Em São Paulo, projeto no interior do estado consegue
reduzir consumo de água em até 40% no cultivo de alimentos.
Agricultura
familiar representa 88% das propriedades rurais no estado.
Consumido
em todo o mundo, o suco de laranja é um dos principais itens produzidos no
Brasil. Entre julho e dezembro do ano passado, que corresponde aos seis
primeiros meses da safra 2017/2018, foram exportadas mais de 584 toneladas de
suco concentrado, um aumento de 23% em comparação com o mesmo período da safra
anterior. A receita alcançou mais de um bilhão de dólares, valor 26% superior à
safra 2016/2017. As informações são da Associação Nacional dos Exportadores de
Sucos Cítricos (CitrusBR).
O Estado de
São Paulo tem participação ativa nessa produção, já que concentra 90% da
produção nacional. Por ser um plantio que depende de temperaturas mais altas, o
cultivo de laranja depende da água para obter frutos de qualidade. De acordo
com o coordenador da Coordenadoria de Assistência Integral (Cati), João Bruneli
Júnior, ainda falta conscientização aos produtores rurais. Para isso, já
existem projetos de proteção de nascentes e recuperação de áreas impróprias
para plantações.
Um deles se
chama Microbacias Hidrográficas. Essa ação consiste em minimizar os problemas
de erosão de alguns locais e melhorar o uso de água. Cerca de 50 famílias são
acolhidas por este projeto desde o ano passado. O extensionista rural Alcides
Almeida pôs o modelo em prática na região de Bragança Paulista. Ele ressalta
que o principal objetivo é mostrar aos agricultores familiares a necessidade de
se reaproveitar a água, sempre que possível.
“A
valorização da quantidade e da qualidade da água. Quer dizer, manter as
nascentes jorrando o ano todo e não nascentes intermitentes. Sobrava água e
chegava na seca e essa nascente secava. E a água é a base de tudo, sem água não
tem vida na propriedade, não tem criação ou agricultura em si”, disse.
Melhor utilização da água
A
agricultura familiar, segundo o coordenador da Cati de São Paulo, representa
88% das propriedades rurais no estado. Além disso, projetos como esse fazem com
que os pequenos produtores consigam reduzir o desperdício hídrico de 30% a 40%
no cultivo de alimentos. João Bruneli Júnior comenta que as práticas utilizadas
para reutilizar a água começam no solo, e podem beneficiar também quem mora na
área urbana.
“A partir do momento em que ele faz o manejo correto de solo, você faz
com que quando a chuva cai, ao invés de a chuva escorrer totalmente, ela vai
infiltrar o máximo possível no solo. É isso que faz com que aumente o nível das
reservas exatamente para os períodos de seca. Então, a conservação correta de
solo no meio rural, é um serviço que o agricultor está prestando para o pessoal
que mora na cidade”, explicou. (ecodebate)
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