‘É possível crescer e combater a mudança climática’, diz
novo relatório elaborado por 19 países
Uma semana antes do
início da Cúpula do Clima da ONU, a Comissão Global sobre Economia e Clima,
juntamente com a ONU, divulgaram o relatório “Crescimento
Melhor, Clima Melhor: A Nova Economia do Clima“. O presidente da Comissão e ex-presidente do
México, Felipe Calderón destacou que os novos dados refutam a ideia de que os
governos devem escolher entre combater as alterações climáticas e investir para
o crescimento da economia.
“Sim, é possível
termos um melhor crescimento econômico e um melhor clima. Sim, é possível criar
empregos e reduzir a pobreza e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de carbono
que ameaçam o nosso futuro. Sim, é possível, mas precisamos fazer algumas
mudanças fundamentais e escolhas inteligentes”, disse Calderón, ressaltando que
um número crescente de empresas, cidades e países estão mostrando na prática
que isto é “perfeitamente possível”.
Com duração de um
ano, o estudo foi conduzido por uma Comissão composta de 24 líderes de
governo, negócios, finanças e economia de 19 países e realizado pelos
principais institutos de pesquisa do Brasil, China, Etiópia, Índia, Coreia do
Sul, Reino Unido e Estados Unidos.
O secretário-geral da
ONU, Ban Ki-moon, disse que o relatório é oportuno visto que as emissões de gases
de efeito estufa estão em níveis recordes e os efeitos da mudança climática
estão sendo caros e consequentes. “Temos que gerir o risco climático para o –
sustentado e sustentável – progresso econômico. Precisamos de uma transformação
estrutural na economia global”, acrescentou.
Previsões do
relatório
O relatório estima
que ao longo dos próximos 15 anos, 90 trilhões de dólares devem ser investidos
na infraestrutura das cidades, agricultura e energia nos sistemas econômicos
mundiais, sendo isto uma oportunidade para investir no crescimento do baixo
carbono e trazer vários benefícios, como a geração de empregos. A Comissão
calcula que, se as recomendações forem totalmente implementadas, é possível
atingir até 90% das reduções de emissões necessárias até 2030 e assim evitar os
efeitos negativos da mudança climática. Contudo, para atingir essa meta é
necessário uma ação decisiva dos governos.
“Hoje estamos dando
600 bilhões de dólares em subsídios para os combustíveis fósseis, mas apenas
100 bilhões de dólares para apoiar as energias limpas a cada ano. Estamos
pagando para poluir. Isso não pode continuar”, insistiu Calderón. (ecodebate)
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