Economia circular pode ajudar países a combater
mudanças climáticas, diz relatório divulgado no Fórum Econômico Mundial.
Economia Circular – Um relatório da
Circle Economy, grupo apoiado pela ONU Meio Ambiente, aponta que apenas 9% da
economia global é circular, o que significa que o planeta reutiliza menos de
10% das 92,8 bilhões de toneladas de minerais, combustíveis fósseis, metais e
biomassa usados todos os anos em processos produtivos.
Divulgado
em 22/01/2019 no Fórum Econômico Mundial, em Davos, o documento destaca o
potencial do reaproveitamento e da reciclagem para combater as mudanças climáticas e
cumprir o Acordo de Paris.
Aterro sanitário em Danbury,
Connecticut.
Uma
economia circular é um sistema regenerador, onde o consumo de recursos e os
resíduos, as emissões e a perda de energia são minimizados pela desaceleração e
pelo encurtamento de ciclos de produção. Esse modelo pode ser alcançado por
práticas de manutenção, reparo, reutilização, remanufatura, reciclagem, design
de longa duração e reformas.
A
pesquisa ressalta as vastas oportunidades para reduzir as emissões de gases do
efeito estufa por meio da aplicação de princípios circulares — sobretudo o
reuso, a remanufatura e a reciclagem — em setores-chave, como o de construção.
A análise, porém, aponta que a maioria dos governos pouco considera medidas de
economia circular em suas políticas voltadas para o Acordo de Paris e a meta de
conter o aquecimento global, o máximo possível, a 1,5ºC.
As
mudanças climáticas e o uso de materiais estão estreitamente ligados. A Circle
Economy calcula que 62% das emissões de gases do efeito estufa
(excluindo-se as emissões geradas pelo uso da terra e pela silvicultura) são
liberadas na atmosfera durante a extração, processamento e fabricação de bens
para atender às necessidades da sociedade. Apenas 38% das emissões são
dispersas na entrega e no uso dos produtos e serviços.
A
utilização global de materiais está crescendo. Ela mais do que triplicou desde
1970 e poderia dobrar novamente até 2050 sem ações para conter o fenômeno, de
acordo com o Painel Internacional de Recursos da ONU.
“Um
mundo (mais quente em) 1,5ºC só pode ser um mundo circular. A reciclagem, uma
maior eficiência de recursos e modelos de negócios circulares oferecem uma
enorme janela para reduzir emissões. Uma abordagem sistemática para a aplicação
dessas estratégias viraria a balança na batalha contra o aquecimento global”,
afirma o CEO da Circle Economy, Harald Friedl.
“As
estratégias para as mudanças climáticas dos governos focaram em energia
renovável, em eficiência energética e em evitar o desmatamento, mas elas
ignoraram o vasto potencial da economia circular. Eles deveriam reprojetar as
cadeias de suprimentos lá atrás, nos poços, campos, minas e pedreiras, onde
está a origem dos nossos recursos, de modo que nós consumamos menos
matérias-primas. Isso não apenas reduzirá emissões, como também impulsionará o
crescimento, tornando as economias mais eficientes.”
O
relatório chama governos a agir para migrar de uma economia linear à base do
paradigma “extrair-transformar-descartar” para uma economia circular que
maximiza o uso dos recursos existentes. Esse sistema mais sustentável também
reduz a dependência de novas matérias-primas e minimiza os resíduos. A
publicação defende que a inovação para estender o tempo de vida dos recursos
existentes é capaz de diminuir emissões e também de reduzir a desigualdade
social e fomentar um crescimento de baixo carbono. (ecodebate)



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