Pesquisa mostra que 16% do território nacional estão suscetíveis à
desertificação.
A cada dia
chega a notícia da morte de um rio, ou que um rio famoso agoniza. Afluentes dos
grandes rios brasileiro estão sendo mortos às centenas, aos milhares, num
verdadeiro hidrocídio, isto é, a matança das águas.
Esses dias
nos chegou a visão do leito seco do Paracatu, um dos maiores afluentes do São
Francisco.
No ano
passado, em Macapá, me contaram que a pororoca do rio Araguari estava extinta.
Esse ano,
no Acre, me contaram que o prognóstico científico é que o rio do Acre seque em
dez anos.
Em
Miracema, quando estive lá no ano passado, quase atravessámos o rio Tocantins a
pé, com a água alcançando no máximo a cintura.
Ali mesmo
nos contaram que o rio Javaés, que faz a Ilha do Bananal, considerada a maior
ilha fluvial do mundo, também tinha secado.
O Velho
Chico agoniza a olho nu, com pouco mais de 500 m3/s, e na sua foz o mar avança
São Francisco adentro, já salinizando as águas antigamente doces das
comunidades ribeirinhas.
Nosso ciclo
das águas, que se origina na Amazônia e depois se espalha por todo território
brasileiro, chegando até Buenos Aires, Assunção e Montevidéu, está sendo
estrangulado pelas atividades predadoras que precisam destruir a vegetação para
se impor. Ao destruir a Amazônia matamos a bomba biótica que injeta água na
atmosfera, ao destruir o Cerrado matamos nossos maiores reservatórios naturais,
aquíferos como o Bambuí, Urucuia e Guarani. A riqueza derivada da rapinagem não
tem fôlego e também entrará em colapso com o colapso de nossas águas.
Não sabemos
exatamente o que será e nem como será, só sabemos que estamos preparando o
inferno para as gerações futuras.
Mesmo
assim não nos conformamos. Como diz uma frase atribuída a Martin Luther King,
“se eu soubesse que o mundo acabaria amanhã, mesmo assim hoje eu plantaria uma
árvore”. (ecodebate)
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