Caminhos
do bem
Estradas
que colocam o conceito da consciência ambiental em primeiro plano, desde o
projeto até a manutenção.
Elas
foram projetadas para não somente para oferecer segurança e conforto aos seus
usuários, mas também para minimizar os impactos de sua construção ao meio
ambiente de seu entorno. Hoje, as chamadas estradas ecológicas – conhecidas em
países da Europa, como Alemanha e Espanha – já não são tão raras no Brasil. Há
muitas delas no país, embora ainda estejam concentradas nas regiões Sul e Sudeste,
a grande maioria privatizadas e sob a administração de concessionárias. Mas o
que distingue uma rodovia ambientalmente sustentável das demais? Ao contrário
do que se pensa, estrada ecológica não necessariamente é aquela que cruza
parques e reservas naturais. Exemplos: a Transpantaneira, que cruza o
território do Pantanal mato-grossense, e a Transamazônica, que rasga a maior
floresta tropical do mundo, de ecológica não têm nada. A Transpantaneira
apresenta alto índice de atropelamentos de animais silvestres que vivem no
Pantanal. Já a Transamazônica, inaugurada no início da década de 1970 com seus
2.300 quilômetros, foi um dos mais absurdos erros ambientais da história do
Brasil, porque liga o nada a lugar nenhum à custa do desmatamento impiedoso e
do abandono das populações às suas margens.
Por
conta de burradas ambientais como essas, desde 1986 é preciso obter autorização
prévia do IBAMA antes de abrir qualquer rodovia em território brasileiro. Antes
mesmo de sair do papel, o órgão fiscalizador do governo federal faz uma
minuciosa análise dos impactos ambientais que a obra pode causar. Se os danos
ao meio ambiente forem considerados pesados demais, o IBAMA impede a sua
construção. Para ganhar o status de “estrada ecológica”, entretanto, é
necessário ir muito além do cumprimento da lei. O caminho precisa estar de bem
com a natureza em todos os sentidos: preservando a flora e a fauna da região,
protegendo os mananciais, respeitando as comunidades que vivem ao longo dele e
até utilizando matéria-prima reciclada na sua construção.
Rodovias
como a BR-290, que interliga a Grande Porto Alegre ao litoral gaúcho, o sistema
Anchieta-Imigrantes, que leva da capital paulista à Baixada Santista, ou a
Rodovia do Sol, no Espírito Santo, que liga Vitória a Guarapari são bons
exemplos de rodovias ecológicas e até conquistaram prêmios pelas ações de
conservação do meio ambiente. Há ainda uma dezena de outras estradas
brasileiras com iniciativas que vão desde a utilização de asfalto produzido com
borracha proveniente da reciclagem de pneus velhos, até a preocupação com a
construção de passagens seguras para os animais silvestres, os chamados
faunodutos, por onde os bichos podem atravessar de um lado para o outro da
pista sem o perigo de serem esmagados pelos veículos.
Quem já viajou pela Rodovia dos Imigrantes a caminho das praias do litoral paulista fica extasiado com a paisagem que vê às suas margens, já no trecho de serra. A estrada corta um dos mais preservados trechos de Mata Atlântica ainda em pé do Brasil, inclusive parte do Parque Estadual da Serra do Mar. Por isso, os 21 quilômetros da segunda pista da rodovia dos Imigrantes – que desce a serra em direção às praias – foi totalmente planejados para serem ambientalmente sustentáveis. “Quando assumimos a construção, em 1997, o projeto original foi alterado para privilegiar o meio ambiente. Optamos por túneis e viadutos com maior espaçamento entre os pilares de sustentação, para evitar ao máximo o corte de parte da floresta. Assim, diminuímos em 40 vezes o desmatamento em relação ao antigo projeto, que previa a derrubada de 1.600 hectares de mata nativa”, garante Artaet Martins, assessor de Meio Ambiente da Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes.
Quem já viajou pela Rodovia dos Imigrantes a caminho das praias do litoral paulista fica extasiado com a paisagem que vê às suas margens, já no trecho de serra. A estrada corta um dos mais preservados trechos de Mata Atlântica ainda em pé do Brasil, inclusive parte do Parque Estadual da Serra do Mar. Por isso, os 21 quilômetros da segunda pista da rodovia dos Imigrantes – que desce a serra em direção às praias – foi totalmente planejados para serem ambientalmente sustentáveis. “Quando assumimos a construção, em 1997, o projeto original foi alterado para privilegiar o meio ambiente. Optamos por túneis e viadutos com maior espaçamento entre os pilares de sustentação, para evitar ao máximo o corte de parte da floresta. Assim, diminuímos em 40 vezes o desmatamento em relação ao antigo projeto, que previa a derrubada de 1.600 hectares de mata nativa”, garante Artaet Martins, assessor de Meio Ambiente da Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes.
Na
época da construção da pista descendente da rodovia dos Imigrantes, áreas que
já estavam degradadas foram aproveitadas para sediar o canteiro de obras.
Durante a construção da pista foram instaladas cinco estações de tratamento de
esgotos. “Toda a água usada pelos funcionários era tratada e devolvida aos rios
que nascem no alto da serra e abastecem boa parte da Baixada Santista”. (abril)
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