quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O envelhecimento se espalha pelo mundo

O envelhecimento populacional ocorre quando a proporção de pessoas idosas aumenta muito em relação aos demais grupos etários da população. Nações envelhecidas são uma novidade na história. No passado, os países eram jovens, pois a esperança de vida era baixa e os casais tinham que gerar grande número de filhos para se contrapor aos óbitos precoces.
Porém, a partir do momento em que as taxas de natalidade e mortalidade declinam, começa um processo de mudança da estrutura etária, com redução imediata da base da pirâmide e um alargamento, no longo prazo, do topo da pirâmide. O envelhecimento é o resultado esperado e inevitável da transição demográfica.
Uma forma de medir o envelhecimento populacional é por meio do Índice de Envelhecimento (IE), que é a razão entre o número de pessoas idosas sobre os jovens (crianças e adolescentes). Trata-se de uma razão entre os componentes extremos da pirâmide etária. O IE pode ser medido pelo número de pessoas de 60 anos e mais para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade.
Um país é considerado idoso quando o topo da pirâmide é maior do que a sua base, isto é, um país idoso é aquele que tem um IE igual ou superior a 100. Como já dito, o envelhecimento populacional é um fenômeno novo na história da humanidade. Em 1975, havia apenas um país com a quantidade de idosos (60 anos e mais) maior do que a quantidade de jovens com menos de 15 anos. Este número passou para 3 países em 1980 e chegou a 52 países em 2015.
O primeiro país a atingir o Índice de envelhecimento superior a 100 (mais idosos do que jovens) foi a Suécia em 1975. Em seguida, em 1980, entraram no clube dos idosos a Alemanha e as Ilhas do Canal. Em 1985 foram mais sete países: Reino Unido, Suíça, Noruega, Luxemburgo, Dinamarca, Bélgica e Áustria. Somando 10 países com IE igual ou superior a 100. Em 1990 mais 2 países ultrapassaram o IE de 100: Itália e Grécia. Em 1995, entraram no time dos idosos: Japão, Espanha, Portugal, Hungria, França, Croácia e Bulgária.
No ano 2000, outros oito países tiveram os idosos superando os jovens: Rússia, Eslovênia, Romênia, Letônia, Finlândia, Estônia, República Checa e Bielo Rússia. Cinco anos depois, em 2005, entraram mais oito países: Sérvia, Polônia, Holanda, Malta, Hong Kong, Canadá, Bulgária e Bósnia Herzegovina. Em 2010, foram somente dois: Martinica e Geórgia.
Mas em 2015 o número de países idosos deu um salto de quinze países: Estados Unidos, Ilhas Virgens, Macedônia, Singapura, Moldova, Coreia do Sul, Porto Rico, Nova Zelândia, Montenegro, Chipre, Curaçao, Macau, Barbados, Aruba e Cuba. No total são 52 países com IE igual ou acima de 100, em 2015.
A China, o país mais populoso do mundo, vai ter o número de idosos (60 anos e +) acima do número de jovens com menos de 15 anos até 2020. O Brasil vai entrar para o time dos idosos até 2030.
Progressivamente, o número de países com IE acima de 100 vai se ampliar até atingir a totalidade dos países. A população mundial vai ter mais idosos (60 anos e mais) do que jovens (menos de 15 anos) em 2050.
O envelhecimento populacional é inevitável. Mais cedo ou mais tarde, todos os países terão mais idosos do que jovens. A diferença é apenas de ritmo. O mundo não tem outra coisa a fazer a não ser se preparar para esta nova realidade. Como disse Confúcio (551 a.C. – 479 a.C): “Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer”. (ecodebate) 


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