quarta-feira, 31 de março de 2021

Nível do mar sobe 4 vezes a média global para as comunidades costeiras

O nível do mar sobe até quatro vezes a média global para as comunidades costeiras.
Evitando nos tornar Atlântida: As cidades costeiras são capazes de impedir o avanço do mar?

À medida que o nível do mar sobe, algumas comunidades costeiras correm o risco de desaparecer, enquanto as demais precisam se adaptar, e rápido.

As populações costeiras estão experimentando um aumento relativo do nível do mar até quatro vezes mais rápido do que a média global – de acordo com uma nova pesquisa do Centro Tyndall da Universidade de East Anglia.

Um novo estudo publicado na Nature Climate Change é o primeiro a analisar o aumento do nível do mar global combinado com medições de afundamento.

Impacto da subsidência combinado ao aumento do nível do mar tem sido considerado até agora uma questão local ao invés de global.

Mas o novo estudo mostra que os habitantes da costa estão vivendo com um aumento médio do nível do mar de 7,8 mm – 9,9 mm por ano nos últimos vinte anos, em comparação com um aumento médio global de 2,6 mm por ano.

Impactos são muito maiores do que os números globais relatados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

O pesquisador líder Prof Robert Nicholls, Diretor do Centro Tyndall para Pesquisa de Mudanças Climáticas do Reino Unido e Presidente de Adaptação Climática da Universidade de East Anglia, disse: “O aumento do nível do mar induzido pelo clima é causado pelo derretimento das geleiras e expansão térmica da água devido ao aumento temperaturas globais.

“As taxas rápidas de subsidência em deltas e especialmente em cidades em deltas também são causadas pelo homem, principalmente devido ao bombeamento de água subterrânea, também extração de petróleo e gás e reabastecimento de sedimentos evitado por barragens a montante, defesas contra inundações, extração de areia ou mineração.

“Cerca de 58% da população costeira do mundo vive em deltas onde a terra está diminuindo. Menos de 1% da população costeira global vive onde a terra é edificante.

“Queríamos ter uma visão global, para entender melhor o impacto do aumento do nível do mar global combinado com medições de afundamento”.

Aumento do nível do mar coloca 2,4 milhões de casas sob risco nos EUA.

União de cientistas alerta para os impactos das mudanças climáticas até o final do século.

“Descobrimos que as populações costeiras vivem com um aumento do nível do mar três a quatro vezes a média global e que os impactos do aumento do nível do mar que estão ocorrendo hoje são muito maiores do que os números globais relatados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas/IPCC”.

“Abordar a subsidência induzida pelo homem é importante em curto prazo, pois é uma adaptação costeira essencial para proteger as pessoas e as economias”, acrescentou.

A equipe de pesquisa avaliou quatro componentes da mudança relativa do nível do mar – mudança do nível do mar induzida pelo clima, os efeitos da remoção do peso da geleira causando elevação ou afundamento da terra, estimativas de subsidência e subsidência do delta do rio nas cidades.

As medições do nível do mar foram feitas a partir de dados de satélite. A equipe então ponderou seus resultados por população para mostrar sua importância para as pessoas.

A análise geral utilizou o modelo Dynamic Interactive Vulnerability Assessment (DIVA), que foi concebido para compreender as necessidades de gestão costeira.

Descobriram que as altas taxas de aumento relativo do nível do mar são mais urgentes no sul, sudeste e leste da Ásia, na área tem muitos deltas e planícies de inundação costeiras, megacidades costeiras em crescimento e mais de 70% da população costeira do mundo.

Eles também descobriram que, ao longo do século 20, a cidade de Tóquio experimentou afundamento líquido de 4 m, enquanto Xangai, Bangkok, Nova Orleans e Jacarta experimentaram entre 2 me 3 m de afundamento.

Em Tóquio, Xangai e Bangkok, a subsidência foi interrompida ou bastante reduzida pela redução da extração de água subterrânea, enquanto em outras cidades houve pouca resposta direta para reduzir a subsidência.

O professor Robert Nicholls disse: “Um dos principais motivos pelos quais Jacarta, a capital da Indonésia, está sendo transferida para Bornéu, é porque a cidade está afundando devido à extração de água subterrânea de poços rasos”.

“Esperamos que nossa análise melhore a compreensão de como o aumento e o abaixamento do nível do mar estão de mãos dadas para a ciência e a política de gestão costeira em todo o mundo. Jacarta pode ser apenas o começo”.
Se não consegue ‘ver’ o aumento do nível do mar, então, você está procurando no lugar errado.

Pesquisa foi conduzida pela University of East Anglia/Reino Unido em colaboração com o Global Climate Forum/Berlim/Alemanha, Humboldt-University/Berlin/Alemanha, Bournemouth University/Reino Unido, Kiel University/Alemanha, Université de Toulouse/França, a Universidade de Southampton/Reino Unido e a East China Normal University, Xangai/China. (ecodebate)

Consumo sustentável compreende o comportamento do consumidor

Ferramenta teórica de consumo sustentável para compreender o comportamento do consumidor.
O consumo está no centro dos debates econômicos, sociais, ecológicos, éticos e de cidadania ecológica (consumidor-cidadão/consumidor-ecológico), que está sendo cada vez mais desafiado pelos movimentos consumistas e anticonsumo (FORNO; GRAZIANO/2014; RODRIGUES/2020).

