A expansão dos investimentos em infraestrutura é o
caminho mais rápido e seguro para alavancar o desenvolvimento e o crescimento
econômico do Brasil. Depois de uma recessão sem precedentes, o país começa a
recuperar sua capacidade de produzir e de gerar empregos. Mas, para alcançarmos
um novo ciclo de desenvolvimento dinâmico e sustentável, será preciso superar
as barreiras impostas pelas deficiências de infraestrutura de transporte e
logística.
O governo federal anunciou, em 23 de agosto, um
plano nacional de concessões de infraestrutura dentro do Programa de Parcerias
de Investimentos, o PPI. O pacote deve destravar projetos de rodovias,
ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias, além de prever leilões do pré-sal e
concessões de usinas hidrelétricas.
A iniciativa do governo é positiva. O plano de
concessões ajudará a reaquecer a economia e será um estímulo aos investidores
interessados no Brasil. Mas é preciso muito mais que ações pontuais. O país
precisa de uma política central, consistente e permanente de investimentos em infraestrutura.
Estudo realizado pela Confederação Nacional do
Transporte (CNT) estima uma demanda de investimentos da ordem de R$ 1 trilhão
para superarmos as barreiras impostas pela baixa oferta de infraestrutura de
transporte e logística. O planejamento do setor deve prever um sistema
integrado e multimodal, capaz de responder às dimensões e às diversidades
econômica, geográfica e social do Brasil.
Uma boa infraestrutura de
transporte e logística dará novo impulso à economia do país, ao reduzir custos
operacionais e acelerar o escoamento da produção agrícola e industrial,
tornando as empresas brasileiras mais eficientes e competitivas no mercado
internacional.
Nas cidades, os projetos
de mobilidade urbana contribuirão para reduzir o desconforto e as horas gastas
em transporte, aumentando a segurança e a qualidade de vida da população. Nas
metrópoles e nas grandes e médias cidades do interior, que hoje sofrem com o
caos urbano, será possível alcançar padrões modernos de bem-estar, com aumento
de produtividade dos trabalhadores e melhora no desempenho do setor produtivo.
Regiões como o Norte e o Nordeste, com alto
potencial de desenvolvimento, mas com defasagens históricas de infraestrutura,
ou o Centro-Oeste, que concentra grande parte da produção agrícola, por
exemplo, podem se beneficiar sobremaneira de uma política consistente de
infraestrutura com fortes investimentos em transporte e logística.
O investimento em
infraestrutura favorece a criação de polos regionais de desenvolvimento, bem
como estimula o aumento da produtividade, que gera crescimento econômico,
produz riquezas e amplia as oportunidades de emprego e de renda para a
população. Uma economia ativa intensifica a arrecadação de Estados e
municípios, aumentando a capacidade de investimentos governamentais em
políticas públicas essenciais, como saúde, educação e segurança.
Para alcançar esse
círculo virtuoso de crescimento com distribuição de renda, o Brasil precisa
prosseguir nas reformas do Estado. Passos importantes já foram dados. Destaco o
teto de gastos, a reforma do ensino médio, a terceirização da mão de obra e a
nova Lei Trabalhista.
Essas primeiras mudanças
foram suficientes para que a economia iniciasse a espiral de recuperação que
estamos registrando, com melhora de vários indicadores. Crescimento do PIB,
geração de empregos, queda da inflação, redução das taxas de juros, retomada da
produção industrial, melhora nas vendas do varejo e na prestação de serviços
são alguns dos sinais de que a economia saiu do vermelho.
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