Fórum Mundial da Água: povos indígenas defendem a proteção
dos recursos hídricos.
Culturas de Água dos Povos
Indígenas da América Latina.
Para os
povos indígenas a água é um elemento sagrado e que precisa ser protegido esse
foi o tom da sessão realizada nesta quarta-feira, no Fórum Mundial da Água,
sobre Culturas de água dos povos indígenas da América Latina. O destaque foi a
importância das comunidades tradicionais na proteção dos recursos hídricos.
Maria Alice
Campos, do Conselho Internacional das 13 Avós Nativas, lembra do ritual que
fazia com as filhas na comunidade Vila Céu do Mapiá, na floresta Nacional do
Purus, no Amazonas, para repassar respeito e a devoção pela água.
Além do
Brasil, a sessão contou com a participação de representantes indígenas do
Equador, Guatemala e Chile. Eles falaram das experiências nesses países.
Luis
Olmedo, do Equador, destacou que a água para os povos andinos significa a
própria vida, e que a maioria das nascentes do país ficam em terras indígenas.
Olmeo lembrou que em 2014 a Constituição do país garantiu a água como um bem
coletivo e assegurou o direito a água para todo cidadão equatoriano. lembrou
ainda que em 2017, os indígenas passaram a administrar os recursos hídricos em
seus territórios.
Maria Alice
Campos, do Conselho Internacional das 13 Avós Nativas, destacou que o Brasil
tem uma boa legislação ambiental e de proteção aos povos tradicionais, mas que
muitas vezes não tem sido respeitada.
Representante
do povo Maya, Ana Francisca Pérez, da Guatelamala, apontou entre os desafios da
água a promoção ações que tragam conhecimento para a população sobre a
importância de proteger a natureza e seus guardiões, como os povos indígenas.
Os participantes também destacaram que é necessário decisão política para que a
água não seja tratada como mercadoria.
Maria
Alice, das 13 Avós, lembrou que paralelo ao Forum Mundial da Água ocorre o
Fórum alternativo, que realizou a Assembleia dos povos originários e
tradicionais pela água. Segundo ela, lá diversas comunidades relataram graves
violações, como perseguição de lideranças e crimes ambientais promovidos dentro
de terras indígenas.
A
brasileira pediu a inclusão de dossiê produzido pelos povos indígenas presentes
no Fórum alternativo, que também ocorre em Brasília, nos anais do Fórum Mundial
da Água.
De acordo
com ela, o documento traz relatos de graves violações aos direitos dos povos
indígenas, e crimes ambientais promovidos no Alto Solimões. A área, de 33 lagos
é considerada um santuário para etnias como os Tikuna. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário