A poluição do ar continua a representar uma das
maiores ameaças à saúde humana, com 90% da população mundial respirando ar
abaixo de níveis seguros.
Os
últimos dados compilados pela IQAir, publicados no Relatório Mundial da Qualidade do Ar de 2019 e no ranking das cidades mais
poluídas, revelam a mudança do estado da poluição por material particulado
(PM2,5) em todo o mundo durante 2019.
O
novo conjunto de dados destaca os níveis elevados de poluição do ar como um
resultado de eventos da crise climática, como tempestades de areia e incêndios
florestais, e ganhos de poluição pela rápida urbanização das cidades em regiões
como o Sudeste Asiático. Embora algumas conquistas tenham sido feitas na
infraestrutura de monitoramento da qualidade do ar em todo o mundo, ainda
existem grandes lacunas no acesso aos dados em todo o mundo.
Para
Frank Hammes, CEO da IQAir, “enquanto o novo coronavírus está dominando as
manchetes internacionais, um assassino silencioso está contribuindo para quase
7 milhões de mortes a mais por ano: a poluição do ar. Através da compilação e
visualização de dados de milhares de estações de monitoramento da qualidade do
ar, o Relatório Mundial da Qualidade do Ar de 2019 dá novo contexto à principal
ameaça à saúde ambiental do mundo”.
As
principais conclusões do relatório incluem:
–
Na China: as cidades chinesas alcançaram uma redução média de 9% nos níveis de
PM2,5 em 2019, após uma queda de 12% em 2018. Ainda assim, 98% das cidades
excederam as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e 53% das cidades
excederam as metas nacionais menos rigorosas da China. Na última década, Pequim
cortou em mais da metade seus níveis anuais de PM2,5. Este ano, Pequim saiu das
200 cidades mais poluídas do ranking.
–
Na Coréia do Sul: este foi o país mais poluído em PM2,5 entre as nações da OCDE
em 2019. Os níveis de qualidade do ar nas principais cidades permaneceram relativamente
estagnados nos últimos anos.
–
Na Índia: enquanto as cidades da Índia, em média, excedem a meta da OMS para
exposição anual a PM2,5 em 500%, a poluição do ar nacional diminuiu 20% de 2018
a 2019, com 98% das cidades experimentando melhorias. Acredita-se que essas
melhorias sejam em grande parte resultado da desaceleração econômica.
–
No sul da Ásia: cidades indianas e paquistanesas dominam novamente as cidades
mais poluídas do mundo por PM2,5 em 2019. Vinte e uma das 30 principais cidades
poluídas estão localizadas na Índia. Cinco das 30 principais cidades mais
poluídas estão localizadas no Paquistão.
–
No sudeste da Ásia: em uma mudança histórica que reflete a rápida
industrialização da região, os centros urbanos de Jacarta e Hanói ultrapassaram
Pequim pela primeira vez, entre as capitais poluídas por PM2,5 do mundo.
–
Incêndios florestais e práticas agrícolas de queima aberta tiveram um grande
impacto na qualidade do ar de cidades e países ao redor do mundo, incluindo:
Cingapura, Austrália, Indonésia, Brasil, Kuala Lumpur, Bangcoc, Chiang Mai e
Los Angeles, entre muitos outros.
–
A desertificação e as tempestades de areia desempenham um papel importante na
má qualidade do ar no Oriente Médio e oeste da China.
–
Grandes populações em todo o mundo ainda não têm acesso a dados de poluição do
ar em tempo real, especialmente na África e no Oriente Médio. Um número
crescente de cidadãos e ONGs globais está implantando seus próprios sensores de
qualidade do ar de baixo custo para preencher as lacunas de dados onde elas
existem. Devido a esses esforços, dados contínuos de qualidade do ar público
estão agora disponíveis pela primeira vez em Angola, Bahamas, Camboja, RD do
Congo, Egito, Gana, Letônia, Nigéria e Síria.
Os
dados de qualidade do ar de 2019 mostram indicações claras de que as mudanças
climáticas podem aumentar diretamente o risco de exposição à poluição do ar,
através do aumento da frequência e intensidade de incêndios florestais e
tempestades de areia. Da mesma forma, em muitas regiões, a causa da poluição
ambiental por PM2,5 e os gases do efeito estufa que causam mudanças climáticas
estão ligados, a saber, a queima de combustíveis fósseis, como o carvão. É
necessária uma ação urgente para combater essas fontes de emissão, proteger a
saúde pública e os ecossistemas.
“Enquanto
o monitoramento da qualidade do ar está aumentando, a falta de dados sobre a
qualidade do ar em grandes partes do mundo apresenta um problema sério, pois o
que não é medido não pode ser gerenciado. Estima-se que as áreas que não
possuem informações sobre a qualidade do ar tenham uma das poluições
atmosféricas mais graves do mundo, colocando em risco populações enormes.
Atualmente, a África, um continente de 1,3 bilhão de pessoas, possui menos de
100 estações de monitoramento que disponibilizam os dados do PM2,5 ao público
em tempo real. Mais dados da qualidade do ar em tempo real levam os cidadãos e
os governos a tomar melhores decisões que melhorarão a vida de milhões nas
próximas décadas”, acrescentou Hammes.
SOBRE
– O IQAir AirVisual é uma plataforma global de informações sobre qualidade do
ar operada pelo Grupo IQAir. Ao agregar e validar dados de qualidade do ar de
governos, indivíduos e organizações não governamentais, o IQAir AirVisual visa
fornecer informações globais e hiper-locais sobre a qualidade do ar que
permitem que indivíduos, organizações e governos tomem medidas que melhorem a
qualidade do ar em comunidades, cidades e países em todo o mundo. Saiba mais em
http://www.airvisual.com. (ecodebate)
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