De acordo com uma pesquisa realizada pela Delpal e Hatchuel/2007, 44% dos consumidores relatam que consideram questões de conscientização social ao comprar. Por exemplo, não compra produtos envolvendo trabalho infantil, que não causa sofrimento aos animais e que reduz a poluição, 61% estão dispostos a pagar 5% a mais para respeitar tais compromissos, 31% boicotaram um determinado produto em algum momento e 52% compraram produto comprometido com a questão social nos últimos seis meses. A sensibilidade aos aspectos éticos do consumo também aumentou, principalmente entre os consumidores mais jovens, de 6% para 15% desde 2002. Embora esses números pareçam promissores, uma quantidade substancial da população maior continua ignorando ou opta por não se envolver em práticas de consumo sustentável (LIM/2017).

Em média, 46% dos europeus afirmam estar dispostos a pagar um preço mais alto por produtos éticos MORI/2000, mas ao mesmo tempo a maioria dos produtos com iniciativas éticas de rotulagem. Exemplo de alimentos orgânicos, produtos livres de trabalho infantil, madeira legalmente registrada, produtos de comércio justo, geralmente têm uma participação de mercado inferior a 1% (MACGILLIVRAY/2000). As economias industrializadas, que representam apenas 23% da população mundial, consomem mais de 77% de seus recursos, incluindo 72% de toda a energia e geram aproximadamente 80% da poluição global (TOLBA/2001).
Antropologia como ferramenta para conhecer melhor os consumidores.

Nas últimas décadas tem crescido o interesse das empresas de bens de consumo em profissionais de antropologia e nas pesquisas de abordagem etnográfica.

Peattie e Collins/2009, argumentam que muitos consumidores têm dificuldade em consumir de forma sustentável principalmente porque os atos de consumo e consumo sustentável são contraditórios uns aos outros. Isso levanta a chave: o conceito de consumo sustentável é teoricamente coerente e praticamente acionável para os consumidores, seja como um grupo coletivo ou como indivíduos?

Para identificar ações transformadoras para discurso do desenvolvimento sustentável, é evidente a necessidade imperativa de uma conceituação estabelecida do consumo sustentável. Tanto governos quanto organizações não governamentais presentes na Cúpula da Terra/1992, concordaram que grandes mudanças nos padrões atuais de consumo eram necessárias para resolver problemas globais do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável (REISCH; SCHERHORN/1998). Surge a pergunta: O que é consumo sustentável?

Peattie e Collins/2009, afirmam que é o consumo pelo qual cada indivíduo consome é equivale a 2,1 hectares globais. Eles, no entanto, argumentam que esta não é a única resposta possível. Em particular, a pesquisa sobre sustentabilidade representa uma ampla gama de questões sociais e ambientais (GORDON et al./2011; PEATTIE/2001; SHAW; NEWHOLM/2002; RODRIGUES/2020). Alguns pesquisadores têm se esforçado para focar em questões de sustentabilidade específicas, como as mudanças climáticas (para PERRY/2006; ROBINSON et al./2006; SCOTT; MCBOYLE; MINOGUE; MILLS/2006), a pobreza global (para ONUCHE/2010; WACHS/2010). Além disso, a pesquisa sobre consumo às vezes é representada por todo o processo de consumo (para COUGHLAN; MACREDIE; PATEL/2011; DUBE; MORGAN/1998; YANG; MAO; PERACCHIO/2012), às vezes por etapas específicas, como pesquisa de informações (para SCHMIDT; SPRENG/1996), Compra (para JI; WOOD/2007), e descarte de produtos (para COOPER/2005).

Todavia, se voltarmos à noção de desenvolvimento sustentável, popularizada após a publicação do Relatório Brundtland (Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1987), o consumo sustentável deve atender às necessidades e desejos atuais a um nível e de uma forma que possa ser continuada indefinidamente, sem empobrecer as gerações futuras e a capacidade do planeta de atender a essas necessidades e desejos.

Tendências de consumo: veja transformações no mercado e no consumidor!

Para o Programa das Nações Unidas, o consumo sustentável compreende várias questões fundamentais, incluindo atender às necessidades, melhorar a qualidade de vida, melhorar a eficiência, minimizar o desperdício, ter uma perspectiva de ciclo de vida e contabilizar a dimensão da equidade, tanto para as gerações atuais quanto para as futuras, ao mesmo tempo em que reduz continuamente os danos ambientais e o risco à saúde humana (MANOOCHEHRI/2001).

No evento sobre Consumo Sustentável, na cidade de Olso, Noruega, em 1994, consumo sustentável foi definido como o uso de bens e serviços que atendam às necessidades básicas e trazem uma qualidade de vida, enquanto minimizam o uso de recursos naturais, materiais tóxicos e emissões de resíduos e poluentes através do ciclo de vida, de forma a não por em perigo as necessidades das gerações futuras.

Segundo Dolan/2002, a suposição é que quando as pessoas consomem além dessas necessidades, elas estão sendo irracionais, gananciosas, imorais e manipuladas. Também proeminente ao longo dessas conceituações é o desejo de manter as necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas necessidades (DOLAN/2002).

Pesquisadores acadêmicos também definiram o consumo sustentável de diferentes formas. Para Charrier/2009, define consumo sustentável como simplicidade voluntária. Gregg/2009, é um modo de vida que rejeita o consumismo, particularmente o alto consumo e estilos de vida materialistas.

