A transição demográfica (TD) é o fenômeno
social mais importante da história da humanidade. A redução das altas taxas de
mortalidade e das altas taxas de natalidade representam uma conquista sem
precedentes, pois as pessoas pararam de morrer precocemente e as famílias puderam
diminuir o tamanho da prole, se libertando do determinismo das tarefas da
reprodução para se dedicar à produção e à autorrealização.
O gráfico acima, retirado do site “Our World in Data”, resume as 5 fases
da transição demográfica. Segundo Roser e Ortiz-Ospina (2018), os cinco
estágios da TD podem ser descritos da seguinte forma:
Fase 1: No passado distante – antes do crescimento populacional moderno
– as taxas de mortalidade e natalidade eram altas e o crescimento natural era
baixo. A população – com estabilidade ou baixo crescimento – não sabia o que
era crescimento exponencial. A fase 1 prevaleceu por milênios, desde o
surgimento do Homo sapiens.
Em 2018, relatório global do UNFPA traz como tema a fecundidade,
dinâmicas populacionais e o poder de escolha.
Fase 2: Na segunda fase, o avanço do desenvolvimento econômico (maior
disponibilidade de alimentos, melhores condições de vida, etc.) e o avanço da
saúde e da higiene (saneamento básico) ocasionam uma redução das taxas de
mortalidade. Mas a manutenção dos costumes e da ideia da família numerosa faz
com que as taxas de natalidade permaneçam elevadas. O resultado é uma
aceleração do crescimento natural.
Fase 3: Na terceira fase, há uma rápida queda da taxa de natalidade,
pois os país percebem que a queda da mortalidade infantil aumentou o número de
filhos sobreviventes e uma prole menor é suficiente para atingir o número de
filhos desejados. Mulheres com menos filhos ficam mais liberadas para
aprofundar na educação e entrar no mercado de trabalho. Há uma mudança no fluxo
intergeracional de riqueza e uma mudança nas relações de gênero. A criação de
filhos fica mais cara e as mulheres mais empoderadas.
Fase 4: Na fase 4 a diferença entre as taxas de mortalidade e natalidade
diminui rapidamente e o crescimento da população chega ao fim, quando as duas
curvas se encontram.
Fase 5: Na quinta fase há uma novidade histórica, pois, com a inversão
das taxas de mortalidade e natalidade, a população passa a decrescer. Quanto
maior for a diferença entre as duas taxas, maior será o decrescimento
demográfico.
Em alguns países da Ásia, desafio é conciliar vida familiar e carreira
profissional.
Na parte de baixo do gráfico acima, aparece o formato da pirâmide
populacional correspondente a cada fase da transição demográfica. Na primeira
fase, a estrutura etária é muito rejuvenescida, com uma base muito ampla. Na
segunda fase, a base da pirâmide começa a diminuir, mas ainda é relativamente
ampla. Na terceira fase, a base da pirâmide começa a se reduzir e há uma
ampliação das faixas etárias adultas e a geração de um bônus demográfico. Na
quarta fase, a pirâmide fica mais parecida com um botijão de gás e a janela de
oportunidade começa a se fechar. Na quinta fase, há uma pirâmide envelhecida e
o fim do bônus demográfico.
A transição demográfica tem este padrão e ocorre nos diversos países.
Mas o marco inicial, a rapidez da transição e a reversão das taxas vitais
variam de país a país. Na atualidade, os diversos países estão em momentos
diferentes da transição demográfica.
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) – que é a agência da ONU
que trabalha com as questões populacionais – todo ano publica um relatório
sobre a Situação da População Mundial. Agora em 2018, o UNFPA publica um
relatório sobre a situação da população global e outro sobre a população
brasileira.
Neste ano, relatório traz a história de quatro mulheres brasileiras, com
diferentes acessos a informação e métodos contraceptivos.
Estes relatórios estão no link abaixo e tratam da transição demográfica
nos diferentes países e, no caso do Brasil, nas diferentes regiões. Vale a pena
ler estas publicações para entender a dinâmica demográfica global e nacional.
(ecodebate)
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