RJ: Cedae
reduz captação de água no Paraíba do Sul
Estiagem
afeta o rio Paraíba do Sul na cidade de Barra do Piraí, no Rio de Janeiro
A
partir de 27/08 a captação de água do Rio Paraíba do Sul para o sistema Guandu,
que abastece a cidade do Rio de Janeiro, vai cair de 80m³/s para 75m³/s. A
medida foi autorizada em março pela Agência Nacional de Águas (ANA) e está
sendo implantada gradativamente pelo Grupo de Acompanhamento da Operação
Hidráulica do Paraíba do Sul, que conta com representantes da agência, do
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), dos comitês de bacia e de
usuários.
Com
isso, a vazão em Santa Cecília, onde é feita a transposição do Paraíba do Sul
para o sistema Guandu, chegou ao limite mínimo autorizado, de 110m³/s. Os
35m³/s restantes seguem para a foz do rio, em São João da Barra. As reduções na
vazão estão sendo implantadas desde maio de 2014, quando o limite mínimo passou
de 190 para 173m³/s.
De
acordo com o diretor-geral do Comitê Guandu, Julio Cesar Antunes, que participa
do grupo técnico, os ajustes na vazão são feitos para que não seja atingido o
volume morto dos quatro reservatórios do Paraíba do Sul: Santa Branca,
Paraibuna, Jaguari e Funil. Segundo ele, com essa gestão, não vai faltar água
para o abastecimento até o próximo período chuvoso.
“Tivemos
uma chuva em janeiro e fevereiro, então os reservatórios recuperaram um pouco.
O que estamos fazendo é ser o mais conservador possível, de forma a evitar
entrar no volume morto. Mas ainda temos o volume morto. Então, ainda tem um
reservatório [de água]. Em São Paulo já estão utilizando o volume morto, nós
estamos acima disso. Estamos gerenciando para não atingir esse volume morto até
o próximo verão. Se isso [falta de chuva] continuar, aí, realmente, vai
aumentando a possibilidade de entrar na mesma situação em que está São Paulo”.
Hoje,
segundo os dados da agência de águas, o volume equivalente desses reservatórios
está em 7,7%. Em agosto do ano passado, esteve em 19,2% do volume útil e chegou
a 0,66% em janeiro deste ano. É chamado de volume morto, o nível de água abaixo
da capacidade de geração elétrica pelas usinas.
Em
evento de lançamento de programas sociais com recursos da Loteria do Estado do
Rio de Janeiro (Loterj), ocorre em 26/08, o governador Luiz Fernando Pezão
comentou a redução da captação de água. Ele disse que a possibilidade de falta
d´água preocupa muito, mas que o estado está fazendo o possível para contornar
o problema. Segundo ele, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) já
economizou 1,5 trilhões m³ de água desde o começo da crise do ano
passado.
“Claro
que a gente está bem atento, fizemos uma grande reunião, tomando outras medidas
para nos preparar e garantir o abastecimento de água para 2016. Em 2015,
estamos indo bem e agora é torcer para chover. Nós nos reunimos semanalmente
com a ANA, falo com a ministra Izabela [Teixeira, do Meio Ambiente] toda
semana, estamos com um grande acompanhamento do nível dos reservatórios, temos
um bom entendimento com o governador Geraldo Alckimin, com o governador
Fernando Pimentel, nos precavendo, mudando capitação de algumas cidades,
melhorando para sofrer menos e economizando água, o que é o mais importante”.
Por
meio de nota, a Cedae informou que “permanecerá produzindo a quantidade de água
necessária ao atendimento da população do Grande Rio dentro de todos os
parâmetros determinados pela portaria 2914 do Ministério da Saúde”. (ecodebate)
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