Para Hume/2010, o consumo sustentável é um conceito que vai além da compreensão tradicional do consumismo, descreve como coleta e compra de materiais para aumentar a felicidade e a posição social. Especificamente, o ato de consumir de forma sustentável envolve um processo de tomada de decisão que responde pela responsabilidade social do consumidor, além das necessidades e desejos individuais (VERMEIR; VERBEKE/2006).

Por outro lado, Kilbourne, McDonagh e Prothero/1997, liga o consumo sustentável com a necessidade de comunicar o elo entre a degradação ecológica, o hiperconsumo moderno e as instituições econômicas e políticas predominantes, isto é, através do Paradigma Social Dominante, que inclui as ideologias do progresso e da racionalidade. Com essa definição, o hiperconsumo conota o consumo em que a referência ecológico é obscuro, os consumidores não estão mais cientes dos recursos naturais utilizados para a fabricação de bens (DOLAN/2002).

Dolan (2002), Kilbourne e Mittelstaedt/2012, acrescentam ainda que se os consumidores puderem obter insights de macromarketing (econômica, ambiental, social, mix de sustentabilidade de marketing e consumidor-cidadão) e entender o verdadeiro significado dos objetos como produtos da natureza, assim a sustentabilidade seguirá.
Mudanças e tendências de comportamento do consumidor na era digital.

Talvez uma definição mais concreta venha de Jackson/2003, que se refere ao consumo sustentável como consumo que suporta a capacidade das gerações atuais e futuras de atender às suas necessidades sem causar danos irreversíveis ao meio ambiente ou à perda de função nos sistemas naturais.

Schor/2010/2012, ligou o ato de consumir de forma sustentável a plenitude de consumo, que responde pela responsabilidade ambiental e social do consumidor, além de necessidades individuais e desejos sobre o consumo, como solução para incentivar a sustentabilidade.

Lim/2016, argumenta que não há solução universal para a sustentabilidade. Em vez disso, a sustentabilidade, como agenda, precisa ser continuamente alimentada, adotando uma abordagem adaptativa, equilibrada e contextualizada na elaboração de estratégias para alcançar os objetivos de determinadas dimensões em qualquer definição de sustentabilidade e de seus conceitos relacionados com o consumo sustentável, a ausência dessa perspectiva impede a realização da sustentabilidade. O exemplo, da realização humana e a sobrevivência.

Para Lim/2017, as ideologias de progresso e racionalidade tem uma perspectiva de ciclo de vida e equitativa para identificar o consumo sustentável como uma abordagem adaptativa, equilibrada e contextualizada do consumo. A seguir:

1. Atende às necessidades básicas da geração atual;

2. Não empobrece as gerações futuras;

3. Não causa danos irreversíveis ao meio ambiente;

4. Não cria perda de função nos sistemas naturais (sistemas de valor ecológico e humano);

5. Melhora a eficiência do uso dos recursos;

6. Melhora a qualidade de vida;

7. Evita o consumismo e o hiperconsumo moderno.
Consumo Consciente: mudanças de hábitos reduzem os impactos no meio ambiente e promovem o bem-estar da população.

Esses princípios gerais estão em consonância com o apelo de Lim/2016, para “adotar uma abordagem abrangente e holística para identificar problemas de sustentabilidade e gerenciar iniciativas de sustentabilidade correspondentes com uma mentalidade bem informada”. Assim, as características inerentes aos princípios adaptativos, equilibrados e contextualizados e os multifacetados aos sete princípios gerais, acima citados, do consumo sustentável visam principalmente aumentar as oportunidades para alcançar a sustentabilidade. Desta forma, o consumo sustentável tem sido posicionado como solução para a sustentabilidade (LIM/2017).

Neste contexto, este artigo oferece uma rica conceituação do consumo sustentável. Embora as ideias aqui sejam destinadas principalmente à investigação de pesquisa empírica sobre o comportamento do consumidor, elas também fornecem uma base para que os profissionais de negócios e os formuladores de políticas entendam melhor como os consumidores tomam decisões de consumo sustentável. (ecodebate)

Mortes pela queima combustíveis fósseis é o dobro do que o estimado

Mortes pela queima combustíveis fósseis podem ser o dobro do estimado anteriormente.
Que respirar a poluição causada pela queima massiva de combustíveis fósseis não é boa para a saúde, todo mundo já sabia. Mas pode ser ainda pior do que se supunha até agora. Um estudo elaborado por pesquisadores de Harvard, do London College e de Birmingham estima que até um quinto de todas as mortes registradas no ano de 2018 estavam associadas à poluição do ar.

Pelas contas dos pesquisadores, no mundo todo 8,7 milhões de pessoas perderam a vida de forma prematura em função de complicações de saúde causadas principalmente pela exposição do material particulado gerado pela queima de carvão, gás natural e derivados do petróleo. O novo número mais do que dobra a elaborada pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME, na sigla em inglês) cujo estudo Peso Global das Doenças estimava a mortalidade da poluição em 4,2 milhões em 2015.

Enquanto o estudo anterior limita sua contagem a doenças mais diretamente relacionadas à exposição a poluição – como cardíacas e pulmonares –, o novo estudo explora também outros problemas de saúde cuja relação com a exposição aos contaminantes atmosféricos é indireta. Além disso, os números do IHME extrapolam apenas sobre dados da América do Norte e Europa, enquanto o atual incorpora informações sobre a África e a Ásia onde a mortalidade da poluição é maior.

