Primeira década do século 21 foi a mais quente desde 1850,
afirma relatório da ONU
Mudança climática
provoca êxodo na África
Novo relatório da
Organização Meteorológica Mundial ressalta aumento de inundações, secas e ciclones
tropicais, além do rápido derretimento das calotas polares.
O mundo experimentou
“temperaturas extremas com um impacto sem precedentes” entre 2001 e 2010. Mais
recordes nacionais de temperaturas foram quebrados do que em qualquer outra
década. A afirmação é do relatório das Nações Unidas “O Clima 2001-2010, Uma
Década de Extremos”, lançado em 03/06.
Segundo o documento,
desde que as medições começaram em 1850, a primeira década do século 21 foi a
mais quente em ambos os hemisférios tantos nas temperaturas do solo quanto nos
oceanos.
“O aumento das
concentrações de gases de efeito estufa que retêm o calor está alterando o
nosso clima, com profundas implicações para o nosso ambiente e oceanos, que
estão absorvendo dióxido de carbono e calor”, disse o secretário-geral da
Organização Meteorológica Mundial (OMM), Michel Jarraud, que produziu o
documento.
O relatório constata
que as altas temperaturas foram acompanhadas por um rápido declínio no gelo do
mar Ártico e uma acelerada perda de camadas das geleiras do mundo.
Ao longo da última
década, o mundo experimentou inundações extremas, secas e ciclones tropicais.
Mais de 370 mil pessoas morreram em decorrência desses fenômenos naturais, o
que representa um aumento de 20% no número de vítimas se comparado à década
anterior.
As inundações foram
os desastres naturais mais frequentes ao longo da década. Porém, foi a seca que
afetou mais pessoas do que qualquer outro tipo de desastre natural por causa da
sua larga escala e longa duração. A bacia amazônica, afirma o documento, está
entre os pontos que mais sofreram os impactos negativos desse fenômeno no
mundo.
Os ciclones tropicais
também foram destaque ao longo da década, matando cerca de 170 mil pessoas e
causando danos estimados em 380 bilhões de dólares.
O estudo incorpora os
resultados de uma pesquisa com 139 serviços meteorológicos e hidrológicos, além
de análises e dados socioeconômicos de várias agências das Nações Unidas e
parceiros.
Mais do que analisar
as temperaturas globais e regionais, o relatório também mapeou as crescentes
concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa, concluindo que as
concentrações globais de dióxido de carbono na atmosfera aumentaram 39% desde o
início da era industrial, em 1750. A concentração de óxido nitroso aumentou 20%
e as de metano mais que triplicaram. (EcoDebate)
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