sábado, 31 de outubro de 2020

Chuvas dão respiro e reduzem poluição do ar em cidades em Mato Grosso

As chuvas que começaram a cair esta semana reduziram os incêndios e ajudaram a minimizar a poluição do ar em cidades do Mato Grosso, aponta nova medição de CO (monóxido de carbono) feita pelo Lapis (Laboratório de Análise e Processamentos de Imagens de Satélite), ligado à UFAL (Universidade Federal de Alagoas), com dados de satélite da NASA (agência espacial norte-americana).

Na semana passada, o UOL revelou como as queimadas causaram uma intensa poluição na região, alcançando índices superiores a 3.300% acima do máximo tolerável em algumas cidades do estado e de Rondônia e Acre.

"As condições meteorológicas melhoraram e acredito que até o fim do mês melhore um pouco mais. O problema é outubro, que está com cara parecida com setembro. Ainda existe perigo meteorológico, com as altas temperaturas e o vento; a vegetação seca propícia para incêndios florestais", alerta Humberto Barbosa, coordenador do Lapis.

Segundo o novo mapa de poluição do ar, em 22/09/20 a cidade de Guatá (MT) registrou uma redução de CO de 1.730 ppm (partes por milhão) para 562 ppm. O máximo aceitável de CO na atmosfera é de 50 partes por milhão.

Sinop (MT) também passou a respirar um ar menos poluído, com queda de índice de 1.335 ppm para 302 ppm. Já Cuiabá que em setembro/20 foi coberta por fumaça teve queda no índice de mais de 50%: de 738 ppm para 315 ppm.

Estados do Norte, como Rondônia e Acre, porém, seguem com taxas elevadas de poluição. Em Porto Velho, por exemplo, na terça-feira a poluição alcançou 549 ppm.

2020 detém recorde de queimadas e Pantanal tem maior seca em 60 anos.

Taxas acima de 50 ppm, a depender do tempo de exposição e problemas de saúde pré-existentes em uma pessoa, podem acarretar problemas respiratórios graves e até a morte.

O Mato Grosso é o único estado do país que tem três biomas em seu território: Cerrado, Amazônia e Pantanal. Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) até o dia 19 mostram que 15.756 focos de calor foram registrados no Pantanal, neste ano. Em 2005, ano que detinha o recorde até então, foram 12.536 focos.

O climatologista e meteorologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento, do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), explica que o Pantanal passa pela maior seca dos últimos 60 anos, o que agrava o problema das queimadas.

Ele afirma que as chuvas que caíram nesses últimos dias não são suficiente para dar fim ao problema da seca, nem como eleva o baixo nível dos rios. "Teria de haver uma chuva muito intensa. O problema é que, se não chove no verão anterior, como foi esse ano, o nível dos rios fica mais baixo, e somado a uma temperatura do ar mais alta, a condição de estiagem passa a ter características de seca".

Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=elJz_IHsFFE&feature=emb_logo

Evolução dos focos de incêndio nas últimas semanas na região de Mato Grosso e Rondônia.

Com queimadas, poluição do ar fica até 3.360% além do tolerável nas cidades. (uol)

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