Concentração de CO2
na atmosfera atinge nível recorde e afeta o clima.
Concentração de dióxido de
carbono na atmosfera bate recorde em 2016.
A concentração de dióxido de
carbono (CO2) na atmosfera aumentou em 2016 até atingir níveis
recordes, informou em 30/10/17 a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em seu
boletim anual sobre o impacto dos gases de efeito estufa.
A informação é publicada
poucos dias antes do início da Conferência da ONU sobre Mudança Climática, que
será realizada entre os dias 6 e 17 de em novembro na cidade alemã de Bonn.
Em 2016, a concentração
atmosférica de CO2 - principal gás de efeito estufa de longa duração
- alcançou 403,3 partes por milhão (ppm), acima das 400 registradas em 2015.
Segundo a OMM, atualmente a
concentração de CO2 na atmosfera representa 145% dos níveis
pré-industriais (antes de 1750).
A agência da ONU atribui o
aumento recorde de 3,3 partes por milhão da média anual, em parte, ao resultado
das atividades humanas combinadas com um intenso impacto do fenômeno
meteorológico El Niño, que teve devastadores efeitos em várias áreas do mundo
entre 2015 e os primeiros meses de 2016.
O fenômeno provocou secas nas
regiões tropicais e reduziu a capacidade dos "sumidouros" - como as
florestas, a vegetação e os oceanos - para absorver CO2.
Em observações diretas, não
se viram esses níveis de concentração de CO2 em 800 mil anos,
assegura a OMM em seu boletim.
Se forem empregados os indicadores indiretos
para medir a quantidade de CO2 na atmosfera, níveis similares aos de
agora foram observados no período de 3 milhões a 5 milhões de anos, ou seja, no
Plioceno Médio, quando a temperatura era de 2 a 3 graus superior e o nível do
mar entre 10 e 20 metros acima do atual.
O crescimento demográfico, as
práticas agrícolas mais intensivas, o maior uso da terra, aumento do
desmatamento, a industrialização e o uso de energia procedente de fontes
fósseis contribuíram para uma aceleração da taxa de aumento da concentração de
gases de efeito estufa na atmosfera desde o início da era industrial.
"Infelizmente, não vimos
números positivos na concentração dos principais gases de efeito estufa até
agora", disse, em entrevista coletiva. O secretário-geral da OMM, Petteri
Taalas, que enviou mensagem aos governos: há "necessidade urgente de
elevar o nível de ambição se queremos cumprir seriamente os objetivos do Acordo
de Paris".
O Acordo de Paris tem como
objetivo evitar que o aquecimento global supere os 2°C no final deste século em
relação aos níveis pré-industriais, embora as nações tenham se comprometido a
fazer todos os esforços necessários para não ultrapassar 1,5°C. (ebc)
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