China e Índia são os dois países mais poluídos do mundo representando cerca de 60% das mortes associadas à poluição em todo o mundo.

Poluição do ar mata mais que cigarro, diz estudo.

Melhora

Os pesquisadores apontam que entre 2012 e 2018 houve queda na participação das doenças relacionadas à poluição do ar no total de mortes registradas.

Isso aconteceu principalmente em função da adoção de padrões mais rígidos de qualidade do ar por diversos países. Na China especialmente onde as emissões de material particulado fino – o pior para a saúde – caiu entre 30% e 50% ao longo do período.

Poluição por combustíveis fósseis provoca 1 em cada 5 mortes no mundo.

Região Sudeste do Brasil se destaca no mapa mundial de mortes que poderiam ser evitadas.

Um estudo da EPE mostrou que o uso de biocombustíveis poupou 650 vidas na região metropolitana de São Paulo apenas no ano de 2018. (biodieselbr)

segunda-feira, 29 de março de 2021

Captação da água da chuva

Captação da água da chuva: Repensando o valor da água.
Projeto de Tecnologia Social de Aproveitamento de Água de Chuva coordenado pelo professor Dr. Ronaldo Mendes da UFPA.

O dinheiro não cresce nas árvores, mas cairá do céu (em 2040).

“Que tipo de água você tem?” não soará como uma pergunta tão estranha daqui a vinte anos. A água caminha na mesma direção que a energia, que nem sempre foi fornecida de todas as formas que temos hoje: eólica, verde, cinza, solar, carvão. A água é a próxima matéria-prima a se tornar um grande negócio.

Em dezembro passado, o icônico sino de Wall Street soou quando a água se tornou uma commodity no mercado futuro, uma oportunidade para investir dinheiro. Globalmente, nosso suprimento de água está acabando e, onde há disponibilidade limitada e alta demanda, as coisas ficam interessantes.

Não se surpreenda se, em um futuro próximo, uma boa chuva fizer o mercado de ações disparar. As próximas duas décadas devem trazer soluções inovadoras para as questões mundiais da água. Aqui estão alguns exemplos inspiradores para impulsionar sua reconsideração sobre a água.

Esforço conjunto para fazer a inovação da água fluir

Em dez anos, 60% da população mundial viverá nas metrópoles. O problema que essas grandes cidades enfrentam é a falta de solo não cimentado para absorver as fortes chuvas causadas pelas mudanças climáticas. A pressão que as águas residuais exercem sobre a infraestrutura é cada vez mais alta. Assim como os danos, o custo é imenso. O abastecimento de água geralmente é administrado pelos governos locais e, assim como os sistemas de esgoto ultrapassados da cidade, eles estão sobrecarregados com essa tarefa gigantesca.

Pablo Bereciartua , ex-secretário de Infraestrutura e Política Hídrica da Argentina, percebeu a necessidade de uma abordagem diferente e decidiu desafiar as empresas a se associarem ao governo para encontrar soluções conjuntas. Ele acabou com quatro vezes mais fundos do que os inicialmente orçados com a implementação de um sistema de títulos. Com sua mentalidade inovadora, ele construiu uma ponte entre o governo e as empresas que resultou em uma nova infraestrutura e acesso à água para 4 milhões de argentinos.
A antiga arte de captar água da chuva.

Vale a pena dar uma boa olhada em como administramos a água. Por muito tempo, as pessoas pensaram que captar água da chuva usando telhados em áreas urbanas como local para coleta não poderia ser lucrativo.

Até que pesquisas recentes provaram o contrário: coletar chuva por meio de parcerias público-privadas pode suprir de 17% a 29% da necessidade de água não potável de uma cidade, reduzindo os gastos do governo com abastecimento de água em até 85%.

Isso é muito dinheiro economizado e muita água sem causar mais desgaste aos sistemas de esgoto sobrecarregados. Imagine todos os telhados da cidade trabalhando juntos como um escudo protetor, mantendo-nos secos e, ao mesmo tempo, fornecendo uma necessidade vital.

Da garoa à água potável

Mas a água da chuva ainda não é água para uso doméstico, que é atualmente o epicentro de soluções inovadoras para os consumidores. É por isso que a UE cofinanciou o Aqualoop , um sistema para coletar e purificar a água da chuva para uso doméstico.

A água realmente está ganhando uma nova forma, tanto na maneira como a utilizamos quanto em valor. E já era hora porque, se não agirmos agora, em 2050 a ONU estima que 6 bilhões de pessoas sofram com a falta de recursos de água potável.

Gíria urbana

“Fazer chover” é uma gíria para ganhar muito dinheiro ou fazer algo muito bem-sucedido. Em toda a cadeia, existe a oportunidade de começar a repensar a captação de água. Uma boa gestão da água pode tornar as cidades melhores e locais mais saudáveis para se viver, tornando-as à prova de futuro e resistentes às alterações climáticas e à sustentabilidade. Chegou a hora de sermos criativos. (ecodebate)

17% de todos os alimentos disponíveis para consumo são desperdiçados

- Desperdício em 2019: 931 milhões de toneladas de alimentos vendidos para residências, varejistas, restaurantes e outros serviços alimentícios.

