colocada às autoridades competentes. (ecodebate)

Plano trilionário captura CO2 do ar e esfria a Terra

O plano trilionário para capturar CO2 do ar e esfriar a Terra.
O ano é 2050. Saia do Museu do Petróleo da Bacia do Permiano, no Estado americano do Texas, e dirija em direção ao norte atravessando a vegetação castigada pelo sol, onde algumas bombas de óleo remanescentes compõem a paisagem, e você vai se deparar com um palácio cintilante.

A terra aqui é espelhada: as ondas azul-prateadas de um imenso painel solar se estendem em todas as direções.

Ao longe, eles esbarram em uma parede cinza colossal de 5 andares de altura e quase um quilômetro de comprimento. Atrás deste muro, você avista as tubulações e pórticos de uma fábrica de produtos químicos.

Conforme você se aproxima, vê que a parede está se movendo – ela é inteiramente composta de ventiladores enormes que giram em caixas de aço. Parece um aparelho de ar-condicionado gigantesco, soprando em proporções inacreditáveis.

De certa forma, é exatamente isso. Você está olhando para uma usina de captura direta de ar (DAC, na sigla em inglês), uma das dezenas de milhares do tipo em todo o mundo. Juntas, elas estão tentando resfriar o planeta sugando dióxido de carbono do ar.

Esta paisagem texana ficou famosa pelos bilhões de barris de petróleo extraídos de suas profundezas durante o século 20. Agora, o legado desses combustíveis fósseis – o CO2 em nosso ar – está sendo bombeado de volta para os reservatórios vazios.

Se o mundo deseja cumprir as metas do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5°C até 2100, paisagens como esta podem ser necessárias em meados do século.

Mas voltemos por um momento até 2021, para Squamish, na Província canadense de British Columbia, onde, em contraste com um horizonte bucólico de montanhas nevadas, estão sendo feitos os últimos retoques em um dispositivo do tamanho de um celeiro coberto com uma lona azul.

Quando entrar em operação, em setembro, o protótipo da usina de captura direta de ar da Carbon Engineering começará a remover 1 tonelada de CO2 do ar todos os anos.

Esta paisagem texana ficou famosa pelos bilhões de barris de petróleo extraídos de suas profundezas durante o século 20. Agora, o legado desses combustíveis fósseis – o CO2 em nosso ar – está sendo bombeado de volta para os reservatórios vazios.

Se o mundo deseja cumprir as metas do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 °C até 2100, paisagens como esta podem ser necessárias em meados do século.

Mas voltemos por um momento até 2021, para Squamish, na Província canadense de British Columbia, onde, em contraste com um horizonte bucólico de montanhas nevadas, estão sendo feitos os últimos retoques em um dispositivo do tamanho de um celeiro coberto com uma lona azul.

Quando entrar em operação, em setembro, o protótipo da usina de captura direta de ar da Carbon Engineering começará a remover 1 tonelada de CO2 do ar todos os anos.

O hidróxido de potássio absorve CO2 do ar. O líquido é canalizado para uma segunda câmara e misturado com hidróxido de cálcio, a cal usada na construção civil, que se prende ao CO2 dissolvido, produzindo pequenos flocos de calcário.

Esses flocos são peneirados e aquecidos em uma terceira câmara, de calcinação, até que se decomponham, liberando CO2 puro, que é capturado e armazenado. Em cada etapa, os resíduos químicos são reciclados.

Com as emissões globais de carbono continuando a aumentar, a meta climática de 1,5°C parece cada vez menos provável de ser alcançada sem intervenções como essa.

"O número de coisas que teriam que acontecer sem a captura direta de ar é tão extenso e variado que é altamente improvável que sejamos capazes de cumprir o Acordo de Paris sem ela", diz Ajay Gambhir, pesquisador sênior do Instituto Grantham para Mudança Climática da Universidade Imperial College London, no Reino Unido, e um autor de um artigo sobre o papel da DAC na mitigação do clima.

O IPCC apresenta alguns modelos de estabilização do clima que não dependem da captura direta de ar, mas Gambhir adverte que eles são "extremamente ambiciosos" em suas previsões sobre os avanços na eficiência energética e a disposição das pessoas em mudar seu comportamento.

"Passamos do ponto em que a redução das emissões precisava ocorrer", acrescenta Zelikova. "Estamos confiando cada vez mais na DAC."

A DAC está longe de ser a única maneira de o carbono ser retirado da atmosfera. Ele pode ser removido naturalmente por meio de mudanças no uso da terra, como o plantio de florestas.

Mas é algo lento e exigiria grandes extensões de terras valiosas – reflorestar uma área do tamanho dos Estados Unidos, segundo alguns estimam, e aumentar o preço dos alimentos em cinco vezes no processo.

