Deste modo, a
sustentabilidade de marketing pode desempenhar um papel fundamental no
desenvolvimento de consumo e de um sistema de produção sustentável para nossa
sociedade presente e futura (BELZ; PEATTIE, 2012; RODRIGUES, 2021).
Assim sendo, o marketing
eficaz depende da coleta de dados de pesquisa sobre os consumidores e das
influências comportamentais. Além disso, aplicação de abordagens analíticas
para interpretar os dados em busca de insights. Vale ressaltar que a pesquisa
orientada ao marketing tradicional sobre o consumo sustentável é fortemente
tendenciosa em relação aos aspectos de compra do comportamento do consumidor
(BELZ; PEATTIE, 2012; RODRIGUES, 2020).
Um dos principais foco da pesquisa de comportamento do consumidor sustentável envolvem modelos de comportamento que tem potencial de informar estratégias de marketing (segmentação, consumidor-cidadão e mix de sustentabilidade de marketing) nas decisões de compra dos indivíduos (VACCARI, 2014; RODRIGUES, 2021).
Segundo Jackson (2005), existem uma gama de diferentes tipos de modelos de comportamento. A seguir:
1. Modelo da Teoria do
Comportamento Planejado de Ajzen (1991) – é um dos modelos mais utilizados na
literatura para explorar comportamento ecologicamente consciente.
2. Modelo MOA
(Motivation-Opportunity-Abilities) de Ölander e Thøgersen (1995) – é um modelo
de comportamento pró-ambiental.
3. Modelo da Teoria
Norma-Ativação de Schwartz (1992) – essa teoria tem sido aplicada na tentativa
de compreender e de prever o comportamento pró-ambiental.
4. Modelo da Teoria de
Valor-Crença-Normal de Stern et al. (1999) e Stern (2000) – expressa o
comportamento pró-ambiental.
5. Modelo ABC
(Attitude-Behaviour-Context) de Stern (2000) – é um modelo dinâmico estrutural
entre a influência de atitudes (fatores internos) e contexto (fatores
externos).
Essas abordagens de modelagem
de comportamento, como dito acima, são divididas entre aquelas que aplicam aos
modelos convencionais de comportamento do consumidor, como por exemplo, o Modelo
da Teoria do Comportamento Planejado, e aquelas, a exemplo do Modelo ABC que
foi especificamente desenvolvida para explicar o comportamento do consumidor
sustentável. Embora cada uma dessas abordagens de modelagem tenha produzido
resultados que sugerem algum poder explicativo, todos elas tendem a se
concentrar em um conjunto relativamente pequeno de variáveis-chave ligadas aos
comportamentos e situações complexas, e como tal sua aplicação e utilidade é
limitada a prática de marketing (JACKSON, 2005).
Contudo, o foco dos estudos
de modelagem de comportamento e segmentação tem sido usado para identificar os
consumidores mais propensos a responder positivamente às ofertas de marketing
pró-sustentabilidade e, portanto, aos consumidores que são relativamente
consistentes em seu Comportamento de Consumo Pró-Sustentabilidade (do inglês
pro-sustainability consumption behaviours – PSCBs).
Segundo Kardash (1976), a
noção de que há um determinado grupo de consumidores “verdes” vai contra a
proposição, de que todos os consumidores (exceto poucos contrários) são
consumidores potencialmente responsáveis pelo meio ambiente. Portanto, as
variações na disposição dos consumidores em comprar produtos mais verdes podem
ser parcialmente compreendidas pela percepção de quaisquer outras diferenças
entre bens e serviços sustentáveis e convencionais. As diferenças percebidas de
preço, valor, conveniência, confiabilidade e desempenho técnico variam em
diferentes contextos de compra.
Desta forma, os
neuropsicógicos descobriram que as pessoas experimentam prazeres quando agem
contra seus autointeresse mal definidos e os antropólogos descobriram que os
consumidores comuns têm pouca semelhança com os materialistas que calculam seus
autointeresses e fazem parte do mundo imaginado da teoria neoclássica.
Portanto, muitas das suposições do modelo econômico-clássico sobre os atores racionais dos modelos de comportamento e autointeresse estão sendo desafiadas, já que foram desenhadas para encorajar o egoísmo em oposição ao comportamento cooperativo, num momento em que muitos preferem cooperar.
Estes diferentes campos de pesquisas de modelos de comportamento apoiam os sociólogos e antropólogos que há muito tempo exigem que as considerações altruísticas e éticas sejam centrais para o mundo real na troca do mercado. (ecodebate)



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