- Estudo descobre que o desperdício de alimentos é um problema global, e não apenas dos países desenvolvidos.

- Relatório Índice de Desperdício de Alimentos ajuda os países a acompanhar o progresso no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12.3 que visa reduzir pela metade o desperdício de comida até 2030.

Estima-se que 931 milhões de toneladas de alimentos, ou 17% do total de alimentos disponíveis aos consumidores em 2019, foram para o lixo das residências, varejo, restaurantes e outros serviços alimentares, de acordo com uma nova pesquisa da ONU que visa apoiar os esforços globais para reduzir pela metade o desperdício de alimentos até 2030.

O peso equivale a aproximadamente 23 milhões de caminhões de 40 toneladas totalmente carregados, o suficiente para circundar a Terra sete vezes.

O Índice de Desperdício de Alimentos 2021, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da organização parceira WRAP, analisa as sobras alimentares que ocorrem nos pontos de venda, restaurantes e residências – considerando as partes comestíveis e não comestíveis (como ossos e conchas). O relatório apresenta a mais abrangente coleta de dados, análise e modelagem de desperdício de alimentos até o momento e oferece uma metodologia para os países mensurarem a perda. No total, 152 unidades de observação foram identificadas em 54 países.

O relatório descobriu que em quase todos os países onde o desperdício foi mensurado, estes foram substanciais, independentemente do nível de renda. Também mostra que a maior parte tem origem nas residências, que descartam 11% do total de alimentos disponíveis na fase de consumo da cadeia de abastecimento. Os serviços alimentares e os estabelecimentos de varejo desperdiçam 5% e 2%, respectivamente. Em nível global per capita, 121 quilos de alimentos são desperdiçados por consumidores a cada ano. Deste total, 74 quilos são descartados no ambiente doméstico. O relatório também inclui estimativas regionais e nacionais per capita.

O desperdício de alimentos tem impactos ambientais, sociais e econômicos substanciais. Por exemplo, neste momento em que a ação climática ainda está atrasada, 8%-10% das emissões globais de gases de efeito estufa estão associadas aos alimentos não consumidos – se considerarmos as perdas em toda a cadeira, inclusive antes do nível do consumidor.

“A redução do desperdício de alimentos cortaria as emissões de gases de efeito estufa, retardaria a destruição da natureza para conversão da terras e da poluição, aumentaria a disponibilidade de comida e, assim, reduziria a fome e economizaria dinheiro em um momento de recessão global”, disse Inger Andersen, Diretora Executiva do PNUMA. “Se quisermos levar a sério o combate à mudança climática, à perda da natureza e da biodiversidade, à poluição e ao desperdício, empresas, governos e cidadãos de todo o mundo devem fazer a sua parte para reduzir o desperdício de alimentos. A Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU deste ano será uma oportunidade de lançar novas e ousadas ações para enfrentar o desperdício alimentar”.

Com 690 milhões de pessoas afetadas pela fome em 2019, um número que deverá aumentar acentuadamente com a COVID-19, e três bilhões de pessoas incapazes de custear uma dieta saudável, os consumidores precisam ajudar a reduzir o desperdício em suas casas.

Os países podem aumentar a ambição climática ao incluir o desperdício de alimentos nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) no âmbito do Acordo de Paris, enquanto fortalecem a segurança alimentar e reduzem os custos para as famílias. Isto também torna a prevenção de desperdício de alimentos uma área primária a ser incluída nas estratégias de recuperação da COVID-19.

Um problema global

“Durante muito tempo, presumiu-se que o desperdício de alimentos em casa era um problema significativo apenas nos países desenvolvidos. Com a publicação do relatório Índice de Desperdício de Alimentos, podemos ver que as coisas não estão tão elucidadas”, disse Marcus Gover, CEO do WRAP.

“Faltando apenas nove anos [para 2030], não alcançaremos a meta 3 do ODS 12 se não aumentarmos significativamente o investimento no combate ao desperdício de alimentos em casa, de forma global. Isto deve ser uma prioridade para governos, organizações internacionais, empresas e fundações filantrópicas”.

A meta 12.3 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) visa reduzir pela metade o desperdício alimentar global per capita no varejo e no nível do consumidor, bem como diminuir as perdas ao longo das cadeias de produção e fornecimento. Um dos dois indicadores para a meta é o Índice de Desperdício de Alimentos.

Um número crescente de países tem medido o desperdício de alimentos nos últimos anos. Os relatórios constatam que 14 países já possuem dados sobre o desperdício doméstico coletados de forma compatível com o Índice. Outros 38 países têm dados sobre desperdício doméstico que, com pequenas mudanças na metodologia, cobertura geográfica ou tamanho da amostra, lhes permitiriam criar uma estimativa compatível com o ODS 12.3. Um total de 54 países tinham dados de pelo menos um dos três setores abordados pelo relatório.

As novas estimativas globais de desperdício foram geradas a partir de unidades de observação existentes e extrapolações baseadas nas estimativas observadas em outros países. Dado que 75% da população mundial vive em países com uma estimativa de desperdício observada em nível doméstico, a confiabilidade na estimativa deste setor é maior. Em contrapartida, com estimativas diretas muito inferiores no nível do varejo e dos serviços de alimentação, a confiabilidade nos números para estas áreas é menor.

