Na semana passada, o UOL
revelou como as queimadas causaram uma intensa poluição na região, alcançando
índices superiores a 3.300% acima do máximo tolerável em algumas cidades do
estado e de Rondônia e Acre.
"As condições
meteorológicas melhoraram e acredito que até o fim do mês melhore um pouco
mais. O problema é outubro, que está com cara parecida com setembro. Ainda
existe perigo meteorológico, com as altas temperaturas e o vento; a vegetação
seca propícia para incêndios florestais", alerta Humberto Barbosa,
coordenador do Lapis.
Segundo o novo mapa de
poluição do ar, em 22/09/20 a cidade de Guatá (MT) registrou uma redução de CO
de 1.730 ppm (partes por milhão) para 562 ppm. O máximo aceitável de CO na
atmosfera é de 50 partes por milhão.
Sinop (MT) também passou a
respirar um ar menos poluído, com queda de índice de 1.335 ppm para 302 ppm. Já
Cuiabá que em setembro/20 foi coberta por fumaça teve queda no índice de mais
de 50%: de 738 ppm para 315 ppm.
Estados do Norte, como Rondônia e Acre, porém, seguem com taxas elevadas de poluição. Em Porto Velho, por exemplo, na terça-feira a poluição alcançou 549 ppm.
2020 detém recorde de queimadas e Pantanal tem maior seca em 60 anos.
Taxas acima de 50 ppm, a
depender do tempo de exposição e problemas de saúde pré-existentes em uma
pessoa, podem acarretar problemas respiratórios graves e até a morte.
O Mato Grosso é o único
estado do país que tem três biomas em seu território: Cerrado, Amazônia e
Pantanal. Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) até o dia
19 mostram que 15.756 focos de calor foram registrados no Pantanal, neste ano.
Em 2005, ano que detinha o recorde até então, foram 12.536 focos.
O climatologista e
meteorologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento,
do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais),
explica que o Pantanal passa pela maior seca dos últimos 60 anos, o que agrava
o problema das queimadas.
Ele afirma que as chuvas que
caíram nesses últimos dias não são suficiente para dar fim ao problema da seca,
nem como eleva o baixo nível dos rios. "Teria de haver uma chuva muito
intensa. O problema é que, se não chove no verão anterior, como foi esse ano, o
nível dos rios fica mais baixo, e somado a uma temperatura do ar mais alta, a
condição de estiagem passa a ter características de seca".
Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=elJz_IHsFFE&feature=emb_logo
Com queimadas, poluição do ar fica até 3.360% além do tolerável nas cidades. (uol)
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