A declaração tem o objetivo de reconhecer a situação
crítica de escassez quantitativa de recursos hídricos e subsidiar a adoção de
medidas temporárias para assegurar os usos múltiplos da água e buscar a
segurança hídrica. Após a análise de cada situação, poderão ser adotadas
medidas, como regras de operação temporárias para os reservatórios para a preservação
dos seus volumes. De acordo com a ANA, em um primeiro momento, a necessidade de
restrições para usos consuntivos – aqueles consomem água – como a irrigação e o
abastecimento humano, não é vislumbrada.
Já para os usos não consuntivos – como geração hidrelétrica, turismo, lazer e navegação – são esperados impactos em decorrência da redução dos níveis de armazenamento dos reservatórios. No caso do turismo e lazer, por exemplo, já vêm ocorrendo impactos nos reservatórios de Furnas/MG e Mascarenhas de Morais/MG. E há uma tendência de agravamento desses impactos com a redução dos níveis d’água ao longo do período seco.
Com relação à geração hidrelétrica, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico já reconheceu em sua 248ª Reunião Extraordinária, em 27/05/21 o risco de comprometimento da geração elétrica para atendimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Quanto à navegação, também deverá haver impacto devido à redução dos níveis dos reservatórios de hidrelétricas, especialmente sobre a hidrovia Tietê-Paraná, que depende da manutenção de um nível mínimo nos reservatórios de Ilha Solteira (MS/SP) e Três Irmãos (SP). Há uma tendência de redução desse nível com possibilidade de interrupção da hidrovia.
O caráter preventivo da resolução vem para mitigar
possíveis riscos aos usos consuntivos de água, decorrentes do cenário
desfavorável de chuvas, até o fim do período seco deste ano. A agência levou em
consideração a nota conjunta do Sistema Nacional de Meteorologia, que emitiu
Alerta de Emergência Hídrica associada à escassez de precipitação para a Região
Hidrográfica do Paraná de junho a setembro deste ano.
O Instituto Nacional de Meteorologia, o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de
Proteção da Amazônia assinaram o Alerta de Emergência Hídrica pela primeira vez
em função das previsões de chuvas próximas ou abaixo da média entre maio e
setembro/2021. Além disso, a Região Hidrográfica do Paraná passa por um déficit
de precipitações severo desde outubro de 2019, segundo o SNM, e os mapas do
Monitor de Secas.
No entanto, a agência ressalta que, mesmo com as
baixas vazões que estão ocorrendo, não se espera, num primeiro momento, que
ocorram problemas de falta de água para os usos consuntivos, como o
abastecimento humano e a irrigação. (canalenergia)



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