O pesquisador Stuart James Davies, diretor científico do Smithsonian Tropical Research Institute e Ph.D. pelo Departamento de Biologia Evolucionária pela Universidade de Harvard, esteve no Brasil este mês para apresentar seu estudo sobre biomassa florestal em um evento em Manaus. Após a apresentação de seus estudos, ele falou ao Estado. O que está acontecendo com as florestas tropicais? Venho estudando a variação geográfica, a sazonalidade das chuvas, a disponibilidade de recursos de solo e as mudanças nos padrões climáticos. É preciso compreender como os fatores ambientais influenciam as taxas de crescimento e de mortalidade de algumas espécies. Isso é fundamental para prever os possíveis impactos das mudanças no uso do solo e as condições globais das florestas tropicais. Pelos estudos de campo realizados no Panamá e na Malásia, podemos concluir que já existe uma resposta das espécies tropicais às mudanças climáticas. Que reflexos essa tendência pode trazer para questões como regulação do clima e o regime de chuvas? Ainda é cedo para dizer quais são as alterações que essa mudança no padrão de crescimento das florestas trará no longo prazo. Isso precisa ser melhor estudado. Mas o que ocorre é que, em paralelo a essas alterações biológicas, existem as mudanças no uso da terra, causadas pelo homem. Estamos vendo uma perda de espécies provocada pelo desmatamento e a conversão de terras em agricultura. As duas coisas, somadas, terão influência significativa na regulação do clima nas áreas tropicais, especialmente no regime de chuvas. A tendência é irreversível? Não, as tendências de crescimento das florestas podem variar, dependendo das condições ambientais. Se as concentrações de CO2 na atmosfera continuarem a aumentar, então as árvores podem começar a consumir mais carbono e crescer mais rapidamente. Mas, se a temperatura se elevar conforme preveem os cientistas do clima, esse crescimento poderá não acontecer. O que mais entra nessa equação? No futuro, o efeito do CO2 adicional dependerá do que acontecer com as temperaturas e as chuvas. Se houver mais secas, por exemplo, as árvores tenderão a desacelerar ainda mais seu crescimento ou a ter taxas maiores de mortalidade. Isso seria péssimo porque essas florestas perderiam parte de seu potencial de absorver o carbono lançado na atmosfera pela queima dos combustíveis fósseis e outras atividades humanas. Se as árvores crescem a taxas menores, a concentração de CO2 na atmosfera pode aumentar. Isso é negativo para a humanidade. Mais CO2 significa mais aquecimento global. (OESP)
O entendimento vem de acordo com o nível cultural e intelectual de cada pessoa. A aprendizagem, o conhecimento e a sabedoria surgem da necessidade, da vontade e da perseverança de agregar novos valores aos antigos já existentes.
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