A transição demográfica
(redução das taxas de mortalidade e natalidade) alterou a dinâmica populacional
do Brasil. A população de crianças está diminuindo e a população de idosos está
crescendo. Em 1950, havia 4,3 crianças de 0-4 ano para cada idoso de 60 anos e
+. Mas em 2100, haverá 10 idosos de 60+ para cada criança de 0-4 anos.
A proporção de idosos de 60
anos e mais, no Brasil, estava em torno de 5% em 1950, chegou a quase 16% em
2022 e deve alcançar algo em torno de 40% no final do século XXI. Mas estas
proporções variam entre homens e mulheres e conforme a declaração de cor/raça.
A tabela abaixo, com dados do
censo demográfico 2022, mostra que a proporção total de idosos de 60 anos e
mais para o Brasil era de 15,8%, sendo 14,4% para os homens e 17,1% para as
mulheres. Entre as pessoas que se declaram amarela (de origem oriental) e
branca as proporções estão acima da média nacional. Entre as pessoas que se
declaram pretas as proporções são semelhantes à média nacional. E entre as
pessoas que se declaram pardas e indígenas a proporção de idosos é menor do que
a média nacional.
Em 2022, a população amarela
total tinha uma proporção de idosos de 60 anos e mais de 29%, sendo 27,8% entre
os homens e 30,2% entre as mulheres. Esta alta proporção de idosos entre a
população amarela decorre das menores taxas de fecundidade e mortalidade e da
maior expectativa de vida ao nascer da população brasileira de origem oriental.
A proporção de idosos de 60
anos e mais, entre a população parda, foi de 13% no total, sendo 12,1% entre os
homens e 13,9% entre as mulheres. A proporção de idosos de 60 anos e mais entre
a população indígena, no Brasil, em 2022, foi de 9,2% no total, bem abaixo da
média nacional, sendo 8,4% entre os homens e 10% entre as mulheres.
O envelhecimento populacional brasileiro é diferenciado por gênero e cor/raça. As mulheres são a força majoritária do envelhecimento em todos os grupos de cor/raça. A população amarela possui a estrutura etária mais envelhecida, seguida da população branca. A população preta está mais próxima da média nacional. Enquanto as populações pardas e, em especial, a indígena, possuem a estrutura etária mais rejuvenescida.
Estas diferenças no processo de envelhecimento refletem diferentes inserções sociais e maneiras específicas de como lidar com o aumento da longevidade. Garantir um envelhecimento digno e equitativo para todos, requer o reconhecimento destas desigualdades no desenho das políticas públicas de saúde, previdência, moradia e cuidado. (ecodebate)



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