Um dos motivos deste
descompasso na implantação da PNRS é o constante adiamento das suas diretrizes
pela pressão dos administradores públicos municipais que resistem à implantação
e execução dos planos de resíduos e das próprias empresas de disposição final
que recebem por tonelagem.
A maior parte dos RSU coletados
é disposta em aterros sanitários, com aumento na última década de 10 milhões de
toneladas, de 33 milhões para 43 milhões de toneladas/ano. No entanto, a
quantidade de resíduos que segue para unidades inadequadas – lixões, aterros
controlados e descartes clandestinos – também cresceu e avançou de 25 milhões
para mais de 29 milhões de toneladas/ano. Os lixões e descartes clandestinos
têm impactos extremamente negativos na saúde pública, na poluição das águas
superficiais, lençóis freáticos e na qualidade produtiva das áreas e terras
próximas.
|
Ano |
Disposição adequada (t/ano) |
% |
Disposição Inadequada (t/ano) |
% |
|
2010 |
33.406.260 |
56,8 |
25.389.400 |
43,2 |
|
2019 |
43.300.315 |
59,5 |
29.448.200 |
40,5 |
Tabela 1 – Disposição final dos
RSU no Brasil 2010-2019.
Nas regiões brasileiras todas tiveram aumento na destinação final para aterros sanitários controlados, mas também apresentaram aumento nos lixões e provavelmente nos descartes irregulares embora este último aspecto não seja avaliado no panorama da Abrelpe, referência deste artigo.
A Região Sudeste é a região que mais produz resíduos, mas também possui o melhor índice de destinação final adequada em aterros sanitários com 72,7% em 2019, seguida da Região Sul com 70,6%. A com menor índice é a Região Norte com 35,3%, seguida da Região Nordeste com 35,6%. A Região Centro Oeste é a que apresentou o melhor desempenho no crescimento da destinação adequada com aumento de 13,2%, de 28,1% para 41,3%.
|
Região |
2010 (t/ano) |
2019 (t/ano) |
||||
|
Aterros sanitários |
Aterros controlados |
Lixões |
Aterros sanitários |
Aterros controlados |
Lixões |
|
|
Sul |
4.448.040 69,1% |
1.170.555 18% |
840.960 12,9% |
5.556.030 70,6% |
1.440.290 18,3% |
873.445 11,1% |
|
Sudeste |
22.166.085 71,2% |
5.322.065 17,1% |
3.639.780 11,7% |
28.121.425 72,7% |
6.653.220 17,2% |
3.906.960 10,1% |
|
Centro Oeste |
1.272.025 28,1% |
2.217.010 49% |
1.036.235 22,9% |
2.252.415 41,3% |
1.957.860 35,9% |
1.243.190 22,8% |
|
Nordeste |
4.314.300 32,9% |
4.312.110 32,9% |
4.486.215 34,2% |
5.686.700 35,6% |
5.255.270 32,9% |
5.031.525 31,5% |
|
Norte |
1.165.810 33% |
1.015.795 28,8% |
1.348.675 38,2% |
1.687.745 35,3% |
1.421.675 29,8% |
1.664.765 34,9% |
|
Brasil |
33.406.260 56,8% |
14.037535 23,9% |
11.351865 19,3% |
43.300.315 59,5% |
16.727.950 23% |
12.720.250 17,5% |
Tabela 2 – Destinação final dos
RSU por região brasileira 2010-2019.
Recursos aplicados na gestão
dos RSU
Os recursos aplicados pelos
municípios brasileiros na coleta e destinação final dos RSU e os serviços de
limpeza urbana, varrição, capina, limpeza e manutenção dos parques e jardins,
limpeza de córregos, entre outros, passaram de R$ 17,65 bilhões em 2010 para R$
25 bilhões em 2019. Investimento médio de R$ 8,00 em 2010 e R$ 10,00 em 2019
por habitante/mês.
|
Região |
2010 (milhões/ano) |
2010 (habitante/ano) |
2010 (milhões/ano) |
2019 (habitante/ano) |
|
Sul |
2.059 |
74,28 |
2.864 |
96,24 |
|
Sudeste |
9.338 |
115,40 |
13.715 |
156,36 |
|
Centro Oeste |
892 |
64,19 |
1.239 |
77,04 |
|
Nordeste |
4.070 |
75,95 |
5.803 |
102,24 |
|
Norte |
1.291 |
84,05 |
1.780 |
97,92 |
Tabela 3 – Investimentos em R$ na
gestão dos RSU por região brasileira 2010-219.
Geração de trabalho
Os postos de trabalhos
relacionados com a gestão dos RSU aumentou no Brasil e em todas as suas regiões
e se constitui em um importante setor para a geração de empregos e renda, seja
pelos municípios ou pelas empresas de limpeza pública, coleta e destino final
dos RSU.
|
Região |
2010 |
2019 |
|
Sul |
34.215 |
40.648 |
|
Sudeste |
132.518 |
143.122 |
|
Centro Oeste |
25.022 |
27.611 |
|
Nordeste |
73.397 |
96.531 |
|
Norte |
18.582 |
24.230 |
|
Brasil |
283.734 |
332.142 |
Tabela 4 – Postos de trabalho na gestão dos RSU no Brasil 2010-2019.
(ecodebate)



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