Os dados sobre a divisão entre partes comestíveis e não comestíveis desperdiçadas estão disponíveis apenas em poucos países de alta renda, e mostram uma divisão de cinquenta por cinco, em média, em nível doméstico. A proporção de partes não comestíveis é uma importante lacuna de conhecimento e pode ser maior nos países de baixa renda.

Para aproveitar o trabalho do relatório, o PNUMA lançará grupos de trabalho regionais a fim de ajudar a desenvolver as capacidades dos países para medir o desperdício de alimentos a tempo para a próxima rodada de relatórios do ODS 12.3 no final de 2022, bem como apoiá-los na criação de linhas de base nacionais para acompanhar o progresso rumo ao alcance da meta em 2030 e projetar estratégias nacionais para evitar o desperdício de alimentos. Nesta semana, o WRAP lançou a primeira Semana de Ação Nacional de Desperdício de Alimentos do Reino Unido (1-7 de março), reforçando a mensagem de que desperdiçar comida alimenta a mudança climática. (ecodebate)

IDH do Brasil, China, Venezuela e Vietnã em 2019

Mapa-múndi representando as quatro categorias do Índice de Desenvolvimento Humano, baseado no relatório publicado em 2020, com dados referentes a 2019.

   0,800 – 1,000 (muito alto)

   0,700 – 0,799 (alto)

   0,555 – 0,699 (médio)

   0,350 – 0,554 (baixo)

   Sem dados

A estratégia de desenvolvimento dos países do leste asiático – baseado na promoção das exportações (“Export-Led Growth”) tem mostrado melhores resultados práticos do que a estratégia dos países latino-americanos baseada na substituição de importações.

O melhor desempenho asiático fica claro na análise do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O gráfico abaixo mostra que entre 1990 e 2010 a Venezuela e o Brasil tinham um IDH bem superior ao IDH de China e Vietnã. Mas enquanto os indicadores dos países do leste asiático cresciam rapidamente, o IDH do Brasil cresceu lentamente a partir de 2014 e o da Venezuela diminuiu. Assim, o IDH da Venezuela que era o maior entre os 4 países ficou o menor em 2019 (empatado com o Vietnã) e o houve empate entre os IDHs da China e do Brasil.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Venezuela, Brasil, China e Vietnã: 1990-2019.

Fonte: http://hdr.undp.org/en/content/human-development-index-hdi

A tabela abaixo mostra o IDH da Noruega (o primeiro colocado no ranking internacional) e dos 4 países em questão, decomposto pelos componentes, para o ano de 2019. A China tem a maior esperança de vida ao nascer (Eo) e a maior renda per capita, entre os 4 países, embora bem distante da Noruega. Contudo, o Brasil leva vantagem da expectativa de anos de escolaridade e a Venezuela em média de anos de educação.

IDH de Noruega, Brasil, China, Venezuela e Vietnã em 2019.

Rank/IDH

Países

IDH

Eo

Expectativa anos escolaridade

Média de anos de educação

Renda per capita

1

Noruega

0,957

82,4

18,1

12,9

66.494

84

Brasil

0,765

75,9

15,4

8,0

14.263

85

China

0,761

76,9

14,0

8,1

16.057

113

Venezuela

0,711

72,1

12,8

10,3

7.045

117

Vietnã

0,704

75,4

12,7

8,3

7.433

Para 2020, a expectativa é que a China ultrapasse o Brasil e o Vietnã ultrapasse a Venezuela, pois os países do leste asiático tiveram um desempenho muito melhor no controle da pandemia da covid-19.

Com grande probabilidade o Brasil e a Venezuela vão ter redução nos indicadores de esperança de vida, educação e renda, enquanto a China e o Vietnã devem apresentar avanços nestas áreas sociais.

Brasil e Venezuela são países submergentes, enquanto a China e o Vietnã são países emergentes. Os dois países asiáticos conseguiram controlar a epidemia, apresentaram crescimento do PIB em 2020 e devem ter desempenho ainda melhor em 2021. As diferenças são contrastantes. (ecodebate)

7 dos 10 maiores emissores de carbono do país estão na região Norte

Sete dos dez maiores emissores de carbono do Brasil estão na região Norte.

Municípios da Amazônia dominam emissões de carbono – Sete dos dez maiores emissores do Brasil estão na região Norte, mostra primeiro mapeamento municipal de gases de efeito estufa do país.
Brasil: Emissões totais de gases de efeito estufa por setor.

Os dez municípios campeões de gases de efeito estufa (GEE) do Brasil emitem juntos 172 milhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO2e). É mais do que países inteiros como o Peru, a Bélgica ou as Filipinas.

E sete desses grandes emissores ficam na Amazônia, onde o desmatamento é a principal fonte de emissões. É o que revela a primeira edição do SEEG Municípios, uma iniciativa inédita do Observatório do Clima.

O SEEG calculou as emissões de gases de efeito estufa de todos os 5.570 municípios brasileiros. O levantamento cobre todos os anos de 2000 a 2018 e é detalhado para mais de uma centena de fontes de emissões nos setores de energia, transporte, indústria, agropecuária, tratamento de resíduos e mudanças de uso da terra e florestas. Os dados completos estão disponíveis na plataforma http://seeg.eco.br.

Os 15 países que emitiram mais CO2 nos últimos 20 anos (e em que posição está o Brasil).