E, no caso das árvores, o efeito da remoção do carbono é limitado, uma vez que elas acabarão morrendo e liberando o carbono armazenado, a menos que possam ser derrubadas e queimadas em um sistema fechado.
O tamanho do desafio para a remoção de carbono usando tecnologias como a DAC, em vez de plantas, não é menor.

O artigo de Gambhir calcula que simplesmente manter o ritmo das emissões globais de CO2 – atualmente, 36 gigatoneladas por ano – exigiria construir cerca de 30 mil usinas de DAC de larga escala, mais de três para cada central elétrica a carvão em operação no mundo hoje.

A construção de cada usina custaria até US$ 500 milhões – chegando a um custo de até US$ 15 trilhões.

Cada uma dessas unidades precisaria ser abastecida com solvente para absorver o CO2. O abastecimento de uma frota de usinas grande o suficiente para capturar 10 gigatoneladas de CO2 por ano vai exigir cerca de 4 milhões de toneladas de hidróxido de potássio, o equivalente a uma vez e meia todo o fornecimento anual global deste produto.

E uma vez que essas milhares de usinas forem construídas, elas também vão precisar de energia para funcionar.

"Se esta fosse uma indústria global absorvendo 10 gigatoneladas de CO2 por ano, você estaria gastando 100 exajoules, cerca de um sexto da energia global total", diz Gambhir.

A maior parte dessa energia é necessária para aquecer a câmara de calcinação a cerca de 800°C – quente demais para a energia elétrica sozinha, então, cada planta de DAC precisaria de um aquecedor a gás e de uma boa fonte de gás.

As estimativas de quanto custa capturar uma tonelada de CO2 do ar variam amplamente, de US$ 100 a US$ 1 mil por tonelada.

Oldham diz que a maioria dos números é excessivamente pessimista – ele está confiante de que a Climate Engineering pode remover uma tonelada de carbono por apenas US$ 94, especialmente quando se tornar um processo industrial difundido.

Um problema maior é descobrir para onde enviar a conta. Incrivelmente, salvar o mundo acaba sendo algo muito difícil de vender, comercialmente falando.

A captura direta de ar resulta, no entanto, em uma mercadoria valiosa: milhares de toneladas de CO2 comprimido.
Isso pode ser combinado com o hidrogênio para produzir um combustível sintético neutro em termos de carbono. E poderia então ser vendido ou queimado nos aquecedores a gás da câmara de calcinação (onde as emissões seriam capturadas e o ciclo continuaria novamente).

Surpreendentemente, um dos maiores clientes do CO2 comprimido é a indústria de combustíveis fósseis.

À medida que os poços secam, não é incomum espremer o óleo restante do solo pressionando o reservatório usando vapor ou gás em um processo chamado recuperação aprimorada de petróleo.

O dióxido de carbono é uma escolha popular para isso e vem com o benefício adicional de reter esse carbono no subsolo, completando o estágio final de captura e armazenamento de carbono.

A Occidental Petroleum, que se associou à Carbon Engineering para construir uma planta de DAC em larga escala no Texas, usa 50 milhões de toneladas de CO2 todos os anos na recuperação aprimorada de petróleo.

Cada tonelada de CO2 usada dessa forma vale cerca de US$ 225 somente em créditos fiscais.

Talvez seja apropriado que o CO2 presente no ar acabe sendo devolvido ao subsolo dos campos de petróleo de onde veio, embora possa ser irônico que a única maneira de financiar isso seja buscando ainda mais óleo.

A Occidental e outras empresas esperam que, ao bombear CO2 no solo, possam reduzir drasticamente o impacto do carbono do petróleo: uma operação típica de recuperação aprimorada sequestra uma tonelada de CO2 para cada 1,5 toneladas que libera de óleo fresco.

Portanto, embora o processo reduza as emissões associadas ao petróleo, ele não equilibra as contas.

Outras alternativas

Mas há outros usos que podem se tornar mais viáveis comercialmente. A Climeworks, empresa de captura direta de ar, tem 14 unidades de menor escala em operação sequestrando 900 toneladas de CO2 por ano, que vende para uma estufa para estimular o crescimento da plantação de picles.

E agora está trabalhando em uma solução de longo prazo: uma usina em construção na Islândia vai misturar CO2 capturado com água e bombeá-lo até 500 ou 600 metros abaixo do solo, onde o gás reagirá com o basalto ao redor e se transformará em pedra.

Para financiar isso, ela oferece às empresas e aos cidadãos a possibilidade de comprar crédito de carbono, a partir de meros 7 euros por mês. Será que o resto do mundo pode ser convencido a fazer isso?

