quinta-feira, 15 de março de 2018

Prazer, Gestão das águas!

Hoje, nossos problemas com a água parecem resolvidos. Está chovendo! Mas não é bem assim, segundo dados hidro meteorológicos, tem chovido abaixo das médias históricas, como nos últimos 3 anos, e as chuvas tem sido mais concentradas. Ou seja, a situação de escassez pode se agravar no próximo período de seca.
Como enfrentar essa situação? Algo deve ser feito antes que a crise se instale.
Assim, apresento-lhes uma antiga amiga, a “Gestão das Águas”. Sistema que tem a função de planejar e regular os usos, garantir água em quantidade e qualidade para todos, o que vai além do abastecimento público. Fazer com que esse recurso limitado deixe um rastro de riqueza, prosperidade e sustentabilidade, abastecendo a população, as irrigações, as indústrias etc.
Gestão das águas é uma certeza no mundo. A Austrália, entre 1997 e 2012, enfrentou o que foi chamado de “Seca do Milênio”. A redução nas chuvas gerou escassez, conflitos e prejuízos. Foi a ferramenta capaz de enfrentar esse período. Hoje eles tem segurança hídrica: água em qualidade e quantidade à manutenção do ambiente, bem-estar humano e desenvolvimento socioeconômico, e garantia e proteção contra a poluição hídrica e eventos críticos.
O Sistema Integrado de Gestão das Águas no Brasil é um dos mais modernos do mundo, mas ainda não foi implementado nem é (re) conhecido por seus beneficiários: Sociedade, Usuários e o próprio Poder Público. Em razão disso, hoje somos incapazes de: integrar, planejar, organizar e controlar os usos, e enfrentar com segurança situações de escassez. Penso que essa falta de reconhecimento está ligada à ilusão de abundância e que só mudará quando sofrermos severos prejuízos econômicos e sociais gerados pela escassez da água.
Luiz Dourado, amigo baiano de riso largo e sotaque forte, que representa o setor de Turismo no Comitê do São Francisco, disse, no último Encontro Nacional de Comitês: “Falta médico, hospital e saúde. Falta professor, escola e educação. Falta policial e segurança. E aceitamos isso tudo sem revolta. Deixe faltar água pra ver”.
Muitos têm dado entrevistas, apresentado propostas, projetos inovadores, mirabolantes, grupos, comissões, um sem número de ações. Todas válidas e genuínas, mas que deveriam ter como base o “Sistema de Gestão das Águas”, local adequado para tratar dessas questões, conforme a lógica, a lei e as Constituições, agindo de forma planejada e integrada. É uma pena que só surjam ações reativas, pois assim, seguiremos sobrevivendo de gambiarras, e colocando nosso futuro em risco. (ecodebate)

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