Imazon
avalia que medida provisória sobre terras na Amazônia pode aumentar o
desmatamento de 11 a 16 mil km até 2027.
Análise
de pesquisadores do Imazon mostra ainda que a MP 910 pode estimular invasão de
terras públicas na região.
Ainda
no começo deste ano, o Congresso Nacional tem a tarefa de decidir sobre a
Medida Provisória 910/2019, que visa mudar, novamente, a Lei de Regularização
Fundiária, apenas dois anos após sua última modificação.
Pesquisadores
do Imazon divulgaram nota técnica mostrando que, na prática, a MP beneficiará
casos recentes de grilagem, que é o roubo de terra pública, premiando com
título de terra quem cometeu o crime entre o final de 2011 e 2018. Além disso,
a nova MP contraria uma decisão do Supremo Tribunal Federal, ao dispensar a
vistoria de imóveis até 1.500 hectares sem criar um procedimento robusto de
checagem para evitar titulações indevidas. Finalmente, a MP concede uma
terceira prorrogação de prazo de renegociação aos titulados que descumpriram
regras e acaba estimulando a inadimplência.
Do
ponto de vista ambiental, a medida vai na contramão do que precisa ser feito
para reduzir o desmatamento na Amazônia, que em 2019 atingiu a maior taxa anual
dos últimos dez anos. “Parte da destruição que ocorre na floresta amazônica é
causada por pessoas que visam lucrar com a terra pública, pois invadem as
nossas florestas e as desmatam esperando que o governo emita o título de terra
cobrando valores abaixo do mercado. Essa prática garante altos lucros com a
venda do imóvel após a titulação”, explica a nota técnica de pesquisadores do
Imazon.
A
nota técnica divulgada pelos pesquisadores do Imazon mostra ainda que a
privatização de terras públicas federais não destinadas na Amazônia pode levar
a um desmatamento de 11 mil a 16 mil quilômetros quadrados até 2027, devido à
expansão da fronteira agropecuária nessa área. Esse desmatamento provocaria
emissões de 452 a 656 megatoneladas de CO2, afetando o cumprimento
das metas brasileiras de redução de emissão de gases efeito estufa.
Para
Brenda Brito, o aumento do desmatamento traz uma série de prejuízos também para
a economia do país. “Grandes empresas que importam produtos ou financiam a
produção agropecuária no Brasil têm se manifestado contra o desmatamento da
Amazônia. Por isso, adotar leis e políticas que estimulem mais desmatamento
traz o risco de boicotes e de redução de investimentos”, afirma a pesquisadora.
Apesar
de ter validade para todo o Brasil, a MP terá impacto maior na região da
Amazônia Legal, que concentra as terras públicas não designadas no país. A
medida já entrou em vigor desde dezembro de 2019, quando foi publicada, mas
precisa ser aprovada pelo Congresso em até abril para não perder validade. Na
nota, os pesquisadores recomendam que o Congresso rejeite a MP.
A
nota técnica divulgada pelos pesquisadores do Imazon mostra ainda que a
privatização de terras públicas federais não destinadas na Amazônia pode levar
a um desmatamento de 11 mil a 16 mil quilômetros quadrados até 2027, devido à
expansão da fronteira agropecuária nessa área. Esse desmatamento provocaria
emissões de 452 a 656 megatoneladas de CO2, afetando o cumprimento
das metas brasileiras de redução de emissão de gases efeito estufa.
Para
Brenda Brito, o aumento do desmatamento traz uma série de prejuízos também para
a economia do país. “Grandes empresas que importam produtos ou financiam a
produção agropecuária no Brasil têm se manifestado contra o desmatamento da
Amazônia. Por isso, adotar leis e políticas que estimulem mais desmatamento
traz o risco de boicotes e de redução de investimentos”, afirma a pesquisadora.
Apesar
de ter validade para todo o Brasil, a MP terá impacto maior na região da
Amazônia Legal, que concentra as terras públicas não designadas no país. A
medida já entrou em vigor desde dezembro de 2019, quando foi publicada, mas
precisa ser aprovada pelo Congresso em até abril para não perder validade. Na
nota, os pesquisadores recomendam que o Congresso rejeite a MP.
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