Governo
divulga que desmatamento na Amazônia caiu 16% em 12 meses.
Em
12 meses, Amazônia perdeu área de floresta equivalente a quatro vezes a cidade
de São Paulo.
O
desmatamento na Amazônia caiu 16% entre agosto de 2016 e julho de 2017. Os
dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e foram divulgados em
17/10/17 pelos ministros do Meio Ambiente, Sarney Filho, e da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab. Apesar da queda, 6.624 km² de floresta foram devastados no período, o
equivalente a quatro vezes a cidade de São Paulo.
Os
estados do Pará e de Mato Grosso tiveram as maiores áreas desmatadas, com 2.413
km² e 1.341 km² de floresta a menos, respectivamente. No entanto, na comparação
com o período anterior (agosto de 2015 e julho de 2016), os dois registraram
redução no desmatamento, de 19% no caso do Pará e 10% em Mato Grosso. Já o
estado com menor área desmatada foi o Tocantins, com 26 km² e redução de 55% em
relação aos 12 meses anteriores.
De
acordo com o INPE, em relação a 2004, quando foi lançado o Plano para Prevenção
e Controle do Desmatamento da Amazônia, a devastação do bioma recuou 76%.
Sarney Filho disse que os dados de hoje mostram a tendência de regressão na
curva do desmatamento, que, segundo ele, se deve a fatores como reforço da
fiscalização e recomposição do orçamento dos órgãos ambientais.
“O
desmatamento aumenta por uma série complexa de motivos, mas ele diminui
basicamente por uma ação: comando e controle. Comando e controle é poder de
polícia”, disse Sarney Filho em entrevista no Palácio do Planalto. Antes do
anúncio, os dois ministros apresentaram os dados ao presidente Michel Temer.
“Quando
fica constatado que há um desmatamento, para lá se deslocam os fiscais do Ibama
[Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis],
ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade], Polícia
Federal e aí se dá o combate. Quando os desmatadores ilegais sabem que a presença
do Estado brasileiro está clara, eles diminuem suas atividades. E é isso que
está ocorrendo”, completou o ministro do Meio Ambiente.
Sarney Filho também afirmou que, ao assumir o ministério,
os orçamentos do IBAMA e ICMBio estavam “completamente defasados”.“Recuperamos o orçamento desses órgãos, conseguimos
adicionalmente mais recursos do Fundo Amazônia e as operações voltaram como
jamais vistas. Hoje nós podemos dizer, com certeza, que não houve um retrocesso
no que diz respeito às políticas ambientais da Amazônia”.COP 23O ministro alertou, no entanto, que apenas ações de
controle não serão suficientes para deter o desmatamento e ressaltou a
importância do cumprimento de tratados internacionais, principalmente do Acordo
de Paris, além do pagamento de serviços ambientais, que remunera comunidades ou
grupos que contribuem para a preservação e manutenção da natureza.
“Na
Amazônia moram em torno de 25 milhões de pessoas. Elas têm a obrigação de não
desmatar 80% da sua propriedade. Essa propriedade presta serviços ambientais e
o que eles vão receber por isso? Qual a sinalização que a gente dá? O
presidente da República me autorizou que na COP 23 [Conferência das Nações
Unidas para Mudanças Climáticas, que este ano será realizada em Bonn, na Alemanha]
a gente possa falar do pagamento dos serviços ambientais nas suas diversas
formas e que imediatamente se consiga um sinal a esse respeito”. (ecodebate)
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