Reservatórios devem ter no mínimo 35% de armazenamento ao
fim de abril/15 para evitar racionamento
Consumo de eletricidade deverá crescer entre 2% e 3%,
alcançando 480.000 GWh, segundo S&P.
Os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste devem
chegar a um mínimo de armazenamento de 35% ao fim de abril para evitar um
racionamento de energia, segundo relatório publicado pela Standard &
Poor's. Atualmente, os reservatórios do subsistema estão com 17,4% da
capacidade de armazenamento. Para a S&P, o governo buscará evitar um
racionamento, mas se os níveis de chuva em fevereiro e março forem
excessivamente baixos, impossibilitando a recuperação dos níveis dos
reservatórios, as chances de racionamento em algum momento entre maio e
novembro deste ano aumentarão significativamente.
"Acreditamos que o governo central
pretenda impedir um racionamento para evitar maior impacto no já fraco
crescimento do PIB brasileiro. No entanto, cresce o risco de racionamento em
meio aos baixos níveis de chuva registrados, mesmo com o país em plena estação
chuvosa", aponta o relatório. A expectativa da agência de risco é de que o
PIB tenha baixo ou zero crescimento em 2015, após um fraco desempenho no ano
passado, estimado em 0,2%. O cenário-base da S&P assume a ausência de
racionamento e projeta que o consumo total de eletricidade continuará crescendo
em níveis historicamente baixos, entre 2% e 3%, alcançando 480.000 GWh. O
cenário assume ainda a demanda industrial fraca e continuidade da demanda
residencial.
As distribuidoras e geradoras vem sendo
prejudicadas com a seca prolongada, devido, respectivamente, a compra de
energia no mercado spot e à geração abaixo do contratado. Segundo a S&P, as
distribuidoras tem registrado geração de ebtida mais fraca e volátil desde
2013, o que deteriorou suas métricas de crédito, uma vez que o suporte
financeiro do governo federal não cobriu totalmente a alta nos custos
relacionada à compra de energia. Em 2015, o governo indicou que não continuará
provendo recursos às distribuidoras, no entanto, alguns fatores, como a redução
no teto do PLD, as bandeiras tarifárias e o aumento extraordinário das tarifas,
irão dar suporte às concessionárias.
"Em 2015, estimamos que as distribuidoras
comprem cerca de 585.000 GWh para atender à demanda de suas áreas de cobertura,
incluindo nesse montante também as perdas técnicas e não técnicas", aponta
a S&P. Quanto aos aumentos extraordinários das tarifas, a agência de risco
avalia que devem exceder os 30%, em média. (canalenergia)
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