O título deste artigo
pode parecer um pleonasmo, mas não é. O contínuo crescimento do número de
idosos no Brasil é um fenômeno conhecido. Mas há pouco conhecimento da mudança
que vai ocorrer dentro do grupo do topo da pirâmide populacional.
Na verdade, a
distribuição por sexo e idade da população brasileira de 60 anos e mais de
idade vai ter uma redução relativa da sua base e um alargamento relativo e
absoluto da sua parte superior durante o século XXI. Ou seja, vai haver uma
redução relativa dos “novos idosos” (60-80 anos) e um crescimento absoluto e
relativo dos idosos (80 anos e +). Portanto, vai haver um envelhecimento dentro
do envelhecimento, ou dito em outras palavras, um forte aumento da “quarta
idade”.
No ano 2000, havia
2,15 milhões de homens entre 60-64 anos de idade e 2,45 milhões de mulheres,
enquanto o grupo das pessoas com 100 anos e + era formado por 5 mil homens e 8
mil mulheres. Um terço (33%) dos idosos brasileiros estavam no grupo 60-64 anos
e apenas 0,1% eram centenários.
Segundo as projeções
da Divisão de População da ONU, no ano 2030, deverá haver 5,33 milhões de
homens entre 60-64 anos de idade e 6,10 milhões de mulheres, enquanto o grupo
das pessoas com 100 anos e mais deverá ser formado por 41 mil homens e 80 mil
mulheres. Embora a população brasileira idosa do grupo 60-64 anos vá aumentar
em temos absolutos entre 2000 e 2030, o seu peso relativo deverá cair para
27,5%. O grupo dos centenários deverá passar para 0,3% da população idosa.
Segundo as mesmas
projeções, no ano 2060, deverá haver 7,44 milhões de homens entre 60-64 anos de
idade e 7,77 milhões de mulheres, enquanto o grupo das pessoas com 100 anos e +
deverá ser formado por 160 mil homens e 404 mil mulheres. Da mesma forma, a
população brasileira idosa do grupo 60-64 anos vai continuar a aumentar em
temos absolutos entre 2030 e 2060, porém o seu peso relativo deverá cair para
19,1%. O grupo dos centenários deverá passar para 0,7% da população idosa.
No ano de 2100, o
número de pessoas com idade entre 60-64 anos deverá cair em relação ao ano de
2060, ficando 5,73 milhões de homens e 5,66 milhões de mulheres, o que vai
representar 15,2% da população idosa. Ou seja, a base da pirâmide idosa vai
diminuir em termos relativos e absolutos nas últimas décadas do século XXI. Já
o número de centenários vai subir, atingindo 464 mil homens e 1,27 milhões de
mulheres, o que representará 2,3% da população idosa.
Portanto, o Brasil
não vai apenas envelhecer, mas vai ter uma maior população idosa com uma
estrutura etária mais envelhecida. Dos 75 milhões de pessoas com 60 anos e mais
previstos para 2100, apenas 15% terá entre 60 e 64 anos, enquanto 39% terá 80
anos ou mais. Desta forma, o país precisa se preparar para uma situação em que
não apenas vai haver mais idosos, mas também vai haver mais idosos,
longevivendo no topo do topo da pirâmide populacional. (ecodebate)
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