Esta é a primeira vez que se enxerga as emissões na esfera municipal, e a primeira vez também que um levantamento desse tipo é feito para um país grande. O objetivo é aumentar o conhecimento de prefeitos, câmaras de vereadores e da sociedade local de todo o país sobre a dinâmica das emissões e prover uma ferramenta para o desenvolvimento de políticas de desenvolvimento municipal com redução de carbono.

O município que mais emite no Brasil é São Félix do Xingu (PA), com 29,7 milhões de toneladas brutas de CO2e em 2018. Desse total, as mudanças de uso da terra, em sua maior parte provenientes do desmatamento, respondem por 25,44 milhões de toneladas, seguidas pela agropecuária, com 4,22 milhões de toneladas de CO2e, emitidas principalmente pela digestão do rebanho bovino. O município paraense tem o maior número de cabeças do país.

E se fosse um país, São Félix do Xingu seria o 111o do mundo em emissões, à frente de Uruguai, Noruega, Chile, Croácia, Costa Rica e Panamá, segundo dados do Cait, o ranking global de emissões do World Resources Institute.

O desmatamento também faz dispararem as emissões per capita dos municípios amazônicos. Cada morador de São Félix do Xingu, por exemplo, emite 225 toneladas de CO2e por ano, quase 22 vezes mais que a média de emissões brutas per capita do Brasil, 12 vezes mais que a dos Estados Unidos e seis vezes mais que a do Qatar, o país com maior emissão per capita no mundo. Situação ainda pior é a de Colniza, no noroeste de Mato Grosso: sexto maior emissor do país, com 14,3 milhões de toneladas de CO2e emitidas em 2018, Colniza tem a maior emissão per capita bruta do Brasil: 358 toneladas. É como se cada habitante do município tivesse mais de 300 carros rodando 20 quilômetros por dia.

O dióxido de carbono é o principal gás responsável pelo efeito estufa, e sua concentração na atmosfera chegou ao maior nível na história da humanidade.

Por outro lado, esta é uma boa notícia do levantamento, municípios amazônicos extensos com muitas áreas protegidas também têm grandes remoções de gases de efeito estufa. Isso reduz as chamadas emissões líquidas. O campeão de remoções é Altamira, o maior município do Brasil em área, que tem remoções de mais de 22 milhões de toneladas de CO2e. São Félix do Xingu tem remoções de 10 milhões de toneladas.

Dos dez municípios campeões de emissão bruta no país, apenas três ficam fora da Amazônia: São Paulo, Rio de Janeiro e Serra, no Espírito Santo. O setor de energia, em especial os transportes, se destaca como principal fator de emissão nas grandes cidades, principalmente as capitais. Serra, que abriga uma siderúrgica, tem suas emissões, sobretudo por processos industriais.

Refino e processamento de petróleo elevam emissões em cidades como Manaus e Rio de Janeiro. E termelétricas fósseis aumentam muito as emissões nas cidades que as abrigam. O exemplo mais gritante é Capivari de Baixo, em Santa Catarina. Município sede de um conjunto de termelétricas a carvão — o complexo Jorge Lacerda, construído nos anos 1960 — tem três usinas, com capacidade instalada de 857 megawatts. Capivari de Baixo é o maior emissor do Brasil por área: 85.633 toneladas de CO2 por km2.

Países deverão quintuplicar suas metas de redução de emissões para evitar um aquecimento de mais de 1,5°C em relação ao período pré-industrial, segundo a ONU.

O tratamento de resíduos, embora responda por apenas 4% das emissões brutas do Brasil, é uma fonte de emissões importante para as cidades — especialmente as mais populosas. O Rio lidera esse setor, com 5,6 milhões de toneladas, seguido por São Paulo, que, apesar de ter o dobro da população, emite 5,45 milhões de toneladas, devido à maior eficiência no tratamento de lixo e à captura de metano para gerar energia em aterros sanitários.

“Até hoje menos de 5% dos municípios brasileiros tinham algum inventário de emissões de gases de efeito estufa. Agora todos terão os dados para uma série de 20 anos e esperamos que isso sirva de estímulo para promover o desenvolvimento local com redução das emissões e enfrentamento das mudanças climáticas”, explica Tasso Azevedo, coordenador-geral do SEEG. “Como os dados são disponibilizados de forma aberta e gratuita, significam também uma enorme economia de recursos públicos, que podem ser focados nas ações para reduzir emissões”, completa.

Caminhões são maiores emissores de carbono no setor de energia.

A seguir, outros destaques do SEEG Municípios.

Setor de agropecuária

- Em 2018, o setor foi a maior fonte emissora de GEE em 65,8% dos municípios brasileiros, um total 3.666 municípios.

- Municípios localizados nos Estados de Mato Grosso, Pará e Mato Grosso do Sul estão entre os 20 municípios que mais emitiram pelo setor agropecuário em 2018, por terem os maiores rebanhos bovinos.

- Os municípios da região Sul são os que lideram as emissões de agropecuária por área, devido à pequena extensão territorial.

- Os municípios da região Centro-Oeste lideram essas emissões por habitante, pelo apelo do setor na região e serem menos populosos.

Setores de energia e processos industriais

- São Paulo lidera o setor de energia, com 12,4 milhões de toneladas, seguida por Manaus (6,2 milhões de toneladas) e Rio de Janeiro (6 milhões de toneladas).

- Municípios mais populosos, como as capitais, têm nesse setor sua principal fonte de emissões, sobretudo devido ao consumo de combustíveis fósseis (diesel e gasolina) nos transportes.

