Hoje, nossos problemas com a
água parecem resolvidos. Está chovendo! Mas não é bem assim, segundo dados
hidro meteorológicos, tem chovido abaixo das médias históricas, como nos
últimos 3 anos, e as chuvas tem sido mais concentradas. Ou seja, a situação de
escassez pode se agravar no próximo período de seca.
Como enfrentar essa situação?
Algo deve ser feito antes que a crise se instale.
Assim, apresento-lhes uma
antiga amiga, a “Gestão das Águas”. Sistema que tem a função de planejar e
regular os usos, garantir água em quantidade e qualidade para todos, o que vai
além do abastecimento público. Fazer com que esse recurso limitado deixe um
rastro de riqueza, prosperidade e sustentabilidade, abastecendo a população, as
irrigações, as indústrias etc.
Gestão das águas é uma
certeza no mundo. A Austrália, entre 1997 e 2012, enfrentou o que foi chamado
de “Seca do Milênio”. A redução nas chuvas gerou escassez, conflitos e
prejuízos. Foi a ferramenta capaz de enfrentar esse período. Hoje eles tem
segurança hídrica: água em qualidade e quantidade à manutenção do ambiente,
bem-estar humano e desenvolvimento socioeconômico, e garantia e proteção contra
a poluição hídrica e eventos críticos.
O Sistema Integrado de Gestão das Águas no
Brasil é um dos mais modernos do mundo, mas ainda não foi implementado nem é
(re) conhecido por seus beneficiários: Sociedade, Usuários e o próprio Poder
Público. Em razão disso, hoje somos incapazes de: integrar, planejar, organizar
e controlar os usos, e enfrentar com segurança situações de escassez. Penso que
essa falta de reconhecimento está ligada à ilusão de abundância e que só mudará
quando sofrermos severos prejuízos econômicos e sociais gerados pela escassez
da água.
Luiz Dourado, amigo baiano de
riso largo e sotaque forte, que representa o setor de Turismo no Comitê do São
Francisco, disse, no último Encontro Nacional de Comitês: “Falta médico,
hospital e saúde. Falta professor, escola e educação. Falta policial e
segurança. E aceitamos isso tudo sem revolta. Deixe faltar água pra ver”.
Muitos têm dado entrevistas,
apresentado propostas, projetos inovadores, mirabolantes, grupos, comissões, um
sem número de ações. Todas válidas e genuínas, mas que deveriam ter como base o
“Sistema de Gestão das Águas”, local adequado para tratar dessas questões,
conforme a lógica, a lei e as Constituições, agindo de forma planejada e
integrada. É uma pena que só surjam ações reativas, pois assim, seguiremos
sobrevivendo de gambiarras, e colocando nosso futuro em risco. (ecodebate)
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