Especialista
explica a conexão entre a estiagem e as inundações no Brasil
Pesquisadores
descobriram que a estiagem em São Paulo teve a mesma raiz que as inundações em
Rondônia.
De
acordo com especialistas, a estiagem recorde que aconteceu em São Paulo, em
2014, teve a mesma raiz que as enchentes em Rondônia, o que causou prejuízos de
cerca de R$ 5 milhões.
O
secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, fala sobre o
fenômeno: “existe uma conexão entre esse desequilíbrio, o excesso de umidade,
no norte do país e a falta de circulação da umidade para o sudeste, agravando a
situação de abastecimento de água. É uma situação que reflete, de uma certa
forma, o desequilíbrio que viemos observando no mundo inteiro e em várias
regiões brasileira, o clima se comportando de uma maneira diferente do que a
usual e provocando em determinadas regiões, impactos como secas e estiagens, e
em outras regiões, excesso de chuvas, tempestades, inundações, o que provoca
transtorno de muitas pessoas”.
Seca
na represa do Sistema Cantareira, em São Paulo.
Segundo
Carlos Rittl, a umidade que circula sobre a Amazônia, recebe primeiro o vapor
de água que vem dos oceanos e se soma a umidade que é circulada pela própria
floresta Amazônica, junto com os ventos que circulam na Amazônia, que vem do
oceano em direção a oeste e ao chegar na barreira da Cordilheiras do Andes,
esses ventos acabam fazendo com que a circulação de umidade, venha do Norte
para o Sul, entretanto nos últimos anos, uma massa de calor, sobre o centro-sul
do país, impediu que essa umidade circulasse normalmente e ficando presa na
região norte.
“Essa
massa de ar seco e quente, transformou-se numa barreira para a circulação dessa
umidade, na intensidade em que usualmente acontece, ou seja, uma boa parte
dessa umidade ficou presa na Amazônia e isso acabou provocando o excesso de
chuva e a falta de umidade em outras regiões”, explicou Carlos Rittl.
Há
muitas perdas na distribuição de água, a partir da captação dela, atingindo de
30% a 40%, se perdendo ao longo do caminho.
A
questão climática só agrava o mau uso dos recursos: “alguns estudos, como o da
SOS Mata Atlântica, indicam que em algumas bacias, já se houve mais de 70% de
desmatamento, e florestas no entorno de rios e de reservatórios é importante
para a qualidade e quantidade de água e a questão climática só agrava o mau uso
dos recursos”, alerta o Secretário Executivo do Observatório do Clima.
De
acordo com Carlos Rittl, a solução para o problema é a preservação ambiental,
garantindo um clima ameno e assegurando o abastecimento de água: “é fundamental
que se pare os desmatamentos em regiões de mata atlântica e recuperar as áreas
que são importantes”. (ecodebate)
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