Agência
da ONU revela que 2020 foi um dos três anos mais quentes já registrados.
A ONU
confirmou que 2020 foi um dos três anos mais quentes da história. A temperatura
média global esteve cerca de 1,2°C acima dos níveis pré-industriais, segundo o
Estado do Clima Global 2020 lançado em 19/04/2021.
“Golpe
duplo”
O
aquecimento foi observado no ano passado, mesmo com o resfriamento devido ao
fenômeno climático do La Niña. O estudo compilado pela OMM e parceiros aponta
condições climáticas extremas que aliadas à Covid-19 foram um golpe duplo para
milhões de pessoas no período.
A
desaceleração econômica devido à pandemia não chegou para frear os fatores que
impulsionam a mudança climática e os impactos de sua aceleração.
A análise envolveu indicadores do sistema climático, tais como concentrações de gases de efeito estufa, aumento da temperatura terrestre e do oceano, nível do mar, derretimento do gelo e recuo das geleiras e condições climáticas extremas.
Nuvens se formam sobre o oceano em Port Macquarie, Austrália
Padrão
Quanto
aos gases de efeito estufa, as concentrações continuaram a aumentar em 2019 e
2020. As concentrações do dióxido de carbono, CO2, ultrapassaram 410
partes por milhão, ppm. A manter-se o padrão dos anos anteriores, receia-se que
o mesmo atinja ou ultrapasse 414 ppm em 2021.
A
desaceleração econômica como efeito da pandemia reduziu temporariamente as
novas emissões de gases de efeito estufa, mas não teve impacto perceptível nas
concentrações atmosféricas.
A
acidificação e desoxigenação dos oceanos continuaram impactando os
ecossistemas, a vida marinha e a pesca. Os mares absorvem cerca de 23% das
emissões anuais de CO2 antropogênico para a atmosfera sendo uma
espécie de amortecedor das mudanças climáticas.
O documento também destaca os impactos no desenvolvimento socioeconômico, da migração e deslocamento, da segurança alimentar e dos ecossistemas terrestres e marinhos.
A última década foi a mais quente desde que há registros, segundo a OMM.
Preocupação
O
secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, lembrou que passaram 28 anos desde a
publicação do primeiro relatório sobre o estado do clima. Em 1993, a primeira
edição deveu-se a preocupações sobre mudanças climáticas já previstas na época.
O
especialista disse que embora tenha aumentado a compreensão do sistema
climático e do poder de computação desde então, a mensagem básica permanece a
mesma
Taalas
realça que o mundo tem dados que mostram aumentos significativos de temperatura
na terra e no mar nesse período, bem como outras mudanças como aumento do nível
do mar, derretimento do gelo marinho e geleiras e mudanças nos padrões de
precipitação.
Mas o especialista defende que isso ressalta a robustez da ciência do clima com base nas leis físicas que regem o comportamento do sistema climático.
Banco de Imagem Coral.
Relação
entre o ar e o mar teve o equilíbrio perturbado pela mudança climática
Extremos
Tallas
afirma que todos os principais indicadores climáticos e as informações de
impacto a eles associadas destacam a mudança climática implacável e contínua,
uma ocorrência e intensificação cada vez maior de eventos extremos e perdas e
danos graves, afetando pessoas, sociedades e economias.
A
previsão é que a tendência negativa do clima continuará nas próximas décadas,
independentemente do sucesso na mitigação. Por isso “é importante investir em
adaptação”.
Os
investimentos devem ser em serviços de alerta precoce e redes de observação do
tempo nu momento em que vários países menos desenvolvidos têm grandes lacunas
em seus sistemas de observação e carecem de serviços meteorológicos.
Taalas lançou o documento com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres na preparação da Cimeira Virtual de Líderes sobre o Clima. O evento a ocorrer entre quinta e sexta-feira foi convocado pelos Estados Unidos da América.
Mundo deve se recuperar da pandemia da Covid-19 com políticas claras e urgentes de combate à crise do clima
Pessoas
e Planeta
Para
Guterres, o relatório mostra que não há tempo a perder, “o clima está mudando e
os impactos têm alto custo para as pessoas e para o planeta.” Para ele, este é
o ano de ação.
Guterres
reiterou que os países precisam se comprometer com emissões líquidas zero até
2050, apresentar planos climáticos mais ambiciosos antes da COP26 em Glasgow. A
meta é que haja uma redução das emissões globais em 45% em comparação com os
níveis de 2010 até 2030.
Líder
da ONU alertou para urgência de “agir agora para proteger as pessoas contra os
efeitos desastrosos das mudanças climáticas”. (ecodebate)





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