Governo começa ampliar idade de aposentadoria e empresas adaptam o
ambiente de trabalho para funcionários idosos.
Mães que tentam trabalhar na Alemanha enfrentam obstáculos
que desestimulam a criação de famílias grandes. Embora a Alemanha tenha
aprovado recentemente uma lei que assegura creche para todas as crianças com
mais de 12 meses, em comparação com 3 anos ou mais de antes, especialistas
dizem que ainda há uma escassez de instalações. Muitas escolas soltam os alunos
às 12h, e são poucos os programas pós-escolares.
Melanie Vogel, 39 anos, de Bonn, descobriu que misturar
trabalho e maternidade era tão solitário, desanimador e caro que ela decidiu
ter só um filho. Nenhuma de suas amigas trabalhava em tempo integral, sua sogra
deixou claro que desaprovava, e o mesmo fizeram clientes da empresa de feira de
empregos que ela dirige com o marido.
"Antes de meu filho nascer, eu era Melanie, uma mulher
de negócios", disse Vogel. "Após meu filho nascer, para muita gente,
sou apenas uma mãe."
Mães trabalhadoras se veem empurradas para "mini"
trabalhos mal remunerados - talvez 17 horas por semana por cerca de US$ 600
mensais. Mais de quatro milhões de trabalhadoras na Alemanha, cerca de um
quarto da força de trabalho feminina, têm empregos assim.
Outra maneira de se ajustar para o declínio populacional é
fazer com que trabalhadores mais velhos adiem a aposentadoria. O governo alemão
está elevando aos poucos a idade de aposentadoria de 65 para 67 anos, e
companhias agem para se adaptar. A faixa de pessoas com 55 a 64 anos na força
de trabalho passou de 38,9% em 2002 para 61,5% em 2012.
A Volkswagen redesenhou sua linha de montagem para facilitar
operações de trabalho que exigem esforços excessivos do corpo dos
trabalhadores.
Há cerca de três anos, eles começaram a usar assentos
giratórios que oferecem apoio para as costas em pontos de difícil acesso nos
automóveis e a instalação de partes pesadas é quase inteiramente automatizada.
Outras empresas estão oferecendo horários flexíveis. Hans
Driescher, físico formado na antiga Alemanha Oriental, tem 74 anos e continua
empregado no Centro Aeroespacial Alemão quase uma década depois de ter atingido
a idade para a aposentadoria compulsória. Ele começou trabalhando 55 horas por
mês, mas agora reduziu para 24.
Outra alternativa é alterar leis para facilitar a imigração
Com as altas taxas de desemprego na maior parte da Europa
oriental e do sul, a Alemanha está em boa posição para aumentar seu repositório
de mão de obra com seus vizinhos.
Mas executivos acreditam que a Alemanha devia mudar as suas
leis de imigração e aceitar credenciais estrangeiras. E, também, ser mais
receptiva com estrangeiros. Um estudo revelado recentemente revelou que mais da
metade dos gregos e espanhóis que vieram para a Alemanha partiram antes de um
ano. Muitos dos que chegam são jovens e altamente qualificados e veem um
mercado global para suas habilidades.
E muitos, dada a oportunidade, provavelmente voltarão para
casa, dizem as analistas. (OESP)
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