A degradação dos oceanos: mais água viva e menos peixe?
Táxon: Tamoya
haplonema
Todos os rios correm
para o mar. Existe uma expressão popular que diz: “o oceano só é grande porque
teve a humildade de colocar-se abaixo do nível dos rios”. Porém, esta humildade
não tem sido boa para a saúde dos oceanos, pois a maior parte da poluição dos
rios desaguam e se acumulam nos mares, colocando a vida marinha em perigo.
O nível dos mares
está aumentando, mas a biodiversidade oceânica está diminuindo. O aumento da
temperatura das águas, a acidificação dos oceanos e a pesca predatória estão
criando o ambiente favorável para o crescimento da população das águas-vivas.
Existem mais de mil
espécies de águas-vivas espalhadas pelo mundo. No Brasil, duas causaram
recentemente problemas aos banhistas, principalmente em São Paulo: a Chiropsalmus
quadrumanus e a Tamoya haplonema.
Onde há sobrepesca, a
água-viva e a medusa tendem a crescer. A pesca predatória remove os predadores
do topo do mar por exemplo, cerca de 100 milhões de tubarões são mortos por ano
para a captura de suas barbatanas) e possibilita a proliferação de águas-vivas,
criando um círculo vicioso e uma mudança de regime global de mares de peixes a
um oceano de águas-vivas. O crescimento exagerado de uma espécie é um sinal de
que algo está errado.
Os oceanos cobrem 70%
da superfície do Planeta e são fundamentais para a estabilização do clima. Mas
a concentração de dióxido de carbono na atmosfera é mais um elemento que
contribui para a acidificação dos mares e para a morte dos corais, que não
resistem às águas mais ácidas e mais quentes.
A maior parte da
população humana vive em cidades litorâneas e a construção civil, o uso
generalizado de diques para evitar a erosão costeira, os portos, o transporte
marítimo e o lazer e o turismo criam um habitat perfeito para a água-viva
passar pela fase de pólipos no início de suas vidas.
A degradação dos
oceanos e o colapso da biodiversidade dos mares têm provocado profundas
alterações na saúde dos ecossistemas marinhos. O restante do Planeta não vai
ficar imune a este processo. (EcoDebate)
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