"A DAC sempre custará dinheiro e, a menos que você seja pago para isso, não há incentivo financeiro", diz Chris Goodall, autor de What We Need To Do Now: For A Zero Carbon Future (O que precisamos fazer agora: para um futuro com carbono zero, em tradução livre).

A Climeworks pode vender créditos para pessoas virtuosas, firmar contratos com a Microsoft e a Stripe para tirar algumas centenas de toneladas de carbono por ano da atmosfera, mas isso precisa ser aumentado em um milhão de vezes, e requer que alguém pague por isso.

"Há subsídios para carros elétricos, financiamento barato para usinas solares, mas você não vê isso para DAC", diz Oldham.

"Há tanto foco na redução de emissões, mas não existe o mesmo grau de foco no resto do problema, o volume de CO2 na atmosfera. O grande impedimento para a DAC é que a ideia não está nas políticas".

Zelikova acredita que a DAC seguirá um caminho semelhante ao de outras tecnologias climáticas e se tornará mais acessível.

"Temos curvas de custo bem desenvolvidas que mostram como a tecnologia tem o custo reduzido muito rapidamente", afirma.

"Superamos obstáculos semelhantes com a energia eólica e solar. O principal é implementá-las ao máximo. É importante que o governo apoie a comercialização – ele tem um papel como primeiro cliente, e um cliente com o bolso cheio de dinheiro."

Goodall defende um imposto global sobre o carbono, o que tornaria caro emitir carbono, a menos que os créditos fossem adquiridos.

Mas ele reconhece que essa ainda é uma opção politicamente impopular. Ninguém quer pagar impostos mais altos, especialmente se os efeitos do nosso estilo de vida de alta demanda energética – incêndios florestais crescentes, secas, inundações, aumento do nível do mar – forem vistos como sendo arcados por outra pessoa.
Zelikova acrescenta que também precisa haver um diálogo mais amplo na sociedade sobre quanto devem custar esses esforços.

"Há um custo enorme nas mudanças climáticas, nos desastres naturais induzidos ou exacerbados. Precisamos acabar com a ideia de que a DAC deveria ser barata".

Risco e recompensa

Mesmo se concordarmos em construir 30 mil usinas de DAC em escala industrial, encontrar os materiais químicos para operá-las e o dinheiro para pagar por tudo isso, ainda não estaremos fora de perigo.

Na verdade, podemos acabar em uma situação pior do que antes, graças a um fenômeno conhecido como dissuasão da mitigação.

"Se você acha que a DAC estará lá no médio e longo prazo, você não fará tanta redução de emissões no curto prazo", explica Gambhir.

"Se a ampliação der errado – se for difícil produzir o adsorvente, ou se degradar mais rapidamente, se for mais complicado tecnologicamente, se acabar sendo mais caro do que o esperado –, então, de certa forma, por não ter agido rapidamente no curto prazo, você efetivamente se vê encurralado em um caminho de temperaturas mais altas."

Os críticos da DAC apontam que grande parte de seu apelo reside na promessa de uma tecnologia hipotética que nos permite continuar vivendo nosso estilo de vida rico em carbono.

Mesmo assim, Oldham argumenta que, para algumas indústrias difíceis de descarbonizar, como a da aviação, os créditos que financiam a DAC podem ser a opção mais viável.

"Se for mais barato e mais fácil retirar o carbono do ar do que parar de voar, talvez seja esse papel que a DAC desempenha no controle de emissões."

Gambhir argumenta, por sua vez, que não é uma situação do tipo "isso ou aquilo". "Precisamos reduzir rapidamente as emissões no curto prazo, mas, ao mesmo tempo, desenvolver a DAC com determinação para ter certeza de que poderemos contar com ela no futuro."

Zelikova concorda: "A DAC é uma ferramenta fundamental para equilibrar o orçamento de carbono, de forma que o que não podemos eliminar hoje possa ser removido mais tarde".

Enquanto Oldham busca expandir a Carbon Engineering, o fator primordial é provar que a DAC em larga escala é "viável, acessível e disponível".

Se ele for bem-sucedido, o futuro do clima do nosso planeta pode mais uma vez ser decidido nos campos de petróleo do Texas. (biodieselbr)

Parceria entre USP e startup cria máquina para coletar óleo de cozinha usado

Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos, em parceria com a startup Óleoponto, desenvolveram um equipamento para auxiliar na coleta do óleo de cozinha usado. O óleo recolhido será transformado em biodiesel.

A ideia de criar o equipamento teve início em 2018, mas somente agora, em 2021, eles atingiram o resultado esperado. A expectativa é recolher 800 litros de óleo usado por mês.

O objetivo é incentivar a reciclagem, já que material recolhido será transformado em biodiesel.

Alunos da USP desenvolvem equipamento para coleta de óleo usado em parceria com empresa.

