A
queda é consideravelmente maior do que as reduções anteriores, que foram de 0,5
bilhão de toneladas de CO2 (GtCO2) em 1981 e 2009, 0,7
GtCO2 em 1992 e 0,9 GtCO2 em 1945. Isso significa que, em
2020, as emissões de CO2 fóssil estão previstas em aproximadamente
34 GtCO2, 7% a menos do que em 2019.
As emissões causadas por meios de transporte respondem pela maior parte da redução global. As de transportes de superfície, como as viagens de carro, caíram aproximadamente pela metade no pico dos bloqueios. Em dezembro de 2020, por exemplo, as emissões do transporte rodoviário e da aviação ainda estavam abaixo dos níveis de 2019, em aproximadamente 10% e 40%, respectivamente, devido às restrições contínuas.
"Visto que precisamos reduzir as emissões globais em mais de 7% o ano até 2030, essa análise mostra que as respostas sociais por si só não irão conduzir as reduções sustentadas necessárias para combater as mudanças climáticas de forma eficaz", explicou Josh Tewksbury, diretor do Future Earth, em comunicado. "Juntamente com as transformações de energia, políticas inteligentes em áreas como transporte livre de emissões, e o futuro do trabalho podem ajudar a manter essas reduções observadas."
A
diminuição das emissões foi mais evidente nos Estados Unidos (-12%) e nos
países da União Europeia (-11%), onde as restrições causadas pela Covid-19
acentuaram as reduções anteriores nas emissões do uso do carvão. O mesmo não
aconteceu na China, por exemplo, onde a queda foi de apenas 1,7%.
Globalmente, o pico da redução das emissões em 2020 ocorreu na primeira quinzena de abril, quando as medidas de bloqueio atingiram o seu máximo, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. As emissões das indústrias de produção de metal, produtos químicos e manufatura, por exemplo, caíram em até um terço durante o lockdown.
Apesar das emissões mais baixas em 2020, o nível de CO2 na atmosfera continua a crescer cerca de 2,5 partes por milhão (ppm), atingindo 412 ppm em média ao longo do ano, quantidade 48% acima dos níveis pré-industriais. "Embora as emissões globais não tenham sido tão altas quanto no ano passado, elas ainda somavam cerca de 39 bilhões de toneladas de CO2 e inevitavelmente levaram a um novo aumento de CO2 na atmosfera", explicou Pierre Friedlingstein, coautor do estudo. "O nível de CO2 atmosférico e, consequentemente, o clima mundial, só se estabilizarão quando as emissões globais de CO2 forem próximas de zero". (globo)
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