- Em processos industriais, Serra/ES lidera folgadamente, com 10,4 milhões de toneladas, seguida de longe por Vespasiano/MG, 2 milhões de toneladas, e Sete Lagoas/MG, 1 milhão de toneladas.

- Excluindo as mudanças de uso da terra, os setores de energia e processos industriais são responsáveis pela maior parte das emissões de 9 dos 10 principais emissores.

- O refino de combustíveis aumenta as emissões em municípios como Duque de Caxias, Paulínia e São José dos Campos, respectivamente 6o, 13o e 14o maiores emissores do país quando se exclui a mudança de uso da terra.

- Usinas termelétricas fósseis são os principais fatores de emissão em Manaus (49%), Duque de Caxias/RJ (45%), Capivari de Baixo/SC (98%), São Gonçalo do Amarante/CE (95%), Santo Antônio dos Lopes/MA (95%), Macaé/RJ (82%) e Candiota/RS (95%).

- O setor de processos industriais é marcado pela escassez de dados de atividades que permitam estimativas mais precisas de suas emissões associadas.

- Florianópolis é a capital do motor: 62% das emissões do município vêm dos transportes. Logo abaixo na lista, empatadas, estão Brasília e Curitiba, com 59%.

Setor de resíduos

- As capitais e os municípios brasileiros com mais de 1 milhão de habitantes são responsáveis por cerca de 30% de todas as emissões do setor.

- Rio de Janeiro lidera, com 5,6 milhões de toneladas, seguido por São Paulo (5,45 milhões de toneladas) e Fortaleza (1,8 milhões de toneladas).

- A principal fonte de emissão no setor é pela disposição final de resíduos sólidos em aterros sanitários, controlados ou lixões (64% das emissões do setor) e isso é replicado em 60% dos municípios brasileiros.

- Nos municípios em que a disposição final não é a principal fonte de emissão, destacam-se as emissões associadas ao tratamento de efluentes líquidos, tanto domésticos quanto industriais.

Setor de mudança de uso da terra (MUT) e florestas

- Os maiores emissores (emissões brutas) nacionais estão na Amazônia, principalmente no estado do Pará.

- Grandes municípios em área (9 dos 10 maiores) na Amazônia, no Pará e Amazonas, e com grande proporção de áreas protegidas e área de floresta apresentam as maiores remoções brutas.

- Alguns dos menores municípios na Amazônia (< 140 mil hectares) são os maiores emissores por área nesse setor.

- No Cerrado, entre os maiores emissores estão os municípios na região de expansão da agropecuária no Matopiba (fronteira agrícola entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Emissão de CO2: Petrobras informou que tem buscado aplicar tecnologias para reduzir a intensidade de carbono emitida, como a reinjeção do gás nos poços de petróleo no subsolo.

Petrobras aparece em lista de maiores empresas emissoras de CO2 do mundo.

As 20 companhias, todas petrolíferas, foram responsáveis por 35% das emissões de dióxido de carbono no planeta de 1965 a 2017.

O seminário de apresentação dos dados ficará disponível em: youtube.com/observatoriodoclima.

Sobre o Observatório do Clima: rede formada em 2002, composta por 63 organizações não governamentais e movimentos sociais. Atua para o progresso do diálogo, das políticas públicas e processos de tomada de decisão sobre mudanças climáticas no país e globalmente. Site: http://oc.eco.br.

SEEG/Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa foi criado em 2012 para atender a uma determinação da PNMC (Política Nacional de Mudanças Climáticas). O decreto que regulamenta a PNMC estabeleceu que o país deveria produzir estimativas anuais de emissão, de forma a acompanhar a execução dessa política. O governo, porém, não as produziu. Os inventários nacionais, instrumentos fundamentais para conhecer em detalhe o perfil de emissões do país, são publicados apenas de cinco em cinco anos.

O SEEG (http://seeg.eco.br) foi a primeira iniciativa nacional de produção de estimativas anuais para toda a economia. Lançado em 2012 e incorporado ao Observatório do Clima no ano seguinte, é uma das maiores bases de dados nacionais sobre emissões de gases estufa do mundo, compreendendo as emissões brasileiras de cinco setores (agropecuária, energia, mudança de uso da terra, processos industriais e resíduos).

As estimativas são geradas segundo as diretrizes do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), com base nos Inventários Brasileiros de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases do Efeito Estufa, do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações).

Atuaram no SEEG Municípios pesquisadores das ONGs: Ipam e Imazon (Mudança de Uso da Terra), Imaflora (Agropecuária), Iema (Energia e Processos Industriais) e ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade (Resíduos).

O SEEG Municípios é apoiado pela União Europeia, por meio do Instrumento de Parceria da UE e o Ministério do Meio Ambiente da Alemanha (SPIPA/EU-BMU), pela Climate and Land Use Alliance e pelo Instituto Clima e Sociedade.

Microrganismos são os maiores emissores de carbono em águas da Amazônia.

Um novo estudo verificou que a teia alimentar microbiana responde pela maior parte do carbono circulante em lagos, várzeas e planícies inundáveis da Amazônia. (ecodebate)

Importância dos Territórios Indígenas na mitigação das mudanças climáticas

Em um estudo recente na PLOS ONE, pesquisadores de 6 países diferentes, examinaram a importância dos Territórios Indígenas na mitigação das ...