O entendimento vem de acordo com o nível cultural e intelectual de cada pessoa. A aprendizagem, o conhecimento e a sabedoria surgem da necessidade, da vontade e da perseverança de agregar novos valores aos antigos já existentes.
sábado, 13 de junho de 2009
Poeira do Saara intensifica chuva na floresta amazônica
Partículas saem do deserto e cruzam o Oceano Atlântico todos os anos.
A poeira de uma das regiões mais áridas do mundo provoca chuvas na maior floresta úmida do planeta. Uma pesquisa publicada no mês passado na revista científica Nature Geoscience mostra que o material que sai do Saara e atravessa o Atlântico está ligado diretamente à intensidade da precipitação na Amazônia.
Todo ano, entre fevereiro e abril, a areia suspensa por tempestades no deserto sai da África, cruza o oceano e alcança a América. Em processos já conhecidos, ela influencia o clima e até a biodiversidade do Atlântico. Mas até agora não havia sido ligada com tanta propriedade às chuvas na região tropical americana.
O físico Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo (USP), um dos autores do estudo, explica que a poeira do Saara apresenta características que favorecem o aparecimento de cristais de gelo nas nuvens convectivas que, na Amazônia, respondem por 90% da chuva. Essas nuvens se formam na alta atmosfera, de 15 a 18 quilômetros de altura, e são feitas de gelo.
Nem toda partícula em suspensão tem a capacidade de nuclear cristais de gelo. O material do deserto, contudo, é rico em ferro. Quando está em alta altitude, onde a temperatura oscila entre -50°C e -70°C, o ferro tem a capacidade de condensar vapor d’ água sobre ele, compondo então as nuvens convectivas. Esse mecanismo é mais importante do que a gente imaginava.
Além do ferro, a poeira traz elementos como o fósforo. Ambos são nutrientes de grande valor para a floresta. O cientista acredita que, em uma escala de tempo de milênios, eles até podem ajudar a explicar a exuberância da Amazônia.
O trabalho contou com dados recolhidos em uma das 12 torres do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera (LBA) espalhados pela Amazônia. Segundo Artaxo, mais estudos precisam ser feitos, com informações coletadas em outras regiões da floresta, para comprovar a influência do Saara em todo o bioma.
O físico também está curioso sobre o efeito das mudanças climáticas no mecanismo. Estudos sobre o aquecimento global indicam que o Saara pode ficar ainda mais seco - o que pode se traduzir em mais chuva na Amazônia e contradiz projeções para o futuro da região.
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