Brasil perde R$ 5,7 bilhões por ano ao não reciclar
10,5 milhões de toneladas resíduos plásticos.
O
tratamento dos resíduos ainda é inadequado, apontam especialistas.
O
Brasil produz mais de 78,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano,
dos quais 13,5% – o equivalente a 10,5 milhões de toneladas – são de plástico.
Se o total desse montante de plástico fosse reciclado, seria possível retornar
cerca de R$ 5,7 bilhões para a economia, segundo levantamento do Sindicato
Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb).
“O
Brasil ainda destina inadequadamente cerca de 40% de todo o resíduo gerado no
país. São bilhões de reais que poderiam ser revertidos para a construção ou
modernização de aterros sanitários, ampliação dos serviços de coleta e outras
atividades relacionadas à limpeza urbana. O gerenciamento de resíduos envolve
uma rede complexa de atividades e a reciclagem é um pilar que precisa começar a
ser desenvolvido como oportunidade de negócio. Do contrário, não terá resultado
concreto”, explica Marcio Matheus, presidente do Selurb.
Previsão de crescimento
O Brasil produz 10,5 milhões de
toneladas de lixo plástico ao ano – Martine Perret/Direitos
Reservados
A
entidade avalia que os números refletem uma realidade mundial e que o
aumento do poder de compra da população e os altos investimentos em novas
fábricas e tecnologias serão responsáveis por um crescimento de cerca de
30% na produção de plástico em menos de 10 anos.
Uma
das alternativas em relação à gestão de resíduos sólidos apontadas pela
entidade seria a erradicação dos quase 3 mil lixões existentes no país e a
implantação de uma rede regionalizada de aterros sanitários, para tratar
adequadamente os resíduos.
Reciclagem
defeituosa de resíduos plásticos faz país deixar de ganhar mais de R$ 5 bilhões
por ano.
Reciclagem
de resíduos plásticos poderia arrecadar R$ 5,7 bilhões para a economia
nacional.
“Se
ilude quem acha que é possível fazer reciclagem em um país continental sem
buscar soluções de escala. A reciclagem só será possível quando houver
viabilidade econômica, o que inclui incentivos governamentais, com isenções
fiscais, e estrutura logística para tal. A primeira medida é desenvolver
soluções logísticas que concentrem esses materiais, como ecoparques – que
apresentam, também, a estrutura dos aterros legalizados. A partir disso, será
possível diluir os altos custos logísticos e trazer viabilidade econômica para
que os materiais recicláveis cheguem à indústria a um preço atrativo, como
aconteceu nos EUA”, aponta o engenheiro especialista em sustentabilidade,
Carlos Rossin. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário