sexta-feira, 27 de março de 2009

Nível dos oceanos pode subir o dobro do previsto

Previsão mais otimista é de alta de pelo menos meio metro até o final deste século; IPCC não teria levado em consideração variáveis cruciais Estudos recentes indicam que o nível do mar poderá subir um metro até 2100 - o dobro do estimado no último informe mundial da Organização das Nações Unidas. A advertência foi feita por pesquisadores de várias universidades durante o Congresso Científico Internacional sobre Mudança Climática de Copenhague, Dinamarca. O motivo da formulação desse cenário mais pessimista é a observação de que geleiras, assim como as massas de gelo da Groenlândia e da Antártida, estão derretendo a um ritmo mais forte do que o esperado, ao lado da crescente temperatura dos oceanos, o que resulta em sua expansão, afirmou o professor John Church, do Centro Australiano para a Pesquisa do Clima e do Tempo. "As observações por satélite e terrestres mais recentes mostram que o nível do mar segue subindo 3 milímetros ao ano, uma cifra bem acima da média do século 20", disse o pesquisador, que presidiu uma mesa redonda com outros especialistas. A previsão mais otimista feita no congresso é a de que o nível do mar subirá pelo menos 50 centímetros até 2100. Os cientistas afirmam que se as emissões de gases causadores do efeito estufa não forem reduzidas rápida e substancialmente, o aumento do nível do mar afetará, ainda no melhor dos casos, 10% da população mundial. O último informe do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC) da ONU, divulgado em 2007, estimou que os oceanos aumentariam entre 18 e 50 centímetros - mas esse estudo não havia incluído todos os fatores nos cálculos, como a reação das massas de gelo da Groenlândia e da Antártida às alterações climáticas. VARIAÇÕES REGIONAIS Konrad Steffen, diretor do Instituto Cooperativo para a Pesquisa em Ciências Ambientais da Universidade do Colorado (Estados Unidos), ressaltou que haverá grandes diferenças regionais causadas pelo aumento do nível do mar, dependendo da localização e da origem do derretimento das geleiras. O congresso de Copenhague, resultado de uma colaboração entre a Universidade de Copenhague e outras nove instituições, reúne até amanhã mais de 2 mil participantes, com 1.600 trabalhos científicos de pesquisadores de 70 países. As conclusões preliminares do congresso farão parte de um documento que será publicado em junho deste ano e entregue a todos os participantes da reunião climática mundial que ocorrerá em Copenhague em dezembro. Nesse evento espera-se que, pode surgir um consenso sobre um novo acordo climático que substitua o Protocolo de Kyoto quando ele expirar, em 2012.

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