Mesmo com o mundo todo
parado, as atividades industriais em brusca queda e a circulação de veículos
terrestres extremamente abaixo do normal por vários meses, em consequência da
pandemia, a diminuição na emissão de gases poluentes ainda não chega perto dos
níveis ideais. A estimativa é que, no mundo inteiro, a redução seja de 6%
durante este ano. Porém, o cenário ideal de acordo com a Organização das nações
unidas é que ocorresse uma diminuição anual de 7,6% durante dez anos seguidos.
Analisando esses dados, é
fácil constatar o tamanho do nosso problema. A pandemia escancarou a
necessidade de mudanças bruscas, já que mesmo com todos os setores poluindo
menos, o ideal ainda está extremamente longe.
No Brasil, a diminuição na
emissão de gases apontou uma redução de 25% em meados de março, no pico das
medidas de isolamento social. Porém, os números de abril já foram bem
diferentes, mostrando uma queda de apenas 8% em relação ao mesmo período do ano
anterior. Os números são de um estudo publicado na Nature Climate Change.
No mundo todo, houve uma
redução de 17% no começo de abril, também em comparação ao mesmo período de
2019. Porém, a redução mais significativa veio de um setor com menor impacto
global na emissão de gases, ainda que muito importante: os veículos terrestres.
43% de toda a economia de carbono durante a quarentena foi em decorrência da
diminuição do número de veículos, mas eles, em geral, são responsáveis por
apenas 20% das emissões.
O setor de indústria e energia atingiu os mesmos
níveis dos veículos, apresentando influência em 43% do total da redução de
emissões. A interrupção nas atividades de aviação foi responsável por 10%, e o
restante dividido entre outros fatores.
Pandemia pode estar causando
danos ao meio ambiente.
Embora haja menos poluição no
mundo, cientistas dão, pelo menos, cinco grandes motivos para preocupação com o
meio ambiente, em consequência da pandemia mundial.
Situação do Brasil é mais
grave
O caso brasileiro é ainda
mais preocupante. Um estudo feito pelo Sistema de Estimativas de Emissões e
Remoções de Gases do Efeito Estufa no Brasil mostrou que nosso país
provavelmente irá seguir um caminho totalmente inverso ao do resto do mundo,
culminando em aumento nas emissões durante 2020, mesmo com todos os meses de
atividade industrial reduzida e menor tráfego veicular. Isso por conta do
desmatamento, que vem sendo devastador – com uma média de 1,5 km² por hora.
Enquanto em países como a
China o setor industrial é o grande responsável pela emissão de gases
poluentes, no Brasil, o desmatamento é tão grave que chega a igualar os níveis
industriais. E como os grileiros e madeireiros não estão parados na pandemia, o
problema aumenta. A estimativa é que ao fim do ano, o aumento na emissão dos
gases no país seja entre 10% e 20%.
Angélica Collado, editora de
saúde que compartilha seu conhecimento no Saudável&Forte, alerta que este
caminho seguido pelo Brasil pode colaborar para o agravamento da pandemia no
país: “A poluição do ar está diretamente ligada ao surgimento de problemas
respiratórios, que podem agravar os quadros da Covid-19, aumentando o número de
mortes”, afirma.
Segundo especialista,
pandemia do novo coronavírus terá pouco efeito no clima mundial, pois quando a
epidemia global passar, a catastrófica poluição vai voltar.
Pandemia reduz poluição do
ar, mas tem pouco efeito no clima, diz especialista.
Com o término da pandemia,
mundo voltará a produzir CO2 em maior escala. (ecodebate)
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