Pará tem seis das dez áreas de proteção ambiental
mais ameaçadas de desmatamento na Amazônia, revela Imazon.
Estudo que analisa índices de ameaça e pressão por
desmatamento em Áreas Protegidas (AP) mostra ainda que a Reserva Extrativista
Chico Mendes, no Acre, é a mais ameaçada.
Um
novo estudo divulgado pelo Imazon mostra quais são as Áreas de Proteção da
Amazônia mais ameaçadas e pressionadas por desmatamento. O relatório analisa os
dados do sistema de monitoramento do Instituto e cruza as informações com
células de desmatamento para medir o nível de ameaça e pressão nessas áreas.
A
pesquisa analisa o período que compreende os meses entre novembro do ano
passado e janeiro deste ano. Nesse intervalo, o Imazon detectou um total de 769
km² de floresta derrubada na Amazônia Legal. Das 2.802 células que tiveram
ocorrência de desmatamento, 56% indicam Ameaça e 44% demonstram Pressão em APs.
O número de células com ocorrência de desmatamento de novembro de 2019 a
janeiro de 2020 é 143% superior ao registrado de novembro de 2018 a janeiro de
2019.
O
estudo revela ainda que, no comparativo com o ano passado, seis APs se
mantiveram na lista das mais ameaçadas. A Resex Chico Mendes (AC), que aparecia
na terceira posição do ranking das APs mais ameaçadas, agora aparece no topo da
lista. Já na relação das áreas mais pressionadas, a Terra Indígena Yanomami
(PA) é a primeira colocada. A TI, que nem estava entre as dez APs mais
pressionadas no período anterior, disparou no número de células de desmatamento
que indicam que já houve a devastação no interior da unidade de proteção.
Ameaça
– Ameaça é a medida do risco iminente de ocorrer desmatamento no interior de
uma área protegida. O Imazon utiliza uma distância de 10 km para indicar a zona
de vizinhança de uma AP, onde a ocorrência de desmatamento indica ameaça.
Segundo o levantamento do Imazon, a AP mais ameaçada foi a Reserva Extrativista
Chico Mendes, no Acre. Das dez áreas de proteção presentes na lista, seis estão
no Pará: TI Trincheira/Bacajá, TI Parakaná, APA do Lago de Tucuruí, Flona do Tapajós,
TI Arara e TI Cachoeira Seca do Arari.
Pressão
– Pressão ocorre quando o desmatamento se manifesta já no interior da área
protegida, o que pode levar à perdas ambientais e até mesmo redução ou
redefinição de limites da Área Protegida. No estudo divulgado pelo instituto,
as duas primeiras colocadas na lista das APs mais pressionadas sequer apareciam
no ranking do ano anterior. As TIs Yanomami, no Pará, e Alto Rio Negro, no
Amazonas, encabeçam a lista que traz ainda a Resex Chico Mendes, campeã nas APs
ameaçadas e que também aparece na lista das mais pressionadas.
Estudo
– Esse é o relatório trimestral dos índices de ameaça e pressão de desmatamento
em Áreas Protegidas publicado pelo Imazon. A pesquisa é produzida com base em
dados de alertas de desmatamento do SAD, sistema de monitoramento desenvolvido
pelo instituto. São utilizados apenas os indicadores de desmatamento para
determinar ameaça e pressão em uma unidade de conservação, entretanto, outros
fatores também oferecem risco para a área, como extração madeireira, atividades
de garimpo e hidrelétricas.
Imazon
– O Imazon é um instituto nacional de pesquisa, sem fins lucrativos, composto
por pesquisadores brasileiros, fundado em Belém há 29 anos. Através do
sofisticado Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), a organização realiza, há
mais de uma década, o trabalho de monitoramento e divulgação de dados sobre o
desmatamento e degradação da Amazônia Legal, fornecendo mensalmente alertas
independentes e transparentes para orientar mudanças de comportamento que
resultem em reduções significativas da destruição das florestas em prol de um
desenvolvimento sustentável.
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