segunda-feira, 23 de abril de 2018

Declínio da fecundidade nos diferentes países do mundo

A velocidade do declínio da fecundidade nos diferentes países do mundo.
A transição demográfica (queda das taxas de mortalidade e natalidade) é um fenômeno único na história e acontece de forma sincrônica ao desenvolvimento econômico. O avanço da urbanização, da educação e o aumento do padrão de vida reduzem primeiro, as taxas de mortalidade e, um tempo depois, as taxas de natalidade.
Existe um consenso, uma vontade geral e um esforço conjunto da população mundial em reduzir as taxas de mortalidade. O mesmo não acontece em relação às taxas de fecundidade. Durante milênios a sociedade se organizou para que o número de nascimentos superasse o número de óbitos. A sociedade criou, explicita ou implicitamente, “escoras culturais pronatalistas” para garantir o crescimento vegetativo da população.
Desta forma, a transição da fecundidade é um dos fenômenos de comportamento de massa mais fundamentais da história humana. Por isso, é especialmente surpreendente o quão rapidamente essa transição ocorreu, especialmente ficando em nível abaixo do nível de reposição.

O gráfico acima mostra a velocidade do declínio das taxas de fecundidade, partindo de mais de seis filhos por mulher para menos de 3 filhos. Nota-se que os países que iniciaram a transição precocemente, também foram aqueles que demoraram mais tempo para reduzir pela metade as taxas de fecundidade. O Reino Unido iniciou a queda em 1815 e chegou abaixo de 3 filhos por mulher em 1910. Gastou 95 anos. A Polônia iniciou a transição da fecundidade em 1870 e reduziu pela metade em 1960. Gastou 90 anos. Os Estados Unidos (USA) fizeram a transição em 82 anos, de 1844 a 1926. A Grécia fez a transição em 70 anos, de 1850 a 1920.
A taxa de fecundidade está em constante declínio.

Já os países de transição mais recente (após 1960) foram mais rápidos no processo. A Malásia promoveu a queda de mais de 6 filhos para menos de 3 filhos por mulher em 37 anos, de 1962 a 1999. O Brasil fez a transição em 26 anos (de 1963 a 1989). A China fez em apenas 11 anos, de 1967 a 1978, antes, portanto, da implantação da draconiana política de filho único (que começou em 1979). Mas o país que fez a transição da fecundidade mais rápida do mundo foi o Irã que, entre 1986 a 1996, gastou apenas 10 anos para reduzir de mais de seis filhos por mulher para menos de 3 filhos.
No mundo, a taxa de fecundidade total (TFT) estava em torno de 5 filhos por mulher entre 1950 e 1965 e caiu para 2,5 filhos por mulher no quinquênio 2010-15. Houve uma diminuição de 2,5 filhos na TFT em meio século. Porém, o ritmo da transição global da fecundidade se reduziu a partir do quinquênio 2010-15. A resistência à continuidade da transição da fecundidade ainda é suficientemente grande para inviabilizar uma taxa abaixo do nível de reposição, o que seria necessário para garantir o decrescimento demográfico de longo prazo. (ecodebate)

Nenhum comentário:

Poluição plástica pode matar embriões de animais oceânicos

Oceanos em 2050 vão ter mais plástico do que peixes, alerta Fórum de Davos. Altos níveis de poluição plástica podem matar os embriões de uma...