INPE/DETER estima 362 km2 de
corte raso na Amazônia entre fevereiro e abril/15
Durante
o trimestre de fevereiro, março e abril, os alertas de alteração na cobertura
florestal por corte raso e degradação na Amazônia somaram 550 km². Deste total,
estima-se que 362 km² são de áreas de desmatamento por corte raso e 180 km²
correspondem à degradação florestal, conforme registro do DETER, o Sistema de Detecção do
Desmatamento em Tempo Real do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE).
As
distribuições das áreas de Alertas nos Estados em cada mês, bem como a
respectiva cobertura de nuvens, são apresentadas na tabela a seguir:
DETER* Fev (km2)
|
Nuvens Fev (%)
|
DETER*
Mar (Km2) |
Nuvens
Mar (%) |
DETER*
Abr (km2) |
Nuvens
Abr (%) |
|
Amazonas
|
2,79
|
59
|
20,41
|
71
|
20,46
|
70
|
Mato
Grosso
|
24,48
|
29
|
93,45
|
32
|
150,51
|
32
|
Pará
|
3,74
|
85
|
25,96
|
91
|
81,38
|
91
|
Rondônia
|
0
|
93
|
11,48
|
67
|
20,15
|
42
|
Roraima
|
30,11
|
15
|
3,22
|
64
|
61,85
|
6
|
Total
|
61,12
|
60
|
154,52
|
71
|
334,35
|
67
|
*
Soma das áreas de alerta de corte raso, degradação florestal e falsos
positivos.
Baseado
em dados de satélites de resolução moderada (250 m), o DETER é uma ferramenta
de suporte à fiscalização de desmatamento e demais alterações na cobertura
florestal ilegais, prioritariamente orientado para as necessidades do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). As
imagens são analisadas e em prazo de até cinco dias após a passagem do satélite
mapas de Alertas de alteração na cobertura florestal são enviados ao IBAMA. Os
alertas podem se referir indistintamente ao desmatamento propriamente dito,
quando há a remoção drástica da cobertura florestal por corte raso, e também a
eventos de degradação florestal, que podem ser exploração madeireira por corte
seletivo, preparação da área para o corte raso, localmente denominada brocagem,
ou cicatrizes de incêndio florestal.
Os
resultados do DETER devem ser analisados em conjunto com as informações sobre a
cobertura de nuvens, que afeta a observação por satélites. As áreas em rosa dos
mapas a seguir correspondem aos locais que estiveram encobertos no período. Nos
mesmos mapas, os pontos amarelos mostram a localização dos Alertas emitidos
pelo DETER.
Mapa
de alertas de fevereiro, mês em que a cobertura de nuvens impediu a observação
de 60% da Amazônia.
Mapa
de alertas de março, mês em que a cobertura de nuvens impediu a observação de
71% da Amazônia.
Mapa
de alertas de abril, mês em que a cobertura de nuvens impediu a observação de
67% da Amazônia
Em
função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da
resolução dos satélites, o INPE não recomenda a comparação entre dados de
diferentes meses e anos obtidos pelo sistema DETER.
Corte
raso e degradação florestal
Uma
validação dos dados do DETER é realizada regularmente pelo INPE desde 2008 e,
como resultado, obtém-se uma estimativa amostral da proporção de áreas de corte
raso, de degradação florestal e de falsos positivos.
A
tabela a seguir detalha os resultados da validação no trimestre para toda
Amazônia Legal com o percentual de Corte raso, Degradação e Falsos
positivos.
A tabela a seguir detalha as estimativas das áreas de Corte raso, Degradação e
Falsos positivos calculados a partir dos resultados da validação no trimestre
para toda Amazônia Legal.
n° pols
|
Área avaliada (Km2,%)
|
Corte raso (%)
|
Degradação (%)
|
Falso positivo (%)
|
|
Fevereiro
|
38 (78%)
|
49 (80%)
|
90
|
7
|
3
|
Março
|
65 (76%)
|
133 (86%)
|
64
|
35
|
1
|
Abril
|
213 (78%)
|
281 (84%)
|
62
|
36
|
2
|
Corte raso (Km2)
|
Degradação (Km2)
|
Falso positivo (Km2)
|
Total (Km2)
|
|
Fevereiro
|
55
|
4
|
2
|
61
|
Março
|
99
|
55
|
1
|
155
|
Abril
|
208
|
122
|
5
|
334
|
Total
|
362
|
180
|
8
|
550
|
A
fatoração da área de alerta em corte raso e em degradação florestal atende a
uma solicitação do IBAMA, ratificada por um Acordo de Cooperação Técnica (ACT)
firmado em novembro de 2014 entre as duas instituições. A fatoração poderá ser
aplicada toda vez que houver dados de satélites de alta resolução (20-30 m)
disponíveis no mês em questão e com baixa cobertura de nuvens em quantidade
suficiente para cobrir ao menos 30% dos eventos de alertas e 30% de sua área
total.
Conforme
o ACT firmado, a divulgação do DETER é referente a um trimestre, realizada no
fim do mês seguinte ao término do trimestre e, além dos relatórios de dados (1)
e de validação (2), o INPE divulga mapas da distribuição espacial das ocorrências
de alertas de cada mês deste trimestre agregados em células de 50 km X 50km (3)
e o mapa com os polígonos de alertas do trimestre anterior (4). O INPE também
fornece uma interface gráfica para a visualização dos dados do DETER e outras
informações pertinentes sobre as alterações da cobertura florestal na Amazônia
(5).
(5) http://www.obt.inpe.br/deter/indexdeter.php
Sistema DETER
Sistema DETER
Realizado
pela Coordenação de Observação da Terra (OBT) do INPE, o DETER é um serviço de
alerta de desmatamento e degradação florestal na Amazônia Legal baseado em
dados de satélite de alta frequência de revisita.
O
DETER utiliza imagens do sensor MODIS do satélite Terra, com resolução espacial
de 250 metros, que possibilitam detectar polígonos de desmatamento com área
maior que 25 hectares. Nem todos os desmatamentos são identificados devido à
ocorrência de cobertura de nuvens.
Os
alertas produzidos pelo DETER foram concebidos e são produzidos para orientar a
fiscalização do desmatamento ilegal na Amazônia. Os mapas de alertas do DETER
são enviados diariamente ao IBAMA com a localização precisa de eventos de
desmatamento e degradação florestal e um indicativo de área que tem qualidade
limitada pela resolução do satélite, que permite representação acurada de área
apenas para eventos de tamanho superior a 100 ha.
Por
isso, o INPE não recomenda que os dados de área de alertas do DETER sejam
utilizados como indicativo do andamento da intensidade de desmatamento. Para
medir esta intensidade o INPE produz desde 1988 o mapa de desmatamento feito
com imagens de resolução de 20 a 30 m (Landsat, CCD/CBERS, LISS3/ResourceSAT,
DMC e SPOT). Deste mapa o INPE calcula a taxa de desmatamento anual em km2 medida
pelo PRODES.
A
menor resolução dos sensores usados pelo DETER é compensada pela capacidade de
observação diária, que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar
rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.
Este
sistema registra tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa
retirada da floresta nativa, quanto às áreas com evidência de degradação
decorrente de extração de madeira, preparação para desmatamento (brocagem) ou
incêndios florestais, que podem ser parte do processo de desmatamento na
região.
A
cada divulgação sobre o sistema de alerta DETER, o INPE apresenta ainda um
relatório de avaliação amostral dos dados. Os relatórios, assim como demais
dados relativos ao DETER, podem ser consultados em www.obt.inpe.br/deter.
(ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário