A população dos Estados Unidos em 2100
A população dos
Estados Unidos da América (EUA) era de 157,8 milhões de habitantes em 1950 e
chegou a 310 milhões em 2010. Dobrou de tamanho em 60 anos. A divisão de
população da ONU estima, para o ano de 2050, uma população de 452,4 milhões na
hipótese alta, de 403 milhões na hipótese média e de 357 milhões na hipótese
baixa. Para o final do século as hipóteses são: 706 milhões de habitantes, na
alta, de 478 milhões, na média, e 310 milhões na hipótese baixa.
Ou seja, a população
dos EUA pode variar entre 310 milhões e 706 milhões de habitantes em 2100,
dependendo fundamentalmente do comportamento das taxas de fecundidade e da
migração. A esperança de vida ao nascer era de 68,6 anos em 1950, passou para
78 anos em 2010, deve chegar a 83 anos em 2050 e alcançar 88 anos em 2100.
A taxa de fecundidade
total (TFT) estava acima de 3 filhos por mulher desde o fim da Segunda Guerra
até 1965, período conhecido como “baby boom”. Entre 1970 e 2010 a TFT oscilou
em torno de 2 filhos por mulher (algo próximo ao nível de reposição). O número
de nascimentos por ano estava na casa de 4 milhões na década de 1950 e atingiu
o ponto máximo de 4,3 milhões em meados da década de 1960. Depois caiu para um
mínimo de 3,4 milhões na década de 1970 e voltou a subir até atingir novamente
4,3 milhões de nascimentos em 2007. Mas com a crise econômica, o número de
nascimento voltou a cair e foram registrados 3,96 milhões em 2011. A taxa de
fecundidade também caiu para 1,93 filhos por mulher em 2011, segundo o CDC
(Center for Disease Control).
Ou seja, mesmo com a
população dobrando de tamanho, o número de nascimentos tem permanecido em torno
de 4 milhões ao ano. Se este número se mantiver e a esperança de vida
permanecer em torno de 80 anos, então, a população poderia se estabilizar em
torno de 320 milhões de habitantes (4 milhões vezes 80 anos).
Mas a dinâmica
populacional vai depender da migração internacional. Aliás, boa parte do
crescimento demográfico ocorrido nas últimas décadas aconteceu pela chegada de
imigrantes, especialmente da América Latina e Caribe, que além de aumentar o
número de habitantes adultos fez aumentar também o número de nascimentos, pois
estes migrantes possuem uma fecundidade mais elevada que os residentes nascidos
nos EUA.
Os Estados Unidos são
o terceiro país do mundo em extensão territorial e tamanho populacional,
possuindo uma área de 9,8 milhões de km2 e uma densidade demográfica
relativamente baixa, de 31 habitantes por km2. Em tamanho da economia possuem o
maior PIB do mundo, mas não a maior renda per capita e nem os melhores
indicadores sociais. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) era de 0,84 em
1980 e passou para 0,91 em 2011, um aumento de 9%, enquanto o mundo teve um
aumento médio de 22% no mesmo período. Além disto, os EUA possuem a maior
dívida externa do mundo, a dívida interna (já está do mesmo tamanho do PIB) e
as desigualdades sociais estão aumentando.
Em termos ambientais,
os EUA tinham, em 2008, uma Pegada Ecológica de 7,2 hectares globais (gha) per
capita e uma Biocapacidade de 3,86 gha per capita. Isto quer dizer que o país
tinha um déficit ecológico de 87%. Como exemplo de comparação, o Brasil tinha
uma Pegada Ecológica de 2,93 gha e uma Biocapacidade de 9,63 gha. Ao contrário
dos EUA, o Brasil tinha um superávit ambiental de 229% em 2008 (sendo o país
com a maior área de biocapacidade do mundo). Em termos de Pegada Ecológica per
capita os EUA perdem apenas para Qatar, Kuwait e Emirados Árabes e em termos de
Pegada Ecológica total só perdem para a China.
Exatamente pelo
impacto no Planeta como um todo, é muito preocupante o crescimento da população
americana. Considerando que as condições atuais se mantenham (ceteris paribus),
o aumento da população para 478 milhões em 2100 – conforme projeção média da
ONU – levaria o déficit ecológico dos EUA a 192% e caso a população chegue a
706 milhões em 2100 – conforme projeção alta – o déficit ecológico chegaria a
332%. Ou seja, o crescimento da população americana vai significar uma grande
pressão sobre os recursos naturais do Planeta, pressão que já existe nas
condições atuais.
Porém, a população
dos EUA poderia inclusive ficar abaixo da projeção baixa da ONU (se houver
menor fecundidade e menor imigração), reduzindo a demanda por recursos naturais
e diminuindo a emissão de gases de efeito estufa. Cada habitante dos EUA tem um
impacto ambiental equivalente a 10 paquistaneses. Mas somente uma redução da
população não resolveria todos os problemas, pois o déficit ecológico é muito
grande. Portanto, além de evitar o crescimento populacional, os EUA precisam
mudar seu padrão de produção e consumo para reduzir sua Pegada Ecológica,
possibilitando que suas atividades antrópicas caibam dentro de suas fronteiras
territoriais. (EcoDebate)
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