Cantareira
tem primeira alta em 44 dias após chuva forte em SP
Reservatório
teve elevação significativa após temporais de 08/09/15.
Todas as
represas que abastecem a Grande SP ganharam volume.
A chuva forte que atingiu a
capital e outras regiões do Estado de São Paulo em 08/09 fez o volume do Sistema
Cantareira subir pela primeira vez em 44 dias, segundo dados da Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
O
nível do conjunto de represas passou de 15% dia 08/09 para 15,4% em 09/09, alta significativa.
A
última elevação no sistema havia ocorrido no dia 27 de julho. A alta desta
quarta é apenas a terceira verificada durante o inverno, estação mais seca do
ano.
Entre 9h de 08 às 9h de 09/09, o manancial recebeu 48,5 mm de chuva, 56%
do previsto para todo o mês. Trata-se do maior volume desde 24 de dezembro de
2014, quando choveram 52,4mm.
No
acumulado de setembro, a precipitação já chega a 65,5 mm, 75,6% do esperado.
Os
demais cinco sistemas que abastecem a Grande São Paulo também se beneficiaram
com as chuvas no Estado. No dia mais chuvoso do ano na capital, o Guarapiranga
subiu de 67,2% para 70,7%.
Agosto
Os
novos números do Sistema Cantareira contrastam com o mau desempenho em agosto,
mês em que teve apenas 30,7 mm de chuvas, o equivalente a 89,2% da média
histórica do mês (34,4 mm).
Agosto
foi o quinto mês seguido em que o sistema, que abastece 5,3 milhões de pessoas
na Grande São Paulo, fechou "no vermelho".
Alagamento na Zona Leste de São Paulo durante temporal de 08/09/15.
Alagamento na Zona Leste de São Paulo durante temporal de 08/09/15.
O
índice de 15,4% do Cantareira divulgado pela Sabesp considera o cálculo feito
com base na divisão do volume armazenado pelo volume útil de água.
Após
ação do Ministério Público (MP), aceita pela Justiça, a companhia passou a
divulgar outros dois índices para o Sistema Cantareira.
O
segundo índice leva em consideração a conta do volume armazenado pelo volume
total de água do Cantareira. Nesta quarta-feira, ele era de 11,9%. O terceiro
índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume da reserva
técnica pelo volume útil, e era de -13,9%.
Falta
de planejamento
O
Tribunal de Contas do Estado (TCE) informou que a falta de água em São Paulo
foi resultado da falta de planejamento do governo paulista.
O
órgão relatou que a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (SSRH) recebeu
vários alertas sobre a necessidade de um plano de contingência para eventuais
riscos de escassez hídrica na Região Metropolitana de São Paulo. A pasta negou
as alegações e disse que era impossível prever a estiagem de 2014.
As
informações fazem parte do parecer do TCE sobre as contas do governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), do ano passado. O TCE aprovou as contas do
tucano com ressalvas no fim de junho e listou 20 recomendações em diferentes
áreas que o governo deveria adotar.
Medidas
preventivas
Sobre
a seca no estado, o Tribunal de Contas afirmou que outras medidas poderiam ter
sido adotadas para que a crise não chegasse "ao ponto em que se encontra
atualmente, ou pelo menos para que seus efeitos fossem minimizados".
Entre
as propostas está a despoluição dos rios Tietê e Pinheiros, a recuperação da
represa Billings e o combate mais efetivo de perdas de água na distribuição.
A
Secretaria de Recursos Hídricos informou ao TCE que implantou diversas ações
para uma situação de estresse hídrico, como o Programa de Uso Racional da Água
(PURA), financiamento de estudos, projetos, obras e serviços ligados ao
controle de perdas, e adoção de medidas para a prática de reuso de efluentes
tratados para uso industrial, urbano e na agricultura.
Em
nota enviada ao G1, o governo informou ainda que nenhum instituto ou
especialista previu a severidade da seca que atingiu a região sudeste em 2014.
(g1)
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