Uma planta indiana cultivada no Brasil nos ajuda a
entender e mudar hábitos.
Azadirachta
indica A. Juss., conhecida pelos nomes comuns de amargosa e nim (do hindi: नीम, nīm, também
grafado como neem, segundo a transliteração inglesa), é uma árvore da família Meliaceae, com distribuição natural no sul da Ásia e utilizada na
produção de madeira e para fins medicinais. Informação e foto: Wikipedia
Estamos
acostumados a ouvir que comer frutas, legumes e verduras faz bem para a saúde.
É verdade. E até em talos, folhas e cascas tem vários nutrientes que precisamos
botar para dentro do nosso organismo. O problema é que achamos que não gostamos
de alimentos naturais, afinal, somos bombardeados pela publicidade dos produtos
industrializados e convencidos de que consumir marcas é o que importa. Comemos
muitas porcarias disfarçadas com corantes, saborizantes e aromatizantes, que
nem são nutritivas, e não damos lá tantos exemplos para as crianças curtirem o
crocante da maçã da Branca de Neve, o espinafre do Popeye ou a cenoura do
Pernalonga. Mas, além desse costume torto que depende das nossas escolhas,
ainda temos o grave problema do uso exagerado de agrotóxicos nas lavouras
brasileiras, permitido exatamente porque não gastamos nosso poder de escolher.
Agrotóxicos
são venenos que contaminam as pessoas, os solos, as águas e os alimentos.
Diversos estudos relacionam agrotóxicos a efeitos nocivos sobre a nossa saúde e
segurança alimentar e nutricional. O Instituto Nacional do Câncer [INCA]
divulgou sua posição contra as práticas de uso de agrotóxicos no Brasil,
ressaltando seus riscos à saúde, inclusive nas causas do câncer.
O
Brasil é o maior importador de agrotóxicos do planeta, recordista desde 2008. E
o que é pior, aqui são usados mais de 10 tipos de venenos já proibidos no
mundo. Então, tem agrotóxicos em frutas, legumes e verduras que nos são
vendidos, pelos quais pagamos para comer e servir a nossa família. Têm
agrotóxicos também nesses produtos artificiais, nos ingredientes de biscoitos,
pães, cereais matinais, lasanhas, pizzas, como trigo, milho e soja. E nós nem
sabemos, sequer nos informam.
Mesmo
com o status negativo de campeão mundial no consumo de agrotóxicos e ainda
usando substâncias já proibidas nos Estados Unidos e na Europa, o Brasil
exporta produtos da agropecuária brasileira porque atende às exigências do
mercado internacional com soluções de controle biológico de pragas e de
fertilização orgânica. Mas, e a produção de alimentos para o nosso consumo, vai
continuar na base de agrotóxicos?
Nossa
escolha no campo e na cidade
Processos
e produtos amigáveis ao meio ambiente são alternativas eficientes, seguras e
econômicas para substituir o uso tantas substâncias químicas em lavouras e
criações. Prova disso é a árvore Neem, de origem indiana, que se destaca pela
variedade e confiabilidade de seu uso, com seus produtos defensivos,
fertilizantes, antiparasitários e repelentes naturais e atóxicos. Tudo que se
produz a partir do princípio ativo, extraído das folhas, frutos, cascas,
sementes e madeira dessa árvore, é utilizado na medicina, cosmética e
agricultura há mais de 4 mil anos na Índia.
Neem
combate mais de 400 tipos de pragas agrícolas sem causar danos ao meio
ambiente, é natural e atóxico. Na pecuária, Neem combate insetos e parasitas,
reduz o custo com medicação para os animais e não deixa resíduos na carne nem
no leite. A confiabilidade do Neem tem sido atestada por diferentes
instituições, como Embrapa, Unicamp e Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), por exemplo,
comprovaram que a aplicação do óleo de Neem em lavouras como da mandioca
combate o ácaro vermelho.
Então,
o produtor rural tem soluções disponíveis no mercado brasileiro para melhorar seus
processos de cultivo e criação, assim como a qualidade de frutas, legumes,
verduras, leite e carnes. Não precisa depender de agrotóxicos. E pode escolher
se adiantar ao invés de ser surpreendido pelo seu comprador usual querendo
deixar de vender alimentos produzidos com agrotóxicos, porque os clientes dele
na feira querem comprar frutas, legumes e verduras saudáveis de verdade, sem
venenos, e estão trocando de barraca.
Aliás,
você já perguntou nas barracas da feira em que costuma comprar frutas, legumes
e verduras se o cultivo é com agrotóxicos? Pergunta! Queira saber, porque a
demanda formata a oferta. Converse com os feirantes sobre a procedência do que
vendem a você, use seu smartphone conectado para checar os sites dos produtores
e leve em consideração a sua saúde e da sua família na hora da escolha de
compra. E descubra como é a oferta de produtos orgânicos na sua cidade, se tem
em mercados, hortifrutis, feiras, associações de produtores, grupos de compra.
Bom
para o ambiente, melhor para nós
Morando
no campo ou na cidade, somos todos consumidores e precisamos entender que o que
é bom para o meio ambiente é bom para nossa saúde. Mudar práticas na produção e
hábitos de consumo provoca também mudanças no mercado, é a lei da oferta e da
procura.
Uma
iniciativa bem bacana na cidade do Rio de Janeiro é o Circuito Carioca de
Feiras Orgânicas, reunindo produtores e expositores dedicados à comercialização
de alimentos 100% orgânicos e certificados. Segue o link https://www.facebook.com/feirasorganicas para você conhecer o circuito, compartilhar com
quem tem interesse na sua cidade e apresentar na prefeitura e para o vereador
em que você votou.
A
produção de orgânicos no Brasil aumenta 20% por ano desde 2010, segundo o
SEBRAE. O número de produtores orgânicos cresceu mais de 50% de 2014 para 2015.
E a natureza é tão incrível que com uma única árvore temos diversas soluções
para diferentes problemas sem prejudicar o meio ambiente e sem nos encher de
venenos. Os produtos derivados do Neem não são tóxicos para o homem nem para os
animais e são biodegradáveis, porque seu DNA é livre de moléculas químicas.
Como
diz a Romina Lindemann, Diretora-geral da Preserva Mundi [especializada no
cultivo de Neem e na fabricação de seus produtos derivados], Neem é o grande
aliado do produtor rural brasileiro para reduzir custos e tornar a produção
mais limpa e menos danosa ao ambiente e às pessoas. “O Brasil precisa saber
mais sobre as vantagens e os benefícios do Neem e explorar nosso potencial na
agropecuária orgânica.” Tem toda razão. Abandonar agrotóxicos na agropecuária
não se reduz a uma tendência e nem ao interesse de mercado, é bom para o meio
ambiente e é ainda melhor para nós.
Eu
não sou produtora rural e uso Neem. É que a versatilidade da árvore é tanta que
rende produtos para usarmos em casa e nos bichinhos que amamos, como o
repelente e o sabonete. Substituí inseticida pelo repelente de Neem, que também
entra na finalização da faxina. Como sou a humana de estimação da gata Amor
Amora, optar por um repelente natural é vantajoso também por não fazer mal à
bichana. Cuido da higiene e do controle de pulgas em Amor Amora com o sabonete
de Neem próprio para cães e gatos. Estou muito da satisfeita por ter mudado. E
se você pensa em experimentar, saiba mais sobre o Neem, seus usos e produtos em
Preserva Mundi http://bit.ly/PreservaMundiprodutos.
(ecodebate)
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