Vazamento
sob Arena Corinthians ameaça soterrar avenida.
A arena do Corinthians não é apenas um problema
financeiro ou policial. É uma ameaça à segurança dos torcedores.
“O estacionamento do estádio corre o risco de parar
na Radial Leste. Vai ser uma nova Mariana”.
A frase, aparentemente alarmista, é aterradora, e
foi dita ao blog por um dos responsáveis pela obra do estádio.
O motivo faz sentido.
Descobriu-se um vazamento, em junho deste ano, de
mais de 10 milhões de litros d’água sob o estádio que, segundo o técnico, tem
potencial para fazer o estacionamento deslizar até a avenida que passa ao lado.
O aviso surgiu das contas d’água, de repente com um
consumo muito superior ao que vinha sendo registrado.
Foi então que um engenheiro que acompanha a obra
descobriu o vazamento, embaixo de um quiosque no estádio.
Já houve um deslizamento, por causa de chuvas, que
chegou à calçada da Radial, em fevereiro do ano passado.
A possibilidade de invadir a pista e colher quem
passa por ela, como pegar pedestres na calçada é real.
Mais: a Odebrecht, em vez de canalizar o curso
d’água que passa perto da arena pelo lado dela, o fez passar, para economizar,
por baixo do prédio.
Se fosse pouco, tem mais: além das placas de
granito que têm caído das paredes, várias lâminas de techlan, porcelana pura em
chapas de três milímetros de espessura de três metros por um de comprimento, já
voaram da fachada e caíram no setor norte das arquibancadas e no gramado, por
sorte em dias sem jogos.
Tais lâminas, sempre de acordo com o depoimento
ouvido pelo blog, como facas de porcelana, têm o poder de cortar uma pessoa ao
meio.
Como se não bastasse, a
cobertura da Arena Corinthians está acumulando água por falta de limpeza das
canaletas de escoamento, com risco, portanto, desta água vir abaixo em grande
proporção e velocidade.
Em resumo, e em bom
português, quem frequenta o estádio está correndo risco de morte, fato sabido
pelos que o administram e pela direção do clube que, amanhã, não poderão alegar
desconhecimento caso morra alguém em suas dependências, porque não faltaram
advertências dos técnicos.
Já aconteceu de o teto da
área VIP desabar, com cerca de duas toneladas, por sorte também em dia sem
jogo.
O pior: como a Odebrecht
participou da construção de outros
estádios pelo país afora, como o Maracanã, a Fonte Nova, em Salvador, e a Arena
Pernambuco, é legítimo perguntar se os problemas não são comuns também a eles.
Tudo isso sem prejuízo da
Operação Lava Jato, mas com enorme prejuízo para a centenária instituição
chamada Sport Club Corinthians Paulista.
Não são poucas as fraudes
cometidas pela empreiteira na construção do palco que abrigou a abertura da
Copa do Mundo de 2014, presente de grego que o patriarca da construtora, Emílio
Odebrecht, diz ter dado ao ex-presidente Lula, no que o ex-presidente do
Corinthians, e administrador do Itaquerão, Andrés Sanchez, acreditou piamente.
Aliás, por ser deputado
federal, ele não poderia, segundo contrato celebrado com a Caixa Econômica
Federal, exercer a função de gestor da arena.
Muita água ainda irá
rolar neste mar de lama e o “Palácio de Mármore” corre o risco de reproduzir,
guardadas as devidas proporções, o desastre de Mariana.
Ouvida a auditoria que
está em curso no Corinthians, seu responsável não negou, mas minimizou os
problemas e pediu que não houvesse alarmismo, ao prometer explicar tudo quando
o trabalho terminar, ainda no mês de novembro, embora devesse ter terminado em
setembro e prorrogada por 90 dias, pois a Odebrecht não passa as informações
solicitadas.
A direção do clube diz
que só se manifestará quando a auditoria for concluída e a Odebrechet não se
pronuncia a respeito. (uol)
Nenhum comentário:
Postar um comentário