Processo

O óleo usado é colocado dentro da máquina e, depois de alguns minutos, o recipiente é devolvido ao doador. Uma tela inserida no equipamento mostra a quantidade de óleo despejada e qual foi a contribuição doador para a natureza.

O material coletado pelo equipamento é levado para uma empresa especializada para que seja transformado em biocombustível menos poluente. Ele poderá ser usado como complemento do diesel em caminhões e caminhonetes.

Com os testes finalizados, o objetivo é levar a máquina para perto da população e instalá-la em um supermercado. Segundo o empresário da startup Óleoponto, Zadrik Mendonça, o grupo estuda dar uma recompensa para quem descartar o resíduo no equipamento.

"Muitas das vezes as pessoas não têm incentivo e não sabem como descartar. A máquina vai reconhecer esse óleo e vai gerar uma pontuação para o doador. Essa pontuação será trocada por descontos ou por produtos nos supermercados ou empresas parceiras", explicou. (biodieselbr)

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Impactos entre pesca e aquecimento do oceano em populações de peixes

Impactos combinados da pesca e do aquecimento do oceano nas populações de peixes.
O efeito combinado do rápido aquecimento do oceano e a intensa pesca comercial está afetando a viabilidade das populações selvagens e do estoque global de peixes, afirma uma nova pesquisa da Universidade de Melbourne e da Universidade da Tasmânia.

Ao contrário de estudos anteriores que tradicionalmente consideravam a pesca e o clima de forma isolada, a pesquisa descobriu que o aquecimento do oceano e a pesca combinaram para impactar o recrutamento de peixes, e que isso levou quatro gerações para se manifestar.

“Encontramos um forte declínio no recrutamento (o processo de colocar novos peixes jovens em uma população) em todas as populações que foram expostas ao aquecimento, e esse efeito foi maior onde todos os maiores indivíduos foram pescados”, disse o autor principal e PhD candidato, Henry Wootton, da Universidade de Melbourne.

O Sr. Wootton e sua equipe estabeleceram 18 populações independentes de peixes em seu laboratório e as expuseram a temperaturas elevadas ou controladas e a um dos três regimes de pesca. Eles então seguiram o destino de cada população por sete gerações, o que equivale a quase três anos de tempo de laboratório. “Nosso estudo é o primeiro a explorar experimentalmente o impacto conjunto da pesca e do aquecimento do oceano nas populações de peixes”, disse Wootton.

A pesquisa foi divulgada na revista PNAS com pesquisadores dizendo que a solução é a pesca menos seletiva, o que ajudará a garantir relações sexuais equilibradas e a persistência de fêmeas maiores e valiosas.
Declínio das populações de peixes marinhos.

O coautor, Dr. John Morrongiello, disse: “A pesca selvagem fornece alimento para bilhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em nossa região do Pacífico, onde o peixe é a principal fonte de proteína de origem animal. As práticas de pesca anteriores causaram quedas espetaculares na pesca e, por isso, é importante que adotemos abordagens de gestão que garantam que nossos oceanos continuem a manter a pesca sustentável”.

Ele acrescentou: “A gestão sustentável da pesca em face das rápidas mudanças ambientais é um verdadeiro desafio. Fazer as coisas certas não só fornecerá segurança alimentar e econômica para milhões de pessoas em todo o mundo, mas também ajudará a proteger a valiosa biodiversidade do nosso oceano para as gerações futuras”.

A Dra. Asta Audzijonyte, coautora da University of Tasmania e Pew Fellow in Marine Conservation, disse que foi surpreendente encontrar um impacto negativo tão forte e retardado do aquecimento na sobrevivência dos peixes pequenos.

“Ainda não entendemos completamente por que isso acontece, mas nossas descobertas mostram claramente que proteger a diversidade do tamanho dos peixes e peixes grandes pode aumentar sua resiliência às mudanças climáticas. Embora reverter a mudança climática seja difícil, restaurar e proteger a diversidade do tamanho dos peixes é algo que certamente podemos fazer e precisamos fazer isso rápido ”, disse ela.
Pesca excessiva e ameaças de pesca destrutivas.

O Dr. Audzijonyte acrescentou: “A maioria das pesquisas experimentais sobre os impactos das mudanças climáticas é feita em escalas de tempo relativamente curtas, onde os peixes são estudados por duas ou três gerações, no máximo. Descobrimos que os fortes impactos negativos do aquecimento só se tornaram aparentes após quatro gerações. Isso sugere que podemos estar subestimando os possíveis impactos das mudanças climáticas sobre alguns estoques pesqueiros”. (ecodebate)

Ondas de calor devem diminuir em 2025

Ondas de calor devem diminuir em 2025, aponta Climatempo. O pico de emissões em 2025 é uma boa notícia, decerto, mas a física é implacável...