Quando estava cursando o
mestrado em Houston, por indicação da Fundação de Ensino e Tecnologia de
Alfenas, tive oportunidade de entrar, pela primeira vez, em uma estação de
tratamento de esgoto.
Qual não foi minha surpresa
ao verificar que o efluente praticamente não tinha cor ou turbidez.
Entusiasmado, perguntei o que era feito com ele.
– Vai ser jogado fora – foi a
resposta.
Mais tarde, perguntei por que
esse efluente não era aproveitado em uma estação de tratamento de água.
Informaram-me que o americano jamais aceitaria beber água que foi esgoto.
Hoje, a situação mudou. São
diversas as estações de potabilização de esgoto existentes ao redor do mundo,
várias delas nos Estados Unidos. Mas o preconceito continua. Na estação Orange
County Water District, em Fountay Walley, que abastece 2,4 milhões de pessoas
na Califórnia, o visitante é convidado a tomar um copo de água potável
produzida pela potabilização do esgoto, mas são poucos aqueles que aceitam
tomá-la.
O pior é que, até hoje,
ninguém se aventurou a fazer a primeira estação de potabilização de esgoto na
América Latina. Diante disso, resolvi quebrar o tabu e construir a primeira
estação, se não de fato, ao menos na ficção. Escrevi um livro intitulado “A
primeira estação de potabilização de esgoto da América Latina”, em que os
personagens constroem uma estação de potabilização de esgoto passo a passo.
O livro é dedicado ao saudoso
Prof. Edson Antônio Velano, fundador da Unifenas e seu primeiro reitor, por
ter-me indicado a disputar a bolsa de estudos, com a qual cursei o mestrado e,
como digo na dedicatória, “onde tudo começou”. (ecodebate)
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